Filosofia Deus
Infinitos são os deuses, imperfeitos os seres etéreos, mas sem necessidade prática de interferir de forma física nos habitantes desta partícula bruta chamada Terra, extremamente inferiores que se digladiam perdidos em suas incompatíveis engrenagens, em busca de compreender sua hipotética função.
Tudo o que aqui acontece é obra do acaso, do comportamento do planeta ou por ação dos homens e animais. Nunca existiu a mão divina em nada de bom, nem a influência demoníaca em qualquer catástrofe.
O acaso criou o Universo, seu surgimento foi um incidente; a vida não é uma benesse, é um fardo pesado que carregaremos ao infinito em busca de um só objetivo, incompreendido pelos homens mas que é a meta dos deuses, dos seres mais avançados: o não ser, conseguir todo saber e poder com o fito de dissolver-se. Não é a expansão contínua do Universo um caminho inverso ao de sua formação, a aglutinação de partículas? Logo, o caminho, o destino, é retornar à dissolução completa, o Nada.
Toda existência, trabalho, prazer, são inúteis porque são imediatamente engolfados pelo tempo que acompanha qualquer presença.
Existindo ou não, fugazes ou imortais, humanos ou deuses, diamante ou carvão, nada pode ser superior ao Nada, que não requer esforço, premente utilidade ou valor, busca, conhecimento, espaço, manutenção... O Nada é a perfeição, limpo, sem defeitos, estático, sem tempo. Até mesmo Deus, invenção humana que pretendia ser o modelo da perfeição, caso existisse, teria que ser, estar, de um modo ou de outro e portanto inferior ao Nada que simplesmente não é, não precisa ser, não precisa estar.
" Como poderá alguém ousar em dar provas da existência do nada se esse mesmo alguém existe? Isso é paradoxal. "
Assim como um pai não se importa por seu filho acreditar que foi o Papai Noel que deu o presente, e não ele, e ainda se regozija com a alegria da criança, ficaria Deus chateado ao saber que seus filhos estão felizes, em paz e em confraternização, mesmo esquecendo que é Ele o Senhor da festa? Não, Deus não é humano e, muito menos, menor que um.
As festividades natalinas estão para muito além das questões meramente religiosas e cumprem seu papel a partir do momento em que exista esforço em busca da paz, tolerância, promoção de alegria e de encontro.
Seja em que posição de poder esteja o ser humano, só os tolos esquecem o quanto são limitados diante daquele que É, e deixam de praticar a humildade perante Ele, e a ele render graças e submissão.
Ao ajudarmos o próximo, somos os maiores beneficiados, e nós que devemos nos sentir gratos pela oportunidade.
OLHAR
O que meus olhos enxergam ao me verem?
Uma pessoa: boa, ruim, inteligente, burra, forte, fraca, bonita, feia, ativa, preguiçosa, cordial, grosseira, simpática, antipática, educada, mal educada, alegre, triste, honesta, desonesta, etc...
Será que enxergam o que realmente sou?
Qualquer que seja a resposta tenho um vasto campo a observar. É assim que estarei lhe dando com minha mais profunda percepção, que sempre é distorcida da realidade por questões externas a considerar, influenciadoras da nossa conduta, como: a atenção recebida, a educação, a alimentação, os costumes, as informações, a religiosidade, as ordens, essas causam esse descompasso do que realmente sou pelo que me percebo. O caminho para corrigir essa distorção poderá ser árduo, que é a conscientização desse processo, mas é necessário para que tenhamos uma vida melhor.
Devemos ser como os animais. Gratos pela vida. Os animais, eles só vivem. Um animal não atenta contra sua própria vida. Portanto, ele não atenta contra sua natureza, nem contra o Senhor, seu Deus. Os animais também vivem pelo aqui e o agora. Apesar de se planejarem para as estações, fazem apenas o que está em seu alcance, entregando todo o resto nas mãos de Deus.