Filosofia
Guardar Palavras -
Aqui,
diante do teu rosto sob
a luz suave do sol,
tudo que eu deveria fazer era
guardarpalavras:
pois faltam-me adjetivos
convincentes.
Mas assim como no sol,
assim como no céu e
neste fim de tarde
no teu rosto,
"Deus" sabe, "Deus" sabe
o que fez.
Os homens que não temem a morte?
São dois tipos:
o muito tolo e o muito sábio.
A diferença entre eles é que,
o tolo necessariamente terá que ser sábio,
mesmo que ele tenha que morrer mil vezes,
todavia, o homem sábio
nunca mais voltará a ser tolo
já que o ego morreu em vida.
Desabafo -
As pessoas,
em sua maioria,
andam sedentas por
desabafos.
Estão agarrando-se
ao menor
sinal.
Nunca -
Nunca jurei amor a alguém e
depois virei as costas.
Todo sentimento,
naturalmente,
tem sua parte de dúvidas,
incertezas - insegurança.
Mas se tem algo que eu
não abandono nunca
é um sentimento
verdadeiro, em
chamas.
(Ou ele morrerá em
mim
ou comigo).
Propaganda Ruim -
O que esses aplicativos populares
já me mandaram de bundas
epernas e peitos,
na tentativa de meconvencer
a baixá-los...
Besteira:
se me conhecessem,
mandariam os
teus olhos.
Desânimo -
É arrastar-se, quase que
rastejando, esbarrando
em tudo,
até a próxima
frase,
que só diz isto...
Mais paralisante que
o medo;
Mais vazio que
o nada;
Mais...
Ângulo -
Um amor inteiro,
quando não pode mais
ser amor,
vira ódio à direita
num ângulo de
noventa
grus.
Alguns (raros),
adormecem em sonhos
leves à esquerda,
e se transformam em
algo parecido com
amizade.
Mas amor só morre
(quando morre),
como indiferença na
outra extremidade
a cento e oitenta.
O amor bateu forte:
entrou feliz, sorridente,
sonhador pela porta
da frente.
Comeu, dormiu, sonhou
mais, brincou mais,
sorriu melhor.
Mas chorou...
O amor apanhou e,
triste,
acabou expulso pela porta
dos fundos de uma casa
mal-assombrada
chamada: realidade.
Abraçar o Risco -
Um sentimento
só se faz verdadeiro,
quando se abraça o risco
de se entregar
por inteiro.
Preciosos como a vida
Existe um entendimento do que seja humildade, algum tipo de pudor diante do mundo, que faz com que as pessoas vivam e se comportem como se fossem menos do que são. Como se soubessem menos do que sabem ou não tivessem os atributos e as habilidades que têm, encolhem-se, escondem-se, ou não percorrem o caminho que as levaria a se tornar o que deveriam ser. Ser o que você é, tornar-se o que deve ser, não ofende, não humilha, não menospreza. Não existe nenhuma razão para que você renuncie aos seus dons. Eles são preciosos como a vida e lhe foram dados para que a sua jornada no mundo seja possível e completa. Observe os animais na natureza: os tigres nunca são menos do que tigres. Eles existem e cumprem a sua jornada inteiros, com toda a sua exuberância. E o mundo é maravilhoso porque os tigres existem, e porque eles são tigres. O mundo é maravilhoso porque as abelhas existem e porque elas fabricam o mel. O mel é, em si, uma maravilha, e por não omiti-lo ao mundo é que as abelhas são abelhas e completam a sua jornada. Assim, os dons que lhe foram dados, e na proporção em que lhe foram dados, a força, a inteligência, a beleza, são, em si, maravilhas, e por não omiti-los ao mundo é que você se torna inteiro e cumpre a sua jornada.
Um livro de auto ajuda tem 10 maneiras para ser feliz . Isso não existe . Quem escreve isso é um charlatão. Não existe fórmulas inventadas de felicidade, e mesmo se existisse não serviria para todos. O Guru é um mentiroso. Quem mais sabe de você é você mesmo. O filósofo tem pouca simpatia porque diz a verdade. O Guru é mais amado porque mente.
Uma Eternidade -
De alguma maneira,
tudo é necessário - no seu
tempo, ao seu modo, à sua
medida:
do cientista ao coveiro.
Intelectual nenhum
faria bem o trabalho diário
de um rude
lavrador.
As diaristas
salvam mais famílias
do que âncoras de
telejornais.
Os padeiros estão acordados
todas as madrugadas,
trabalhando e trabalhando
para que o pão chegue
quentinho à mesa
do empresário que,
por sua vez,
nutre dezenas de empregos
e, consequentemente
de famílias,
mas enquanto isso,
dorme.
Se uma pessoa diz amar o
que faz e faz com empenho
e dedicação,
por mais simples
que seja,
há aí algo de muito
valioso,
e há nisso
uma eternidade.
Quando o ser humano entender
que a vida não é esta
competição sangrenta - como
tem sido por séculos, e
intensificada neste último -
(ainda que, de algum
modo, naturalmente haja),
estrangulando o mal
do ego,
não haverá nem muito
nem pouco:
mas o necessário.
A opinião é sua e a boca também. Minha identidade não muda e meu mundo não gira em torno de ninguém.