Filosofia do Garfield
Prefiro deitar e dormir a levantar e trabalhar. Alguns chamam isso de preguiça, eu chamo de pensamento profundo.
O que é liberdade? (...) É o mero privilégio de não estar acorrentado? (...) Se isso é tudo, então a liberdade é uma zombaria amarga, uma ilusão cruel.
PÁSSAROS MASCARADOS
Quando os capatazes, aves de maldade,
com suas asas velozes, ousarem vencer
os ideais da paz, do amor e da liberdade,
os heróis audazes, bravos filhos do bem,
irão lhes expor toda a força que provém
da infinita justiça para cortar com prazer
suas podres cabeças, águias da cidade!
Tais sequazes, pássaros ruins, irão saber
que existe a lei perante a torpe iniquidade.
Suas ações hão de grulhar por clemência
e seus contumazes sentidos irão perecer
nas vorazes labaredas da sua petulância.
Por enquanto, travestem-se de máscaras,
horrentes carrancas vedam-lhes as faces;
seus bicos hiantes, olhos d’inveja e garras
recurvas de ganância, propagam rapinas,
extorquem os pobres e pleiteiam propinas
iguais vilões, tenazes por ruínas, rapaces
gaviões do poder, abutres dados às farras.
Mas chegará o dia desses infiéis e voraces
perdulários exibirem as suas faces bizarras;
cairão nas arapucas e serão todos caçados,
não mais farão revoadas e nem algazarras.
Corvos cruéis! Rolarão mortos e degolados.
Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019
Mais vale uma coruja atenta na calada da noite, do que um falcão a espreitar um galinheiro ao raiar do dia.
O importante não foi o homem ter ido à Lua e pisado nela, mas foi Cristo ter vindo dos céus e caminhado na Terra.
Algumas pessoas não entendem por que eu odeio segunda-feira. Talvez eu seja fatalista, mas eu suspeito que seja apenas estúpido.
VAMOS VIVER PACÍFICOS NO LAR E NA TERRA
VAMOS
desmascarar a pérfida máscara,
espúria, incongruente e profana,
vedando nossa imagem diáfana
aos atributos da vaidade pícara,
para seguir em frente, na diretriz
do bem e sem medo de ser feliz;
VIVER
alegremente como personagens
puros e nobres, à nata essência
do fiel escultor; usando a ciência
da humildade sem camuflagens,
convictos da preciosa dimensão
do amor a irradiar luz ao coração.
PACÍFICOS
sejamos então, cidadãos felizes,
livres de crueldade e ostentação
de ódio, imunes a toda agressão
ao próximo, sem assentar raízes
e ciúmes contra os semelhantes,
não sendo tiranos ou arrogantes.
NO LAR
edifiquemos nossa eleita família
com a paciência e compreensão;
iluminemos a alma na escuridão
dos dias, sem briga e selvageria;
assim seremos como esculturas
preciosas no acervo das alturas.
E NA TERRA
vivamos em moldes de matrizes
originais, sem borrões de horror,
mas figuras de encanto e louvor,
fartas de luz e brilho nos matizes,
expostas aos anjos e bem vistas
na obra-prima do celestial artista.
Do seu Livro "Cascata de Versos" = 2019
SINGRANDO ESTRELAS
No cimo do Everest imponente,
quedei afoito por mirar estrelas,
majestosas, refulgentes, belas,
quando ali engendrei insolente:
“Ah se eu fosse a nau brilhante
a singrar iguais aos venturosos
cometas no céu, mui luminosos,
através do universo alucinante?”
Nisso, uma nevasca do Oriente
veio açoitar a minha presunção,
quando escutei a voz do vento:
“Saibas que até o mais fulgente
astro dos céus na sua irradiação,
jamais singrou todo firmamento!”.
Do seu Livro "Cascata de Versos - 2019
SERIA BEM DIFERENTE...
Seria bem diferente
se o mundo tivesse seres
fantásticos, belos e sorridentes,
que nos influíssem a excelente paz,
e nas adversidades da vida, os títeres
do riso nos irradiassem a felicidade veraz.
Seria bem diferente
se os sonhos dos homens
fossem reais e mui excelentes,
que nos traduzissem luz e amores;
os seres brutais se tornassem jovens
afáveis e só brandissem armas de flores.
Seria bem diferente
se os povos estreitassem
os laços de união eternamente,
os humanos se sentissem seguros
na vida, sem rixas e iras que ferissem
o próximo e lançassem almas em apuros.
Porém, é tão diferente
a orbe e milhões de seres
hostis, alienados e divergentes,
a perpetrar espetáculos de guerras,
chacinas de povos, ambição e poderes,
vis opressões, tráfico e invasões de terras.
Porém, é tão aberrante
a terra de entes horrendos,
letíferos, de atos repugnantes,
cheios de maldade, armas em riste,
a tramar corrupção, crimes tremendos,
matando vidas em delitos de cenário triste.
Porém, é tão exorbitante
olhar as criaturas perecendo
de fome e na miséria infamante;
tais cenas nos remetem realmente
na arena de feras com seus ais vertendo
lágrimas na terra de visões tão decadentes.
Seria bem diferente, oh que azar!
Nesta terra tão sutil e extravagante,
uns nascem para rir, outros para chorar,
tal é o fadário que os tangem e maltratam,
e mesmo com a imane luz divina e cintilante,
flui na terra o avejão que os ferem e os matam.
Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019
SELVAS DE LATAS
Um manto de concreto avança mata adentro,
devastando rios, lagos e cachoeiras nativas;
animais, pássaros, bosques e florestas vivas
já não existem mais; raras plantas no centro
das praças lembram o extermínio das matas,
ora convertidas em cidades – selvas de latas!
Ao visualizar tais cenas tristes e deprimentes,
um dilúvio de revolta me traspassa o coração,
só vejo frotas de veículos e cimento pelo chão,
canteiros de obras com guindastes insolentes,
máquinas e betoneiras, edifícios e habitações.
Deus! Cadê as selvas, os bosques e ribeirões?
Ouvindo-me indagar da sua majestosa criação,
o Senhor replicou-me com a magna sabedoria:
Das selvas o homem tira a relva e faz moradia;
dos bosques abate as árvores para construção;
dos ribeirões, expele os peixes, polui as águas
e de si próprio, extirpa a natureza sem tréguas;...
As selvas são hoje pilhas de latas barulhentas;
indústrias, carros e caminhões, fluem fumaças
ao ambiente; nas matas não existe mais caças;
com tanto dióxido no ar, já não chove ou venta
mais o zéfiro na planície; esvai-se toda beleza
do planeta azul no irracional açoite à natureza!...
Mas ai dos filhos de agora e gerações futuras!
O que semearem não ceifarão em abundância;
no desmatamento, obterão frutos da ganância;
e na maléfica poluição sucumbirão as criaturas
inocentes; a fauna e flora, outrora exuberantes,
serão miragens pela selva de latas sufocantes!
Indignado com tanta devastação, a Deus roguei:
divino Rei da Glória: – Que faremos à salvação
do habitat azul e toda sua encantadora criação?
A voz Onipotente num lépido favônio eu escutei:
com boa consciência a Terra não ficará perdida;
no reino dos mares e oceanos ainda existe vida;...
Será preciso considerar, preservar os recursos
ainda disponíveis no planeta; dispor sacrifícios
ao consumo sem dissipar água e desperdícios
de alimentos; recuperar todo bioma nos cursos
dos rios e mares; refrear a emissão dos gases;
e reflorestar a gentil floresta através das bases;...
Porém, acorde o ser humano do entorpecimento
fatalista; saiba que a Terra é o seu único destino;
mire os agravos contra ela, o seu berço genuíno;
seja realista e ajude toda a natureza com talento;
haja estima ao ecossistema e o torne condizente,
pois faz parte dele sendo seu térreo dependente!...
Se o homem exterminar toda sua natural riqueza,
eis que pouco restará à sua pobre sobrevivência;
os desertos predominarão e não haverá a ciência
que possa reaver às matas a sua original beleza!
Prevaricando a humanidade, todo o pavor advirá
ao planeta, assim a fúria da biosfera extravasará!...
Rastejará o homo sapiens, igual réptil pela Terra?
Sorverá o ar imundo pelas cidades, eternamente?
Dizimará todos os espécimens vivos, consciente?
Se assim insistir eis que lhe rondará a besta fera
do genocídio para tragá-lo à infernal aniquilação;
pois a terra dos viventes é única e sem exceção!
Do seu Livro "Cascata de Versos" - 2019
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