Fantasma da Opera
Fantasma
São nas tardes de domingo,
no pensamento vazio
Que você surge
Voraz
Depois de dias inertes
Vem com um estalo
Um alfinete sob o lábio
E chove
E entra
Sem medo, sem precisar
E eu me lembro
Dos seus traços, dos seus braços
Dos embaraços
Entrelaçados
Desgraçados
Será que um dia terá pena
e deixará de espetar?
Ou será para sempre a roseira morta
que tenho no jardim?
Agora vai, mas um dia volta
E bate na porta vestido de esperança
Com um sorriso maldoso que traz na manga
A ponta conhecida da lança.
não sei de quem a mão
fantasma que esfuma
o meu rosto o meu tempo o reflexo
que me habituei
a confirmar aqui
não sei quem plantou
na minha cara uma outra
biografia
não sei ao certo
mas desconfio que essa neblina
no espelho
seja eu.
O governo não governa apenas cogita alienações e engôdos no alem de tudo
obras mais obras fantasmas ou que é apenas para inglês vê.
o tempo se passa no astral dos espíritos,
deformasse a interrupta voz hipinótica,
ratos caminham para morte no rio...
Filhas vigiadas pelos pais e as esposas presas pelo fantasma da solidão, são as que possuem o coração mais ansioso pelo amor. O quê é proibido e o quê é negado sempre fornecem mais intensidade para se abrir as asas do amor, do desejo e da fantasia
Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Você é um fantasma e fantasmas não podem falar. Sabe como eu sei disso? Porque, se fantasmas pudessem falar, eles teriam dito alguma coisa antes de desaparecer.
Viajo em seus olhos
Como um trem fantasma
Em busca de terminar
Como o único condutor
De seus, lábios.
Sydney
Um fantasma de Esparta
A visão, o ato sequencível
Tudo parece como moldes
O aquisicional se torna interposto
Palavras, visões, talvez um recheio ocidental
É isso, o perímetro desnorteável
Tudo parece, tão confuso
Não é velha abundante
Júpiter dá as caras
O visível soterga, o ponto austral
O viverdar aprisiona o mormeio sedento
O transparecível, o apetrecho coligário
O molde sazonal do tempo interposto
Tudo se coliga, não é irmão (Yes or No?)
Fábulas pequenas, núcleos do tamanho de uma selva
O coligário, o vertejar insólito
Carreira interposta, permissível
Claro, contragulando suas gotas
O vendaval se torna imaginável
Talvez, irresolvível
Claro, apreendendo os de Sydney
Meu momento '' Você disse alguma coisa sobre os soviéticos? ''
O medo nossa posição
O ato I, o ato da ''lms''
Sim, os taberneiros de plantão
Sussurre sua voz, não é altivo
O mundo pertence os sádicos
A carrocinha dá seus pulos
O que quero é solavancar suas ideias
Discípulos de Judá, ordem e progresso
Ou diria, perda e chantagem
Assinado por ele, o monstro da dúvida
o corpo pairando
suspenso nu
fantasma sem cor
com forma de fantasma
candura obliterada
interrupção incomum
cadáver assombroso
terra inclinada na chuva
um poeta sobre uma poça
milenar
o sangue coagulando todo
vertical
a veia míope tocando o
horizonte
a vírgula expansiva da sua artéria
cavernosa
os pés, uma chaga infernal do
caminho
as mãos, um claustro negro de
silêncio
o poeta salta
o poeta corre
o poeta também ri
mas o poeta está morto.
(Pedro Rodrigues de Menezes, "o poeta, o poema e o fantasma")
"fantasma"
Se tudo fosse lógico
o sentido se perderia no vazio de se sentir comigo
no afeto ao que tens me pedido
lembre-se de nunca ser visto
e sempre tente aniquilar tudo aquilo que sente
como um fantasma que sempre mente
e desaparece sem nunca ao menos
ter aparecido na sua frente.