Ferro
Eu escolhi fazer do ferro uma poesia, da madeira as notas de minha canção, de todos os outros materiais os acordes do meu violão, com isto vou pintando a vida com as cores da imaginação, pois um dia disseram que eu seria poeta, porém, olhando para o Cronos, descobri que sou apenas um casulo em eterna transformação.
Destino às vezes é como a Dama de Ferro que nos leva para dentro de suas entranhas, e perfura nosso peito com suas lanças de bronze
Os trilhos sustentam e direcionam o trem de ferro.
O nosso comportamento sustenta o caráter
e a dignidade nos direciona nos trilhos da vida.
A sensibilidade, apura os sentidos.
Faz áureo o que é argênteo.
Faz de bronze o que é de ferro.
Faz sentir o perfume da flor, quando se respira o ar do deserto.
A sensibilidade, faz-nos enxergar a cor do AMAGO da cor.
...
Faz ver o infinito no finito.
Faz brilhar mais as estrelas.
Faz-nos ver a GRANDEZA de uma pequenina formiga.
Faz-nos ter olhos tão eficazes como os do POMBO.
Que consegue extrair do chão, o diminuto grão de seu alimento.
Mas, quem hoje sabe o que é sensibilidade?
Momentos difíceis existem para nos tornar
de rocha ou de ferro, de fogo ou de aço
alicerces ou ruínas ...
Eu me torno raíz de reflexões,
caule de versos e pétalas de poesia.
Saudades Imagináveis
Saudades, que habitam em nós, são gravadas a ferro, dentro da nossa essência, ferindo-nos...
Muito melhor seria, se as tivéssemos gravadas a ouro, dentro do nosso peito, a tê-las, que explicar, para quem não as vê. Não sentem o que sentimos...
As saudades, somente nos pertencem e só nós sabemos como se apresentam, dentro do nosso imo...
É como se a nossas mãos estivessem escrevendo, em um papel imaginário, tudo o que o nosso eu sente... São saudades sinceras, temos certeza..
Elas nos assustam, nos dão as mãos e nos levam a viajar por caminhos frios e tristes... E lá vamos nós a percorrê-los, sentindo uma apunhalada no peito...
As saudades são tão sinceras, que nos espantam,nos magoam e acabamos acostumando-nos com elas.Por não saber abandoná-las, dizemos a nossa verdade, o que estamos sentindo e aprendemos a conviver com elas...
Não a aceitamos, mas, convivemos com essa dor, que, a cada dia, tira-nos um pedaço da nossa vida, levando-nos por vales escuros...
Todos nós temos uma definição, que nos permite existir, e esse rótulo é a nossa tábua de salvação.
Graças a ele, navegamos pelos tumultos da saudade, do dia a dia... Conseguiremos chegar ao estuário,onde nos encontraremos com as marés calmas, sem enlouquecermos... Pois não as aceitávamos...
Nos longos invernos da solidão do nosso “Eu”,muitas vezes, perguntamo-nos, a nós mesmos, com a alma dorida: – Como seriam os dias à nossa volta, se fossem vistos pelos olhos alheios?...
A saudade é como um vento, que surge sem que estejamos esperando, levando a alegria e trazendo a nostalgia...
Quando a noite começa a devorar a tarde, as pessoas, de repente, descobrem que estão com saudade da luz. Então, as ruas, as casas, colinas e vales se transformam no sinal dessa falta de luz...
Luzes, cada vez mais espalhafatosas, transformando a comedida atmosfera da noite, no alegre cenário de uma festa, que é iluminada pela luz das estrelas...
Tudo é silêncio, quando a saudade habita em nós.A nossa natureza fica mergulhada numa espécie de estupor. Até o barulho, mais próximo, parece vir de bem longe. Mais que os ruídos, são as nossas dores...
Não queremos lembrar de muitas delas, mas,elas chegam, sem a gente querer... Elas saem num turbilhão de seus esconderijos, e se alojam em nosso eu, pois, são frias, como o inverno na montanha...
No entanto, machucam-nos, embora, às vezes,o façam sem que desejemos... Que nos mostrem a verdade, que traz, com ela, ferindo o nosso ser...
Os pesares, que sentimos, muitas vezes, nos assustam, não que estejamos sempre preparados para recebê-los. Não! Não estamos. Apenas, aprendemos a conviver...
Ninguém tem coragem de se lembrar da saudade, é melhor deixá-la esquecida, em um canto qualquer de nós mesmos...
Pois não gostamos de lembrar de certos acontecimentos, certas nostalgias...
Quando nos lembramos, o nosso coração fica dorido, com uma dor profunda... Talvez, a lei da saudade não seja tão diferente das leis da metereologia...
Assim, como o ar tende sempre a passar de uma área de alta pressão, para uma de baixa, da mesma forma, cria-se, em nós, de repente, esse vazio... E é um vazio, que atrai a melancolia...
Não gostamos de lembrar da saudade. Os longos meses de solidão, até aprendermos a nos acostumar com ela... Preencherem o nosso eu...
Então, preferimos fechar os olhos e viver em um mundo irretocável, sem lembrar dela, sem pensar...
Acontece, porém, que as saudades não se escondem, gostam da solidão... Procuram companheiras, para não ter que ser hipócritas, enfrentando pessoas, que não querem aprender a conviver com elas...
A sinceridade das saudades é absoluta. Igualmente, elas querem mostrar a verdade, para todos...
Por isso, às vezes, as pessoas se cansam de sentí-las, querem comandar seus quereres, deturpando-as, não querendo sentir a sinceridade, que há nelas. Preferem esquecê-las, a pressentí-las dentro de si...
É certo que cada um sente saudades diferentemente. Ou as camufla. Ou, simplesmente, as deixam
lá, quietas. Procuram não as sentir... E, a cada dia,
afastam-se um pouco mais desse mundo frio, que é
o das saudades... Sendo que elas são sinceras e nos
mostram tudo, com muita clareza...
Muitos preferem o ópio do silêncio, que corre
em suas veias, à sinceridade das saudades,
que nos remetem a lugares, por onde, antes,
caminhávamos com as alegrias, mas, agora,
temos a franqueza das saudades, a nos
acompanhar...
Marilina Baccarat, escritora brasileira, no livro "O Eu de Nós" página 29
Estrada de Ferro
De Edson Cerqueira Felix
30.03.2019
Uma despedida
Eu revejo as coisas
E quero me certificar
De que fiz tudo certo
Parece uma fraqueza
Mas tem um espírito
Dentro de mim
Que diz baixinho
E o desespero
De estar só
Muitas vezes é forte
Como um trêm
Desesperado
Com medo
Nos trilhos da solidão
Amigo de vidro quebra
Amigo de papel rasgado
Amigo de confiança vive mais
Amigo de ferro enferruja
Amigo falso morre cedo
Amigo do coração vira irmão
Amigo colega é falso
Amigo lindo vira namorado(a)
Amigo chato vira lixo
Amigo louco vira o mais legal
Amigo besta perde tudo
Amigo bom ganha mais
Amigo quieto é chato
"Valorize mais seus amigos hoje em quanto eles estão aqui pois não sabemos o dia de amanhã talvez eles não possam estar então fala o quanto ama cedo" frases de uma amiga que já teve isso...
Sou ferro no fogo, retorcido, moldado...
Sou fera, sou guerra, às vezes, paz...
Sou gemido, sou afago...
Sou vento forte, às vezes sou brisa...
Sou amor, sou verdade, sou luz...
Sou um pedaço do mundo...
No meu mundo...
Se Meu nervo é ferro,
Minha cabeça é maciça...
gelo em circulo de fogo
evapora em meio a vista
eu posso ser mais um crioulo
ou só mais artista,
foda-se seu problema
eu comprei mais uma fixa,
nesse poker apostaram em uma rixa,
tão invetando história ou prova fictícia?
a raiz do problema começa com... menos problema
eles sismarão que são groove street
mais não se compara
a onda do hachixi, o exemplo do big smook
em meio a salva triste
Ermo estás meu coração
Sobreviveste à ilusão
Mas ferro não és tua composição
Eis que carrego nele sua punção
Corrente que antes prendia meu povo
Hoje não prende mais
Com a luta saímos do aço e ferro pro ouro
E deixamos o sofrimento pra trás
De que matéria pensas que és feito humano? Até o ferro enferruja, a água faz cavidades na pedra e ela por sua vez evapora.
"Deus, não deu asa a ferro... Ferro foi feito pra tá no chão. Deus, deu asas, aos pássaros. Deus deixou o dom na terra mas o homem, da terra inventa suas engenhocas, e até brincam e pensam que são Deus.
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''Somos como ferro e imã, atração perfeita ! Paixão no primeiro olhar . Assim roubaste o meu coração. Magia celestial'' (Mario Valen - Olivia Campos - Patife)
Saul Freitas
23 de maio de 2014 às 15:07 ·
Não é o vermelho desse sangue, nem a navalha que corta o músculo. Se teu coração é de ferro, o meu é de carne e dói em silêncio. Na tentativa de aliviar essa triste composição que a minha vida se tornou, de não saber fazer outra coisa além sangrar aos poucos...Conto os dias nesse feitiço do tempo. Às cores são cinzas e o sol da manhã sem brilho. Se eu olho pro mar é pra te lembrar, a lua me sufoca, mas as piores noites são as de céu azul quando uma Estrela Cadente me traz de volta o desejo que tento esquecer. O corpo treme esfarelado em pedaços pelo quarto, como as letras desse alfabeto, e meu coração só teima junta-las em um nome: ...