Fé e Razão

Se a razão é uma dádiva do céu, e se o mesmo se pode dizer quanto à fé, o céu deu-nos dois presentes incompatíveis e contraditórios.

Minha fé é no desconhecido, em tudo que não podemos compreender por meio da razão. Creio que o que está acima do nosso entendimento é apenas um fato em outras dimensões e que no reino do desconhecido há uma infinita reserva de poder.

A fé e a razão caminham juntas, mas a fé vai mais longe.

Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a razão, em todas as épocas da Humanidade.

A fé precisa ser reforçada pela razão. Quando a fé é cega, ela morre.

A razão é escrava quando a fé e autoridade são senhoras.

A razão de ser de qualquer fé é trazer-nos uma certeza.

A fé na razão está sujeita a parecer racionalmente tão insustentável como qualquer outra fé.

É inútil falar sobre a alternativa de razão e fé. A própria razão é uma questão de fé. É um ato de fé afirmar que nossos pensamentos têm alguma relação com a realidade, por mínima que seja.

Deus não espera que submetamos nossa fé a ele sem razão, mas os próprios limites da nossa razão tornam a fé uma necessidade.

Sabemos que a fé consiste em crer naquilo quer a razão não pode entender.

A fé começa precisamente aonde acaba a razão.

Os vencedores não vivem movidos de ilusão e nem de emoção, porque vivem pela fé e a razão.

É a fé que incita a razão a sair de
qualquer isolamento e a abraçar de bom grado qualquer risco por tudo o que é belo, bom e verdadeiro.

É infrutífero falar da contraposição entre razão e a fé. A razão é ela mesma uma questão de fé. É um ato de fé assegurar que nossos pensamentos têm alguma relação com a realidade.

A fé aperfeiçoa a condição de entendimento da razão e a razão é o argumento aceito por todos os homens para esclarecer os assuntos da fé.

A fé consiste em acreditar quando está além do poder da razão acreditar. Não é necessário que uma coisa seja possível para que nela se acredite.

Os fundamentos da fé estão acima da natureza e da razão. Mas sobre a interpretação e a capacidade de conhecimento das experiências naturais, é a razão que tem a supremacia.

A importância dada aos bens terrenos está sempre em razão inversa da fé na vida futura.

Fé e razão são como a dualidade onda-partícula: pode-se ter as duas coisas, mas nunca ao mesmo tempo.