Fecha os Olhos
Às vezes me permito fechar os olhos e repensar no que eu sinto quando você adentra meus pensamentos. Não sei se gosto do que vejo. É perturbador. Você me leva aos extremos das emoções, me faz querer gritar e chorar ao mesmo tempo. Não sei lidar com isso. Acho que nunca vou aprender, porque mesmo eu estando vazia, é você que me faz me sentir viva.
Mutável
Uma brisa suave fecha o dia.
Abro os olhos devagar.
A luz suave do anoitecer me acalma.
São tantos tons... neon policromático.
Abraço-me com doçura.
Penso em mim com carinho.
Espero meu tempo, espero por mim.
Uma incisão na alma...
Agora só uma leve cicatriz... a cicatrizar
Com coragem olho em frente.
Tomo a proa, a embarcação agora comando...
Agora suavemente sou eu que mando.
Ser mutável.
No chão da fria realidade vou voar.
Por muitas vezes é preciso estar no alto, fechar os olhos e recitar a prece para os anjos siderais. Se esvaziar dos anseios desnecessários do mundo. Pra seguir é necessário estar leve, para amar é necessário resiliência. No caminho receberemos pedradas injustificadas, mas deixar o coração caucificado é uma questão de escolha.
Fechar os olhos
Às vezes gostaria de fechar os meus olhos
e abri-los em um tempo de paz
um tempo onde o toque era permitido
um tempo em que o amor podia ser vivido da mais bela maneira
um tempo que desvalorizávamos o que realmente importa
um tempo onde angústias não me atordoavam
Mas ao abrir das pálpebras hoje não vejo isso
vejo um mundo diferente e sem cor
que me assusta e atormenta
ah como gostaria de fechar os olhos!
e ver que tudo isso já passou.
_E o dia vai fechando os olhos, como a borboleta descansa as asas, devolve a última nota de maestria à vida e dorme.
POESSIA "OLHOS FECHADOS "
Contudo, se fecho os olhos, e mergulho
Dentro em mim, vejo a luz de outro sol, outro
Abismo em que um mundo mais vasto,
Armado de outro orgulho,
Rola a vida imortal e o eterno cataclismo,
E, como o outro, guarda em seu âmbito enorme,
Um segredo que vive, que desafia, -- e dorme.
_Nilo Deyson Monteiro Pessanha
Quando uma estrela brilhar à noite muito perto de ti jamais cometa a deselegância de fechar os olhos, para que o dia se apresse em chegar para admirar o sol despontar todas as manhãs
Calaste-me a boca
a mesma que um dia te beijou
fechaste-me os olhos
os mesmos que um dia por ti me encantou
transformaste tudo em dor
e foste deixando apenas pedaços
do que um dia fora um grande amor...
À noite, a escuridão guarda tudo e nada ao mesmo tempo
Como ao fechar os olhos existe em mim um vazio
E ao mesmo tempo tudo o que eu imaginar.
No escuro sem cercas e sem limites
Tudo é sublime e grandioso.
O silêncio inunda-me de Paz.
Podes fechar os olhos, mas, em todos os lugares que tu olhares vais ser lembrado do que tu estás evitando.
Tentei fechar os olhos para a verdade...
Tentei inventar um mundo novo
Agradeço a deu pela oportunidade de viver buscando
Tentei viver a felicidade plena, eu tentei
Partida paterna (período de luto)
Parte I
Fecharam-se os olhos
do corpo,
da alma,
da vida.
Fecharam-se para sempre ao plano físico e material.
Continuam abertos em outros mundos,
Nos lugares onde tudo fica registrado.
Lugares além do visível a nossos carnais olhos.
Muito além...
Parte II
Histórias, muitas delas e variadas.
Há o lugar das histórias do dia a dia
Das infantis e de todos os períodos
e com todas as pessoas!
Lugar de histórias de choros e sorrisos.
Lugar dos medos, do estender as mãos...
E do voltarem sozinhas e vazias...
Das mãos perdidas de afetos e sentimentos condignos.
Da falta de colo e de abraços.
Da falta dos aplausos e do chorar juntos.
Lugar do aflorar da raiva disfarçada,
dissimulada,
não posta para fora...
Da raiva não vivida para, enfim, ser enterrada!
Lugar do seguir adiante buscando meu caminho,
Posto que iluminações sempre chegaram a mim,
Como clarões de ajudas internas e externas,
Por estar num alerta constante e transcendente:
__Comigo;
__Com amigos de uma rede de apoio desta vida;
__Com amigos invisíveis que, pressentia, estavam presentes...
por ouvir através de ouvidos fluídos
e, confiante, os seguia.
Histórias de força de vontade e de determinação paterna.
Enfrentamento de medos e limitações.
De ter racionalidade, honestidade e Justiça:
-- O maior legado ensinado por meu pai!
Histórias de todos os matizes,
De alegrias, choros e sentimentos vários.
Fatos carregados comigo,
que me formaram!
Parte III
O bilhetinho de despedida,
posto ao lado do corpo morto de meu pai,
queimou-se na fornalha que consumiu seu físico e transcendeu sua alma.
As palavras escritas foram apagadas da memória
ao serem consumidas pelos fogos fátuos e dos rios eletrificados...
Apesar das palavras virarem cinzas junto às suas cinzas,
foram-se juntar ao pai espiritual e da minha história,
Como que coladas em sua pele para acompanhá-lo por um bom período
Ou para todo o sempre.
A história que agora se inicia:
__A minha...
__A sua,
ora separadas,
Decidirá novos caminhos!
Quem sabe,
um dia,
se cruzarão de novo...
Para terem um desfecho renovado,
aquele do afeto claro,
inocente,
fraternal,
mas consciente de humanidades!
Quem sabe o que o destino nos reserva!
Sigamos!
abril/ 2024
Com o sofrimento,
Aos tropeços...
aprendi a ficar calada
meus olhos expressando tudo
e a minha boca fechada
Por que fiquei assim?
porque fui mal interpretada
maltratada
porque de mim
poucos entendiam e
outros quase nada
passei a refletir mais,
comecei a medir e a pesar
tudo o que eu deveria ou não falar,
em busca da paz...
Do silêncio fiz-me
boa ouvinte,
aprendi a prestar mais atenção
a discernir com calma
e a não agir com a emoção
as relações se tornaram leves
os sofrimentos breves
Enfim...
A experiência me mostrou
que eu também estava errada,
que julguei e fui julgada
A vida se abrandou e hoje
Assim estou,
tranquila
em minha jornada.