Feitiço
O abraço da morte é aquele que pouco a pouco vai revelando o outro lado das verdadeiras intenções e pretensões. Por vezes até consegue enganar, mas um dia a sua máscara cai e a verdadeira face, aparece. Engana-se quem acha que pode abraçar a todos dessa maneira, porque quando menos se espera o feitiço, volta contra o próprio feiticeiro.
O amor…
(Nilo Ribeiro)
O amor não se explica,
a gente sente,
no coração ele fica,
na ALMA está presente
um abstrato concreto,
um doce feitiço,
uma luz de afeto,
ilumina o espírito
o verdadeiro amor
tudo absorve,
mesmo na dor
a paz ele devolve
este amor que não se ensina,
também não se justifica,
a gratidão ele confina,
a amar ele dedica
este amor genial,
mas também genioso,
perdoa o pecado capital,
deixa o dia mais gostoso,
este amor que agora poetifico,
em mim está guardado,
a você eu dedico,
pois a quero ao meu lado
o amor não tem tempo,
pratico-o sempre,
meu coração é o templo,
para que você entre…
Não acredito na sorte e nem tenho medo de azar, porém não posso negar:
Sou supersticioso, mesmo acreditando que sou senhor de meu destino e que nem macumba pode me derrubar.
Roguei a Deus que matasse os meus inimigos, praga desnecessária, e então rapidamente o tempo os levou, nem percebi minha velhice chegando. O Feitiço contra o feiticeiro.
Poeta não tem dono.
Se alguém o reivindicar para si, ele perderá o seu encanto e será destruído.
Os poetas são com místicos que possuem dons, que não podem pertencer a alguém, pois, caso isso aconteça toda a magia se vai.As palavras do poeta precisam ser livres, sem donos, iguais a um pássaro que voa livre pelo céu infinito.
Uma vez ou outra pousa na árvore que deseja.Às vezes pousa na janela de alguém, usa seu mais lindo canto, bate asas e se vai.
Se o poeta deixa-se engaiola-se, perderá sua liberdade, e igual a um pássaro preso, não cantará um lindo canto de liberdade e leveza. Aos poucos vai morrendo até não mais poder encantar ninguém.
A liberdade, leveza e o desprendimento são a força de todo o encantamento de um poeta, se isso for perdido, não existe mais poeta e nem poesia.
Fada ou bruxa?
Sou as duas em uma só mulher, sou fada, sou bruxa depende qual delas eu alimentar. Sou fada sou bruxa, que encanta as rodas nas noites de luar. Sou fada sou bruxa feiticeira que teima em amar. Sou fada sou bruxa, mulher dos risos escancarados e das estrelas que brilham na escuridão, mas sou mulher, fada bruxa, sei lá... Sou fada sou bruxa que te enfeitiças num simples olhar, mas sou fada, sou bruxa, que te envio a paz, amor, alegria para seu bem estar. Sou simplesmente fada ou bruxa mulher. Natalirdes Botelho
O sangue que correu em cada veia
De cada pessoa que amei, verteu
Menos um, ele prevaleceu
E sei que me esperaria o quanto fosse necessário
Só que não..., poderia corresponder-lhe
Um ser de negras asas veio até nós,
Eu morta e ele ao meu lado
E num ato de dedicação e auto satisfação
Desmanchou-se para que a vida corresse
Em minhas veias novamente
Nunca me esquecerei dele
Seus olhos, sua maldição, sua esperança
De todos que amava, me sobrou apenas um
Esse um já se faz suficiente
Apesar de tudo o detesto
Não sabia como proceder
Minha voz não saía
E em mim folego não havia
Para expressar um único som
Eu havia morrido em meio a pensamentos
Vegetando, meu corpo já não estava em lugar algum
Minha mente ocupava todo o espaço
Ainda não tinha sido desconjurada, então...
Conjurada estava e conjurada fiquei
Desejava saber seus objetivos
Oque ele esperava fazer ou conquistar
Deixando minha mente ali?
Ah, se eu pudesse voltar no tempo
Nunca mais o verei
Nunca mais verei ninguém...
Conjurada, morta em vida, vegetando....
As vezes desconfio que o tempo irá parar , pra admirar toda a beleza a encontrar , em sinuosas curvas a se deitar ..
Feito um veneno eu me deixo enfeitiçar ..´´
Nascido pra ser Mar
Queria mesmo
é que a vida
tivesse me endurecido!
Me transformado
em rocha de mar de vulcão.
Tão duro quanto lava efervescente
deitando montanha abaixo
abraçando tudo pelo caminho
e encontrando o mar:
Num duelo de esfriar-enrijecer.
Num feitiço de verter
tormenta em rocha-
fria e dura.
Queria mesmo é ter endurecido na vida,
e não,
ter descido montanha abaixo:
Sem controle
dominado,
amolecido,
vertido a tormenta.
Queria mesmo é ter endurecido
com a vida.
Mas, não dá!
Meu destino não é ser rocha-
nem ser tormenta-
é ser mar.
Mesmo com você tão perto
Demorei pra perceber
Toda a magia que ali havia
Fiz minha solidão de arma
Procurei respostas simples
Em masmorras sombrias
Chamar pelo seu nome
É o mais difícil
Dentre todos os feitiços
Evitar miragem
Exige coragem
Não se aprende em livros
Me livro
De toda a noite presa em mim
E vou te ver, agora
Onde você estiver
Chamar seu nome
Deve ser pra isso
Que eu nasci
Teu arsenal fotográfico é uma overdose de êxtase visual.
Teus fios de cabelo atrevidos são versos ainda não rascunhados por mim.
Tu és a sereia cantando ao meu olhar, enquanto eu me afundo no teu feitiço virtual.
assobio com palavras.
Uma jóia que nos foi legada por Catulo da Paixão Cearense,
serviu de inspiração para este poema.
Ósculos e amplexos,
Marcial
O FEITIÇO DA LUA
Marcial Salaverry
"Não há, oh gente, oh não,
luar como esse do sertão..."
Lua que traz tanta inspiração,
lua que enfeitiça o coração...
A lua é feiticeira...
Sob o feitiço da lua,
surge a musa de beleza misteriosa...
A lua surge imponente,
aparece de repente,
e nos deixa fascinados,
com pensamentos apaixonados...
Ela tem quatro fases,
todas misteriosas...
Ora com força total,
com seu brilho colossal..
Ora vai minguando,
ora crescendo, impressionando...
Ei-la agora, Nova,
o que nos prova
o poder da força divina,
que tanto nos fascina..
Cercada por estrelas brilhantes,
qual colar de diamantes...
Despertando a inspiração
dos apaixonados do mundo,
que como se fossem meros vagabundos,
dormem a te olhar da rua,
sonhando com a amada toda nua...
Sempre musa, é a bela lua...
Lua feiticeira, lua misteriosa...
E o luar do sertão,
certamente faz bem ao coração,
enchendo a alma de uma doce emoção...
Marcial Salaverry
_______________________________
Luar Do Sertão
Catullo da Paixão Cearense e João Pernambuco
Catullo da Paixão Cearense
Oh, que saudade do luar da minha terra, lá na serra,
Branquejando folhas secas pelo chão!
Este luar cá da cidade, tão escuro,
Não tem aquela saudade do luar lá do sertão.
Não há, ó gente, oh não,
Luar como esse do sertão Bis
Se a lua nasce por detrás da verde mata
Mais parece um sol de prata prateando a solidão
E a gente pega na viola que ponteia,
E a canção é lua cheia a nos nascer do coração
Quando vermelha, no sertão, desponta a lua,
Dentro d'alma, onde flutua, também rubra, nasce a dor!
E a lua sobe, e o sangue muda em claridade,
E a nossa dor muda em saudade, branca assim, da mesma cor!
Ai! Quem me dera que eu morresse lá na serra,
Abraçado à minha terra, e dormindo de uma vez!
Ser enterrado numa grota pequenina,
Onde à tarde a sururina chora a sua viuvez!
Diz uma trova, que o sertão todo conhece,
Que, se à noite o céu floresce, nos encanta e nos seduz,
É porque rouba dos sertões as flores belas
Com que faz essas estrelas lá no seu jardim de luz!!!
Mas como é lindo ver, depois por entre o mato,
Deslizar, calmo o regato, transparente como um véu
No leito azul das suas águas murmurando,
Ir por sua vez roubando as estrelas lá do céu!
A gente fria desta terra, sem poesia,
Não se importa com esta lua, nem faz caso do luar!
Enquanto a onça, lá na verde capoeira,
Leva uma hora inteira vendo a lua, a meditar!
Coisa mais bela neste mundo não existe
Do que ouvir um galo triste, no sertão se faz luar!
Parece até que a alma da lua é que descanta,
Escondida na garganta desse galo, a soluçar!
Se Deus me ouvisse com amor e caridade,
Me faria esta vontade - o ideal do coração!
Era que a morte, a descantar, me surpreendesse,
E eu morresse numa noite de luar, no meu sertão!
E quando a lua surge em noites estreladas
Nessas noites enluaradas, em divina aparição,
Deus faz cantar o coração da Natureza
Para ver toda a beleza do luar do Maranhão.
Deus lá no céu, ouvindo um dia essa harmonia,
A canção do meu sertão, do meu sertão primaveril
Disse aos arcanjos que era o Hino da Poesia,
E também a Ave Maria da grandeza do Brasil.
Pois só nas noites do sertão de lua plena,
Quando a lua é uma açucena, é uma flor primaveril,
É que o poeta, descantado, a noite inteira,
Vê na Lua Brasileira toda a alma do Brasil.
Eu sou um Africano Moçambicano, posso não ter casa porque conströe-se por dinheiro.
Posso não ter carro porque compra-se por dinheiro.
Mas o não ter mulher que só é preciso falar, seria um fetiço.
Era um amor quase platônico.
O amor entre a Agulha e a Pele.
Havia um esforço mútuo para que elas não se vissem.
Mas esse encontro era inevitável.
Ao se encostarem, a magia, ou feitiço, se realizava.
Vagavam pelo corpo, noite adentro, perdidos em seus anseios, em suas alucinações.
Mas, mais forte que esse amor, era a dor que ele trazia.
Então, num rompante, elas se separavam e juravam nunca mais se encostar.
O único descrente nessa promessa era o Corpo, condenado a presenciar calado o encontro desses eternos amantes.
Mas ela me ensinou que não há nada no mundo mais poderoso do que uma mulher que sabe o que quer e não se desvia do seu caminho para consegui-lo. Não importa se você chama isso de magia ou determinação. Não importa se faz um feitiço ou se trama uma conspiração. Tem que decidir o que quer e, com todo o seu coração, criar coragem para perseguir seu objetivo.
Nem tudo que de mal te acontece é praga, mau-olhado ou obra de feitiçaria: lembra da semente que plantou? É a lei do retorno, fidedigna e avassaladora.
Não é uma mulher, em verdade uma Deusa. Uma mulher não brilha tanto, não tem uma pele de veludo, um cheiro apaixonante de feitiço e um beijo ludibriante provocante de sentimentos que só quem beijar poderá tentar, sem conseguir, explicar. Uma Deusa!
O que houve foi
Aquele sortilégio.
Foi triste, foi divertido
Foi irritante, foi instrutivo
Mas foi aquilo apenas.
Feitiço passou, nada mudou
Somos os amigos de sempre
Nada demais aconteceu.
Apenas te peço, encarecidamente
Nem por engano, nem por brincadeira
De caso pensando ou por besteira:
Não tente nunca um beijo meu.