Filósofos
Não enfrentes monstros sob pena de te tornares um deles. Se contemplas o abismo, a ti o abismo também contempla.
Sem vaidade
Quando amamos, queremos que nossos defeitos permaneçam ocultos — não por vaidade, mas para que o ser amado não sofra. Sim, aquele que ama gostaria de parecer um deus — e também isso não por vaidade.
( do livro em PDF:100 aforismos sobre o amor e a morte )
Quem luta com monstros deve se cuidar, pois, ao fazê-lo, pode se transformar também em monstro. E você se olhar durante muito tempo para um abismo, o abismo também olhará para dentro de você.
É difícil evitar que nossas visões mais elevadas pareçam loucuras e por vezes até crimes, quando chegam a ouvidos que não são capazes de compreendê-las.
Quem combate monstros precisa tomar cuidado para que isso não o torne um monstro. Se você olha muito tempo para dentro do abismo, o abismo também começa a olhar dentro de você.
O sedutor involuntário
Atirou no ar palavras vazias,
Por distração — e abateu assim uma mulher.
Reduzir uma coisa desconhecida a outra conhecida alivia, tranquiliza e satisfaz o espírito, proporcionando, além disso, um sentimento de poder.
Não te acovardes diante de tuas ações! Não as repudies depois de consumadas! O remorso da consciência é indecente.
O mundo gira, não ao redor dos inventores de estrondos novos, mas à roda dos inventores de valores novos: gira sem ruído.
Eu sou uma floresta, sem dúvida, e uma noite de árvores escuras, mas quem não teme minha escuridão encontra também roseiras debaixo dos meus ciprestes.
Mesmo a conversa com um amigo só produzirá bons frutos de conhecimento quando ambos pensarem apenas na questão e esquecerem que são amigos.
A esperança intensa é um estimulante da vida muito mais forte do que qualquer felicidade isolada que realmente se concretize. É preciso manter os sofredores em pé mediante uma esperança que não possa ser contradita por nenhuma realidade.
A serpente que não pode mudar de pele morre. De igual modo, os espíritos que impedimos de mudar de opinião deixam de ser espíritos.
Desconsiderando o fato de que eu sou um décadent, sou também o seu contrário. Minha prova para isso é, entre outras coisas, o fato de eu sempre ter escolhido institivamente os meios corretos contra as situações graves: enquanto o decadent costuma escolher sempre os meios prejudiciais a si mesmo.