Fechada
QI de poeta
Unidade de medida
Mente fechada
Uma fachada
Burro é quem se acha esperto
Vocês vivem de lema
Eu de poema
Olhe pro teto
Pense no mundo
Olhe pro mundo
Pense no teto
Esteja aberto
Ao olhar de poeta
Da água pro vinho
Que hoje me completa
Parei em frente à uma casa, e a porta estava fechada, porta trancada; um dia a porta vai estar aberta, eu volto. Um dia!
Nariz empinado, mão fechada e pessoas que desprezam o próximo é igual nuvens que não dão chuva, não fazem seu papel neste mundo e estão só de enfeite.
E desde aquele dia, fechada a porta do amor, ancorada a esperança do retorno, nunca mais viu-se falar sobre o calor desconcertante do verão, reinou o inverno.
A sociedade é uma realidade fechada na qual o indivíduo entra com o nascimento, e, em geral, passa toda a vida.
O problema não é a porta que foi fechada, mas a arrogância, a tentativa de te diminuir, aquele silêncio perturbador dos passos se afastando, a busca de um caminho diferente.
Não foi a porta!
Não foi.
Aquela não é uma porta que preciso ser convidado para entrar.
A minha timidez na infância, me fez, uma criança boca fechada, depois um adulto quieto e inquieto, introvertido de poucas conversas, talvez o que explique o estar sempre a me escutar, e a escrever, quando estou a sós porque é no silencio que compreendemos a nossa consciência e é lá onde mora Deus.
A porta da esperança
As vezes fica fechada
As vezes tem uma lembrança
As vezes lá não tem nada
As vezes tem uma tranca
Que por dentro esta fechada
As vezes as dobradiças
Também tão enferrujadas
Mas a porta esta ali
Sempre a disposição
Só não pode esquecer
De fazer manutenção
Os mistérios são revelados apenas para quem tem o coração aberto, a mente que é fechada permanece em escuridão.
Todo contratempo, toda porta abruptamente fechada, é a possibilidade de ter uma nova chance; viver novo tempo, adentrar em uma porta aberta; um intisgante recomeço, ímpar momento, em outro lugar.
Dobradiças
A porta está fechada
há muito tempo.
As dobradiças rangem,
longamente.
Chove não tão forte,
mas os pés parecem afogados.
Um ventinho anuncia pausa.
Pingo isolado faz a poça tremer.
Lá dentro está seco.
O tempo deve ter agido,
mas criou mau cheiro no ambiente.
Marcas de total ausência.
O que foi sonho,
foi-se.
Foice.
As marcas estão em tudo.
Era lindo!
Findou-se
e a criação não encanta,
não é mais arte.
Voltar ao trem é inevitável:
- balança, balança, balança
e segue seu caminho, seu fluxo.
As estações se sucedem.
Sigamos.
A vida assim pede.
Ainda chove,
não há enganos.
Tudo está vivo,
só não se expressa.
Tempo
impiedoso, indigesto, implacável.
Nada desfaz, apenas afasta,
lacra e esconde a chave.
O olhar em pântanos
não brilha cintilante.
Nada voltará a ser como antes.
Cegará em instantes.