Filosofia
A vida é como uma caixa
A vida é uma grande caixa cheia de coisas diferentes, nascer é como rasgar ferozmente seu embrulho para apreciar suas possibilidades, viver é o ato de tirar da caixa suas surpresas, é descobrir e saber a utilidade de cada item que lhe será entregue. Algumas caixas são maiores que outras, mas nenhuma é grande o suficiente para evitar que suas surpresas acabem. Morrer é uma forma de dizer que você já utilizou todas s suas possibilidades, e então, enfim passar sua caixa para uma nova pessoa, dar a ela um infinito de possibilidades.
Diante dos impulsos em mim e além de mim que me levaram, muitas vezes, a me "encaixar" a algo ou alguma coisa, sempre me vinha uma sensação de sufocamento ou até mesmo pavor e sempre, mesmo que por algum tempo experimentando esses encaixes, sempre "desencaixo" e por isso, sou grata a esse "natural" movimento que sinto tão presente a me arrastar para fora desses padrões ou pelo menos, pensados padrões, e mais, grata por me impulsionar cada dia mais para perto de mim e ir me mostrando quem sou.
Na beleza de todos os trajetos
na ternura de jamais sermos sozinhos
na confiança que são, todos os passos,
adiante, precisos, e certos ...
o que lhe compreende a confiança de se estar certo?
A vida, tão imprecisa e incerta, mas ela é sem margem à qualquer dúvida: viva, certa... e nela, tudo é "certo"!
Dos ares perdidos e horizontes inalcançáveis, guardo a experiência do lasso me direcionando à plenitude do mergulho, na quietude do teu abraço ...
E lá vamos nós nesse barco, entre traços, linhas, letras, vagas, versos, além das entrelinhas e "entreversos". E talvez há tanto a se ampliar, "entretextos", "entresilêncios" e outros tantos "entres" nesse mar infinito. Mas, vamos... eu, você e eles, nós quem sabe ou ninguém, mas estamos indo ou ficando, sentindo e deixando o fluir acontecer ...
Que venham então, os ares que se abrem entre céus sem mais horizontes e algumas nuvens a dissipar-se!
Nas incertezas de um tempo indomável, não há regras ou caminhos direcionados mais certos e perfeitos, do que esses que você decidiu ser. Siga-se, você é o melhor para você mesmo!
Saiamos da mente apenas e sintamos para compreender o que isso significa em nós, a partir de nossas vivências íntimas e saibamos que a sublimidade é para todos e nem sempre compreendida em si, e assim, não será compreendida no outro e assim se terá essa ideia de falso e inquietante. E se inquieta, é porque algo em nós quer dizer algo que não estamos ouvindo e está chamando para ser ouvido além do que entendemos até agora. Sintamos!
Há que se viver com meus pés, beber da mesma taça de minha alma para saber, não apenas do que penso, mas para sentir o que "Sou".
Aceita o teu coração, porém, resguarda-o...
compreenda-o no silêncio de tua alma
acolha-o no recôndito dos mistérios
revela-o ao olhos desnudo de todo conceito;
preceitos sem razão de ser...
vasculhe todas as possibilidades de um gesto;
nem tudo que nos parece pedra o é
há nisso toda condição de ser o calço de nossos passos;
nem tudo que é doce é degustável
por vezes, os mais poderosos venenos são revestidos dos melhores perfumes e sabores...
cala-te no vigor do teu ser
seja-te vida no gestos que te renovam a cada manhã
renasça em si mesmo sem que precises nada dizer!
Silencia enquanto podes, pois, as palavras sempre serão necessárias e precisarão desse aconchego para serem proferidas. Não cabe ao fio da navalha partir o fio da seda que recobre a alma, mas, à maciez dos dedos fazer nova trama ... esse é o segredo de toda palavra bem guardada ... modificando o mundo, degredando a fuligem que em teus olhos arderam.
Caminharei pelos teus reinos porque já não bastam os cumprimentos e apertos de mãos...
Quero mesmo é saber que não sei!
Há quem da forma se apropria e nela se revela. Como há quem na essência se expande e, por isso, não se esconde.
Não basta ser pássaro
a vida pede mais
se faz orquestra
saúda-nos num coral
diversos tons numa tela
que nos convida
a semear!