Filósofo Francês
Chamamos loucura a essa doença dos órgãos do cérebro que impede um homem de pensar e de agir como os outros. Não podendo gerir seus bens, é interdito; não podendo ter ideias de acordo com a sociedade, é excluído; se for nocivo, é enclausurado; se for furioso, trancafiam-no.
A vida está densamente semeada de espinhos, e não conheço outro remédio senão passar rapidamente por eles.
Aquele que te convence a acreditar em absurdos tem o poder de fazer você cometer injustiças.
Quem não precisa mais dele dessa vez sou eu. Só de pensar que um dia eu confirmei que ele era tudo que eu queria. Coitado.
– E quando eu não tiver mais idéia do que falar?
– Então você não me beija, porque eu cansei de ter tudo de você, menos você.
"Porque fomos crianças antes de sermos homens, e porque julgávamos ora bem ora mal as coisas que se nos apresentaram aos sentidos, quando ainda não tínhamos completo uso da razão, há vários juízos precipitados que nos impedem agora de alcançar o conhecimento da verdade; e, de tal maneira, só conseguimos libertar-nos deles se tomarmos a iniciativa de duvidar, pelo menos uma vez na vida, de todas as coisas em que encontrarmos a mínima suspeita de incerteza"
Sou uma coisa que pensa, isto é, que duvida, que afirma, que ignora muitas, que ama, que odeia, que quer e não quer, que também imagina e que sente.
Existem aqueles que só usam as palavras com o propósito de disfarçar seus pensamentos!
A originalidade nada é senão sensata imitação. Os escritores mais originais tomam emprestado uns dos outros. As ideias que encontramos nos livros são como fogo. Arrancamo-lo da casa dos vizinhos, alimentamo-lo em nossa casa, transmitimo-lo a outros, e ele passa a pertencer a todos.
Enquanto duvido de tudo não posso duvidar que esteja duvidando, eu sou algo que duvida, sou algo que pensa na dúvida, sou algo que existe por pensar, se penso, logo existo.
1596/1650
"Estou sozinho no meio destas vozes alegres e razoáveis (...) passam o seu tempo a explicar-se uns aos outros, a reconhecer com contentamento que são da mesma opinião. Que importância que ligam (...) ao facto de pensarem todos juntos as mesmas coisas"
Por mais que se diga o que se vê, o que se vê não se aloja jamais no que se diz, e por mais que se faça ver o que se está dizendo por imagens, metáforas, comparações, o lugar onde estas resplandecem não é aquele que os olhos descortinam, mas aquele que as sucessões da sintaxe definem.