Ferida
Apesar do perdão, não espere de mim gestos nobres. Não espere de volta minha mão, agora ferida. Não espere o meu sorriso, não espere o meu abraço, nada do que vc arruinou voltará. Aqui, no topo da montanha, só restam relâmpagos e os olhos cegos da solidão. Aqui, no alto da montanha, o espírito que me carrega é feito da luz de mil estrelas. Não me espere, apague a luz e faça a sua última oração por mim, por nós, apague a luz!
No rio corrente da vida
No rio corrente da vida
Onde a dor e a ferida
Parecem ir e voltar
Sem lembrar de lá ficar...
Lá! Bem longe de nós
Que nos sentimos sós
E fingimos que a felicidade
Já chegou e a ansiedade
De um todo perfeito se perdeu.
No fim do labirinto e eu.
Que posso fazer sem você?
Se não aprendi a viver
Sem o teu conselho amigo
Sem o teu lindo sorriso...
Me perco em dúvidas
E minh’alma extravasa
E corro para te encontrar
E de novo te falar
Da imensa alegria
Que tu sabes me transmitir!
O DESENCANTO
O desencanto corrói tão fundo que
Na alma lembra ferida que a gente
Sente, vira em decepção ligeirinho
E em uma depressão rapidamente.
Quando tantas coisas no mundo,
Compram -se com tão vis metais,
O desencanto enaltece, aparece e
O encanto num canto desaparece.
O desencanto é a amargura pura,
É tristeza que não tem cura, pois
Tudo parece que foi programado
Como em real e sazonal carnaval.
Escondidos atrás de máscaras,
Confetes e serpentinas seguem
Antônimos, anônimos encenando
Fantasias e camuflando a alegria.
Gesticulam, pulam, agitam e gritam,
E parece que creem na folia, mas na
Real, meu pierrô carnaval sem cinza
Ranzinza, dura mesmo só três dias!
Guria da Gaúcha Poesia
Pedaços de Mim,
Página 57
1999
O DESENCANTO
O desencanto tão fundo corrói que
Na alma feito ferida dói, pois a gente
Sente a decepção que cresce e que
De depressão nos padece e adoece.
Quando tantas coisas neste mundo,
Compram-se com tão vis metais, o
Desencanto acontece enquanto em
Um canto, seu encanto desaparece.
O desencanto é a amargura pura, é a
Tristeza que não tem cura, é a ilusão
Disfarçada, fantasiada com a máscara
Que cai ao chão quando a cara é lavada.
Desencanto lembra mesmo fim de festa
De carnaval, onde magia, performance,
Luz atenuada, meio apagada e fantasia
Mudam completamente à luz do novo dia
Até então, gesticulam, se agitam e gritam,
Parecem acreditar nesta folia, mas na real
Meu pierrô, carnaval sem a cinza ranzinza,
De verdade, dura mesmo só uns três dias!
Guria da Gaúcha Poesia
Pedaços de Mim,
Página 57
1999
Eternamente Amor
Meu amor primeiro partiu
Examinei meu coração pra ver
O tamanho da ferida.
Enorme. Maior que eu podia considerar
Tantos anos depois da nossa separação.
Tenros anos aqueles. Inocência genuína.
Dormíamos, quando ia pra sua casa
Em quartos contíguos
Parede de tábuas
Um buraquinho na madeira
Dedinho colocado ali como se fora
Aquela passagem feita só para isso
Receber o carinho da minha mão
Alisando-o.
Sua irmã, minha amiga era nossa
Cúmplice.
Virava de costas para mim sorrindo
Amadrinhando a nossa relação
Eu no canto da cama. Vira-me para a parede
E ficávamos até adormecer roçando um dedo no
Outro.
Às vezes me atrevia e abarcava aquele
Médio com a minha mão inteira.
Quente. Apaixonada.
Seu pai me apresentava pra todo mundo
Como nora sua.
Fizera ele próprio aquele furinho para seu filho?
Jamais saberei.
De qualquer forma, agora dói demais aceitar.
Que a vida tenha separado
Um amor que poderia ter rompido
E vencido o tempo como agora
Vence a morte.
SAUDADE
O que é saudade?
Saudade é sentimento
Saudade é ferida que não cicatriza
Hematoma que dói
É dor não compreendida.
Saudade é acidente inevitável
Que nos machuca
Marca com suas feridas
E nos deixa vulnerável.
Saudade é uma flor comum
Que floresci todo ano
Em todo lugar
Como se não houvesse problema algum.
Saudade é chorar
É querer acreditar
Acreditar que tudo que se vai
Um dia irá voltar.
Saudade é ficar por um sonho
É deixar partir por não acreditar
É ir atrás
Simplesmente por querer amar.
Saudade é escrever uma carta
Enviá-la faltando palavras
Eram tantas que nem de todas pode lembrar
Más o “Eu Te Amo’’ lá estava
Frase que não poderia faltar.
Saudade eu Senti
Sinto e sentirei
Quando se forem todos
E não restar mais ninguém.
Talvez um dia a saudade se vá
Ou talvez ela volte
Más que seja ela bem vinda
Eu sou mais forte.
Saudade eu tenho do que passou
Do que ainda vai passar
Saudade é amor
Saudade é não ir
Apenas por querer ficar.
Estamos vivendo uma época em que tudo esta vindo à tona, tipo uma ferida inflamada que se rompe por estar contaminada. Nossas atitudes mesquinhas, inveja, ciúmes e rancores, é como um PUS que se rompendo, mostra como anda o interior do corpo, avisando que algo entrou em nosso organismo. Mas Deus nos mostrou o caminho. Nos ensinou que para curar feridas, basta fazer uma assepsia. Então, que façamos essa limpeza Em nossas almas. Lembrando, que tudo no mundo esta passando por transformações, e nós, temos que nos prepararmos para elas.
A ferida na pele só para de doer quando cicatriza. Porém a ferida de amor, parece jamais cicatrizar, vive sangrando e cheirando ruim.
Meu sertão.
No peito levo a ferida
que arde no coração
olho a terra adormecida
sem verde na plantação
e ao Senhor faço a pedida
se eu tiver um dia de vida
me deixe passar no sertão.
Crescer doí!
Como doí perceber as nossas limitações.
A ferida aberta!
Porém, está dor é inerente aos caminhos de crescimento pessoal e está arraigada ao processo de amadurecimento.
Sinta a plenitude ser e deixe de apenas existir!
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"Carpe diem, quam minimum credula postero".
- Horácio Flaco (65 a.C.- 8 a.C.)
[Aproveite o dia de hoje e confie o mínimo possível no amanhã]
como pode?
a morte gerar vida.
o sangue,
curar minha ferida.
como pode,
as lágrimas
saciaram minha dor,
a humilhação de um Homem
fazer de mim, vencedor.
um inocente morre
pra que eu tenha
vida eterna.
não entendo,
quem me explica?
a graça que me invade
e apaga minhas dívidas.
talvez eu nunca entenda,
mas que eu sempre sinta.
O mundo me afunilou no que vivo hoje,
O elixir da cegueira veio me servir
A ferida machucada não posso mais sentir
e me da a unica razão por estar aqui,
Lentamente,observar o incomum se evoluir
UM mundo e seus desejos que venho a nos sucumbir
Morrendo lentamente viemos a nos esvair!
Certo que é natural parecemos fortes
Como numa ferida exposta
Corre sangue até encontrar o ar
Corpo faz
Casca
Cicatriz
Certo que é natural sermos moles
Como a ferida que era sangue
Corre tanto que solidifica
Corpo faz
Casca
Cicatriz
Certo que nem as duras rochas
Como a lágrima de uma mente fria
Corre quente
Como tal qual o
Corpo faz
Casca
Cicatriz
Eu não aprendi a ser fria
Sério, aprendi mesmo não
Mesmo em meio a atitudes hostis
E ferida pela indiferença
Não aprendi a arte da frieza
Livre estou, livre estou
Mas meu coração é fogo
E meu signo é de água salgada
No líquido que brota dos olhos
Nas ondas que pulo no mar
Não apreenderei a ser fria
Pois vale a pena se aventurar
Por novas histórias de vida
Em vidas que não irei mudar
Só contemplar, pois há tanta força
Tanta beleza, que afogo as tristezas
Que esqueço as mentiras
E torno a acreditar
Mas como tudo tem limites
Nem venha com novos palpites
Tenho fé nas palavras
Que vem de outras bocas
Que falam mais e melhor que você.
Quando alguém toca na ferida de outrem paga-se um alto preço por falar o que pensa porque quem está errado não deseja ouvir a verdade, pois a verdade aos olhos do insano é como um alfinete cravado em sua consciência que revida com ódio revelando toda a sua insensatez.