Faz Escuro mas Eu Canto
Sozinho
E mais uma vez sozinho e deprimido no canto do quarto escuro afogo-me em minhas lágrimas e só de pensar que eu irei de ficar sozinho novamente o peito me aperta e minha alma estremece.
Deixas-te me sozinho outra vez, e tua promessa que fizestes a mim? Foi verdadeira alguma vez? É pelo jeito não, prometeste-me que não irias embora como os outros, mas você foste como areia em uma ventania que some e desaparece.
A outro alguém não confiarei não pois esse mundo só quer fazer de cacos o meu coração, você não foi o primeiro mas sim o último, erro meu foi confiar minha alma e coração a quem não sabe amar, e reciprocidade fora falsa e os momentos esquecidos, tu fostes o ponto final para assim me mostrar que nasci para ser sozinho afinal...
Eterna Amiga
A fria palavra do escuro no canto
congelava, proliferava e ardia
incessante.
Sob corpo quebrável a minha sonolência tétrica
alastra como doença o gelo em meu rosto
Deprimindo, debilitando, abatendo descanso.
Oculto, as paredes sussurram mortas
e antipáticas gotas delas escorrem.
Minhas conhecidas por mim não choram.
E lá vai ela, pura, doce e bela, mais uma vez sentada num canto escuro,
com a cabeça lotada de pensamentos, os olhos inundados e a boca cheia de palavras não ditas.
-por quanto tempo isso vai machucar você?
No monte escuro e pálido, fecundo de essência, pernoita no canto o rebanho... lânguido e magoado.
As estrelas caiem e abraçam essas almas docemente acesas, de olhos esbugalhados e afundadas em semânticas conscienciosas, cruéis, que sorriem ao pastor, as ovelhas três malhadas... perturbadas pela existência de uma razão, as suas... diria.
Nesta oração incluo os que são, porém, cépticos na sua mecânica, de cor azul, perdidos em aritméticas que ustulam nos vértices combalidos e moribundos, tal e qual os combates ultramarinos... foda-se... penso eu, nem os cabelos luminosos que circundam a beleza da sorte se anunciam...