Fechada
Ela ama o silêncio... prefere o silêncio..boca fechada, olhos que falam por si mesmo... porque dentro dela já faz barulho demais ... ela é de alma turbulenta.. por dentro dela grita , é guerra .. por fora paz !!!!
Teu abraço era pra ser o meu refúgio... uma pena que sempre encontrei a porta fechada .... tantas vezes eu quis fugir pro teu mundo .. mas encontrei muros , invés de estrada ...
Desatino
Dias vazios
janela fechada
abismo
inunda
noites
passado
presente
cravado
em almas
@zeni.poeta
Diante das intempéries,
Nos dias em que a prosa estiver fechada,
É bom que saibas:
Estarei de versos abertos para ti.
Nosso Rio Doce.
Hum...chegamos, a porteira estava fechada,Maria desceu do carro e a abriu,a abertura se fez rapidamente, foi só livrar a tramela e a porteira deslizou cantando feito um coral em dissonância.
O carro que era branco estava marrom, era como chocolate em pó tamanha a poeira.
Começamos a andar na estradinha de terra dentro da fazenda.Ao longe víamos a sede,os cachorros viam correndo nos receber com os rabos eriçados, balançando de alegria e reconhecimento. Estávamos ávidos pela chegada queríamos esticar as pernas que estavam grossas de tamanho inchaço. O outono havia chegado .Na varanda as folhas cobriam o piso de cimento vermelho batido feito um tapete persa,com beleza imensurável. Olhávamos tudo com imensa curiosidade e vontade de descansar , algo não estava bem.
Na frente da casa, o velho pé de Pequi curvava-se como se chorasse por algo que não sabíamos. As araras gritavam um som em desespero como se a revolta tomasse conta das emoções. Os sapos coaxavam um som como se estivessem a discutir alguma situação em descontrole. Maria também percebia tudo,era como se o tempo andasse devagar nos preparando para uma má notícia .Entramos na casa ,a quietude nos incomodava e eu gritei:
-Oh de casa !
Ninguém veio nos receber,algo estava muito errado. Maria repetidamente dizia:
-Tem algo errado!
-Cadê o povo dessa casa?
-É cedo e hoje não tem missa.
Fomos até o galinheiro,de certo haveria de ter alguém lá pra nos receber, mais nada! os ovos do dia ainda não tinham sido recolhidos,estavam em prontidão alegrando os ninhos.
Aproveitamos e chegamos até a pocilga o cheiro estava insuportável, sinal que ninguém ainda tinha passado por lá. Fomos ao lado oposto, lá no curral ainda estavam mimosa e malhada e muito pouco a comer,olhei as tetas de ambas e estavam cheias de leite,arrebentando prestes a estourar, assim era claro que o leite ainda não tinha sido tirado. Não nos restava mais nada,não podíamos voltar sem apurar o acontecido. A cada local que chegávamos a paisagem nos mostrava que algo não estava bem.Maria estava exausta e eu preocupado com ela queria lhe proporcionar o descanso merecido,ela era de idade avançada e haveria de estar querendo uma xícara de café quente.
A medida em que descíamos o planalto mais intrigados ficávamos.Se continuássemos daquele jeito íamos nos encontrar com o rio e de certo, lá ninguém estaria. Não tínhamos costumes de ir ao rio naquele horário, entretanto nossos pés e nossos corações nos direcionavam às águas do rio.Nosso grande rio, aquele que nos alimentava e alegrava com sua fartura e sua cabeleira longa .
oh Deus! quanta beleza e generosidade. Avistamos nosso mestre , de longe já se via um aglomerado de pessoas que rezavam fervorosamente e choravam em compulsão. Eu triste cheguei arredio, timidamente e desconfiado e com medo de uma má notícia perguntei :
-Cadê mamãe?
-Cadê papai ?-
E ioiô, -
mãe branca?
-Cadê meu povo gente !
-Aconteceu alguma coisa grave?
-Morreu alguém?
-Me diga gente ! Porque a missa? O chororó?
-Quem morreu?
-Sinhô Bento então saiu do meio do povo,arregaçou as mangas ,olhou bem pro meio do rio e disse:
-Ainda pergunta quem morreu seu moço?
-Não enxerga não?
E tristemente pediu ao povo pra abrir caminho.Apontou para o rio e falou:
É nosso doce rio doce que está indo,morrendo! Mata e morre !
- É nosso agora amargo Rio doce.que morre aos poucos; respirando seus últimos momentos ...
-É nosso Rio doce!
Lupaganini
13516
QI de poeta
Unidade de medida
Mente fechada
Uma fachada
Burro é quem se acha esperto
Vocês vivem de lema
Eu de poema
Olhe pro teto
Pense no mundo
Olhe pro mundo
Pense no teto
Esteja aberto
Ao olhar de poeta
Da água pro vinho
Que hoje me completa
Parei em frente à uma casa, e a porta estava fechada, porta trancada; um dia a porta vai estar aberta, eu volto. Um dia!
Todo contratempo, toda porta abruptamente fechada, é a possibilidade de ter uma nova chance; viver novo tempo, adentrar em uma porta aberta; um intisgante recomeço, ímpar momento, em outro lugar.
O problema não é a porta que foi fechada, mas a arrogância, a tentativa de te diminuir, aquele silêncio perturbador dos passos se afastando, a busca de um caminho diferente.
Não foi a porta!
Não foi.
Aquela não é uma porta que preciso ser convidado para entrar.
A minha timidez na infância, me fez, uma criança boca fechada, depois um adulto quieto e inquieto, introvertido de poucas conversas, talvez o que explique o estar sempre a me escutar, e a escrever, quando estou a sós porque é no silencio que compreendemos a nossa consciência e é lá onde mora Deus.
Os mistérios são revelados apenas para quem tem o coração aberto, a mente que é fechada permanece em escuridão.
"Na janela fechada"
Havia um reflexo
Eu achei os olhos e a beleza de antes
Eu desacreditei de mim
Mas estava lá... bonitos desafios que arqueavam a sobrancelha quando eu olhava
Se eu atravessasse o reflexo, eu via
As luzes da cidade, das outras tantas janelas
Se olhos são janelas para a alma, o reflexo é apenas lembrança de ti
Lembrete que você está ali...
É desafiador, no silêncio da noite, se encarar em um reflexo
Pode refletir muito.
Hoje com o dia em luz
A janela vibrava o barulho da rua,
As tantas janelas escuras, buraco de outros...
O céu azul, rajado com rosa, laranja e nuvens brancas...
Não havia reflexo de mim...
30.11.2022
Há aqueles que veem a porta das oportunidades como fechada, e há aqueles que decidem criar suas próprias oportunidades, abrindo suas próprias portas.