Faxina
... E é isso que estou fazendo...
Tanta coisa pra lidar, tanta gente “acreditando em mim”... Tantos sonhos e tantas decepções... De repente não tinha mais espaço pra tudo isso dentro de mim. Foi enchendo e enchendo que transbordou. Senti-me “aqueles acumuladores compulsivos”, não de coisas, mas sim de sentimentos e sensações. Precisava me livrar de todo aquele lixo que estava na minha mente. Então fui pegando tudo e empacotando, colocando em caixas e arquivando. Não faço ideia do que vou fazer com isso, não tenho noção, se algum dia voltarei a abrir, mesmo que seja só pra recordar ou se vão ficar para sempre no porão da existência... Mas o importante agora é que estou de alguma forma conseguindo encontrar no meio dessa arrumação toda (SENTIDO). Vejo que os corredores vazios dentro de mim me facilita andar, ver e achar pessoas e sensações que estavam perdidas. Sinto-me bem agora, respiro ar frescos, o meu corpo que é meu templo esta mais fácil de cuidar. Durmo sem montanheiras de pensamentos e tudo parece mais leve e fácil. Claro que ainda falta muita coisa pra eu arrumar, empacotar, me livrar ou redescobrir... Mas toda faxina é assim, aos poucos, devagar e o que eu mais quero é aquele sentimento de olhar no fim de limpeza e dizer: TUDO EM ORDEM AGORA!
E, ela aproveitou o vazio da ausência dele para se movimentar dentro de si mesma com a liberdade que há tempos não tinha, faxinou todos os cantos, jogou fora tudo que não acrescentava mais, encheu-se de amor-próprio e aprendeu a amar a própria companhia.
