Faz de Conta Qu eu Acredito
Fingir que acabou, fingir que não tem mais nada haver entre nós dois, você não entenderia o que eu quero te dizer,
Eu preciso que a brisa me guie até o doce encanto de tua alma onde assim eu tenha o privilégio de uma vida verdadeira..
E se não me faltasse paciência pra ver tudo se enquadrar? E se eu não mais tivesse vontade de pintar esse auto-retrato todo cheio de rasuras? E se eu ainda fosse tua? E se o céu, encoberto de estrelas, viesse ao chão pra deixar tudo mais belo? E se os abraços que eu recebo fossem todos sinceros? E se os segundos resolvessem gravar as mentiras que eu ouço? E se tudo que há de concreto virasse as paredes do meu calabouço? E se nem os anjos souberem de mim? E se eu for apenas uma vírgula pro fim? E se o sol tivesse acordado mais tarde e eu dormido mais cedo?
E eu criava camadas cada vez mais grossas, com grades, alarmes que tocavam ardorosamente quando um desavisado resolvia se aproximar. Ah, meus amigos, vocês não sabem como é estar soterrado por várias camadas e continuar vivo..
E o que dizer a vocês enquanto essas questões não se resolvem? Que eu vou levando do jeito que posso, do jeito que sei. Que as estações me trouxeram um pouco de verão, mas que me ensinaram a ser inverno. Que eu brinco o tempo todo porque dessa forma eu memorizo, eu só guardo os sorrisos que arranquei. Que as flores e as estrelas são as coisas mais lindas que eu vejo e que eu me identifico com os pingos da chuva. Que eu me apaixono e trapaceio, que eu erro e peço arrego, que eu sei pedir licença, mas não lido bem com pontos finais. Sabe, meus caros, o mais duro foi ter nascido coração demais. É foda ter que bater na própria porta todos os dias pedindo pra sair um pouco.
Eu te deixei no ponto mais longe para que eu não pudesse tocar quando sentisse frio. Retoquei a minha máscara de ferro com maquiagem azul e fui dançar com o vento na esperança de que ele me levasse para os lugares mais quentes, para onde minha memória repousasse como uma gota de chuva em uma folha. Era inútil imaginar uma vida sem você, sem as coisas que você me trazia, o cheiro de rosa do seu sorriso no fim da tarde, toda a sua ingenuidade ao dizer que não sabia mais o que sentia por nós.
Acredite, não há como separar estrelas do céu, algas do mar, eu sempre lhe disse isso. Você sempre querendo dividir nossa vida em meses, em dias, horas. Eu só queria ali, agora, sempre, você não sabe como é viver de urgências, de instantes, é uma delícia, meu bem, e você não aprendeu.
Sabe, vou aprender com você a fazer planos, você foi sempre mais feliz com eles que eu com meu 'instantismo'. Você foi fiel a eles até eu dizer que não iria mais brincar de realizar seus sonhos, que não, eu não seria sua fábrica de futuro.
Você acha mesmo que alguém pode te amar tão profundamente como eu te amei ? Acha que alguém faria tudo o que eu fiz por você um dia ? Não , ninguém seria louco como eu .
Eu tenho esse meu jeito louco de ser , de viver a vida . Mais é o meu jeito ! Quem é você pra me dizer o que fazer?
O meu amor (2)
O amor que eu tenho é puro, é único
único como a pureza, puro como o amor
tenho o amor dos nobres, nobres na alma...
vagabundos no amor...alma dos solitários
Canto de dor - sofrimento e lágrima,
Instinto ateu
Nó na garganta, amor impuro,
Impuro como eu.
Eu vi os lados dos lagos indispostos,causando toda a embriagues. Tornando-se vivente luz do meus olhos,encontrando-se passes incertos e inconcretos. Ardendo em mim. Vivendo em mim,a paz em mim,a luz em mim,a vida em mim.
Eu procuro pessoas, respostas erradas. Solitária em meu mundo, eu vejo a distância que me existe, e vivo essa alegria!
Eu poderia ter escutado melhor o silêncio enquanto você passava e calava sob mim. Poderia ter repousado sim, mais vezes, os meus dedos nos teus olhos. Ter dado dois passos e encostado meu ombro no teu choro. Eu poderia. Poderia ter virado o lado do rosto, acolhido a sua dúvida, alongado a noite. Poderia e iria entender o teu mundo até quando houvesse um nós brindando possibilidades.
Eu poderia ter levado o meu meio com a gente até o fim. Ter sido só começo, ali, na orla do seu amanhã que ainda tem a mesma cara de hoje e de sempre. Dosado as palavras, adoçado a poesia ao teu modo e encanto, eu poderia. Ter olhado no momento certo em que você também olhava pra si. Ter sentado, esperado, amanhecido. Ter cantado a minha vontade novamente mesmo depois de ter esquecido a letra.
E não sei se você entende, se você sente que eu ando complicando demais minhas escolhas, que de tão inusitadas e bobas, me fazem de qualquer coisa. Então acabo leve. Breve. E carrego no rosto um sorriso quase derradeiro. Deixando passar, duro só o bastante. E aquele instante que poderia ter parado ali pra todo mundo ver, fica atrás de mim, longe de tudo.
Acho que é por isso que alguns encontros vivem partindo. É que às vezes custa muito agarrar um caminho no colo e decorar todos os tetos de sonhos quando o agora não tem a intenção de morar.