Fatal
Todo dia, quando acordo ao seu lado, não acredito na sorte que tenho. Amo você.
Tenho uma vida perfeita. Mas, sabe, um dia você acorda e sente que a pessoa do seu lado é um total estranho.
O que mais me machucou foi que não importa quanto tempo nem quanto esforço investi, ela não me levou a sério.
Algumas pessoas choram, outras bebem, outras escrevem poesia. Eu machuco os outros. Posso usar isso pro bem.
Ei mano eu quando rimo sou fatal,
eu luto pelo bem e nao pelo mal.
Vivo a realidade dura e crua,
porque a verdadeira essência vem da rua.
Ser sociável é algo arriscado - até fatal - porque isso significa estar em contato com as pessoas, e a maioria delas são estúpidas, perversas e ignorantes, e só estão realmente com você porque não conseguem aguentar a própria companhia. A maioria das pessoas entende a si própria e te considera não como um amigo verdadeiro, mas como uma distração - como um cachorro dançante ou algum ator imbecil com um fundo de histórias divertidas.
Lembrar-me-ei de ti
Lembrar-me-ei de ti, e eternamente
Hei de chorar tua fatal ausência,
Enquanto atroz saudade
Não extinguir-me a seiva da existência;
E recordando amores que frui,
Por estes sítios sempre entre suspiros
Lembrar-me-ei de ti.
De noite no aposento solitário
Cismando a sós, verei a tua imagem
Aparecer-me pálida e saudosa
Dos sonhos na miragem;
E então chorando o anjo que perdi,
Meu leito banharei de ardente pranto
Chamando em vão por ti.
Quando a manhã formosa alvorecendo
De seus fulgores inundar o espaço,
Demandarei saudoso
Esse lugar em que no extremo abraço
Teu lindo corpo ao peito meu cingi;
E deste vale os ecos acordando
Perguntarei por ti.
Quando por trás daqueles arvoredos
O sol sumir-se, vagarei sozinho
Por essas sombras, onde outrora juntos
Nos sentamos à borda do caminho;
E às auras que suspiram por ali,
Inda teu doce nome murmurando,
Hei de falar de ti.
Além, onde sonora a fonte golfa
À sombra de um vergel sempre viçoso,
Que sobre nós mil flores entornava,
Irei beijar a relva em que ditoso
Sobre teu seio a fronte adormeci,
E com a clara linfa que murmura,
Suspirarei por ti.
E quando enfim secar-se a última lágrima
Nos olhos meus em triste desalento,
Bem como a lira, em que gemendo estala
A extrema corda com dorido acento,
No sítio em que a primeira vez te vi,
Exalando um suspiro, de saudades
Hei de morrer por ti.