Fila
A vida é um rio cujas águas efêmeras voltam à nascente divina, uma fila indiana onde sempre haverá alguém à sua frente e alguém à sua retaguarda. Ter a pretensão de ser o primeiro é tolice egocêntrica e sentir-se o último é ingenuidade pífia.
O amor pode estar em qualquer lugar.Pode estar em uma fila de banco, caixa do supermecado, pode até estar aqui, agora no computador.
O que fazer?
Tenho tentado
Fazer correto
Andar na linha
Entrar na fila
Ajudar a velhinha
Só que sou um desastre!
Odeio fila
Não ajudo a velhinha
E nem sempre tento
Então o que fazer?
Tento fazer correto
Andar na linha
Ajudar a velhinha
E entrar na fila
Desastre!
Tento ajudar a velhinha
Entrar na fila
Andar na linha
Fazer correto
O que fazer?
Fazer
A relutância míope não tão cega, pouco vista.
Aparentemente organizada na fila do pão, entre eu, meus olhos e o mundo.
Entre linhas cegas e surdas, faladas e escritas.
Embasam a pouca nitidez que tenho da realidade
Que adormece embriagada retraindo sons, falsos altos.
Adormeço sem saber se ali estou, viva-morta, tédio cego. Reto, quase infinito.
Percebo que tão pouco morta-viva, apenas existindo.Resistindo.
No Recreio
.
Falaram-me de lanches
De uma fila cotidiana
Encontro de olhares
Arrisquei
Me expus mais
Cogitei maior
Tirei os olhares e coloquei vidas no lugar
Eu compreendi
Não apenas pelo fato em si de entender
Entendi por que pensava o mesmo
Sentia igual
Confesso meu ódio mortal
Esperar
Mas não me importei
Estava ali todos dias
Aguardando por um lanche frio
Esperando a tal troca
Não a do dinheiro pela ficha
Ou da ficha pelo salgado
Mas a do saber da existência
Há poucos ônibus circulando hoje
E a fila nos pontos são enormes
Não tem jeito, só resta entrar na fila e esperar
Como eu posso me comportar
Não sei se reclamo das pessoas a minha frente
Ou se me animo com a quantidade atrás de mim
Só quero chegar em casa, trocar de roupa
Apenas esperar mais uma vez algo novo, algo bom
Lapidam a minha alma
Essa corrente de sensações
Tudo é simples aos olhos, ninguém conhece ninguém
Mas, pode imaginar, sonhar, amar...
Voltar à fila antiga desorganiza as duas filas e deixa todo mundo puto da vida. Obs.: Lei das Filas.
Se a maioria segue por um caminho, não quer dizer que seja o certo, a primeira pessoa da fila pode está equivocada. Portanto questione, tenha mais dúvidas e menos certezas, se deixe levar, mas não se deixe ser levado.
A humanidade está caminhando numa fila Índiana onde carregamos duas bolsas, uma na frente e outra atrás; na bolsa da frente se encontra todas as nossas qualidades e na outra todos os nossos defeitos. E sempre quando olhamos para álguem que está na nossa frente vemos todos os seus defeitos e esquecemos que também a pessoas lá trás que estão olhando os nossos defeitos.
Se não deu valor quando tinha, pra que começar a dar valor depois que perdeu? A fila anda, e outra pessoa já está ocupando o lugar que não é mais seu.
Eu preciso de emprego. E o emprego? Tem mais um sempre na fila, e o caminho anda e anda, mas uma hora está fila vai estacionar. E aí direi ao emprego: obrigado senhor emprego. E o emprego diz: obrigado senhor salário.
Não se ama alguém pelos adjetivos que ele tem, pois nenhum "bonzinho" tem fila de espera ao seu coração.
Ama-se justamente sem atender à lógica, sem fazer muito sentido ou sentido algum...
Ama-se verdadeiramente quando percebes que a pessoa nem mesmo merece ser amada por você, e ainda assim a ama.
A ama pelo seu cheiro, por estar escrito nas estrelas e até mesmo (por incrível que pareça) pelas aflições que te faz passar!
É como se nossos cordões de prata estivessem unidos de tal forma a permitir que sempre achemos a direção um do outro, como o eu astral ao corpo físico...
.Sua fila anda? Que pena, eu não entro em fila, espero em Deus com toda a mordomia de uma sala de espera.
Na hora de criticar, há uma fila enorme de pessoas. Na hora de valorizar só a esperança se faz presente.