Fantasia e carnaval
Contratos
Contrato da Paz
Fica estabelecido neste contrato:
08 dias de descanso absoluto, nenhum vizinho ao seu redor, ninguém passando na rua, seu sono será tranqüilo, uma sombra enorme para colocar o carro, a chuva acalmará ainda mais os seus dias e quando tiver sol o seu lugar na areia terá vista total para o mar, escutarás as músicas de sua preferência e não terá hora para nada,
Contrato da Alegria
Fica estabelecido neste contrato:
Seus momentos de paz acabaram, a partir de hoje serão 3 dias de muito barulho, os vizinhos todos ao redor retornaram, a rua é movimentada 24h, as músicas serão um pedaço de cada, tocadas no volume máximo por todos, seu lugar na areia é um cantinho sem vista direta para o mar, apenas frestas entre cada guarda-sol, seu carro não sairá da garagem pois a sombra já está ocupada desde o amanhecer e o seu sono será interrompido a todo momento pela alegria do folião que passa.
Considerando os dois contratos achei prudente assinar os dois, pois nesta vida precisamos de tudo um pouco.
Paz e alegria!
Todo ano milhões de pessoas fazem a festa da carne, mas depois a da penitência. Nada pensam e saem de tudo isso tranquilos com sua consciência achando que não devem nada pra Deus.
"Não há bem que sempre dure, e nem mal que nunca se acabe..."
Como existe quem gosta do Carnaval, e quem o deteste,
a escolha é de livre arbítrio...
O certo é que acabou, e agora ao invés das Escolas de Samba,
vem a Escola da Vida...
O Carnaval passou, ou quase, pois pra muita gente continua...
o que foi, foi, o que não poude ser, não foi...
Agora é cair no real, pois as contas vem em Real...
E se muito gastou... Como vai ser?
Deixa pra pensar depois...
CARNAVAL PASSOU
Marcial Salaverry
A vida continua,
esta é a verdade nua e crua...
O trabalho novamente encarar,
porque as contas vão continuar a chegar...
Acabou a folia,
agora cair na rotina de todo dia...
O que no Carnaval aconteceu,
apenas esquecer... morreu...
Aquela paquera,
vai ficar na espera...
No ano que vem tem mais...
é só esperar... e que não seja demais,
porque agora é cair na real,
e ver sobrou algum Real...
Vamos pensar em trabalhar,
pelo menos pensar, né?
Marcial Salaverry
Se pra me amar você não serve
Pra beber deixa que eu me sirvo
Cerveja quente e mulher que não ferve
Não indico pra nenhum ser vivo.
No meu copo quero espuma
Loira suada, gelada a zero grau
Porque se não a cobra fuma
Eu faço um fusuê no carnaval.
Seja no copo, na latinha ou no gargalo
A cerveja vai pro ralo
A boca beija, eu deito e rolo
Na quarta feira
Depois do cantar do galo
Aí é que eu quero colo.
Existem várias formas de ter fé eu já perdi a minha muitas vezes que tal começar a ter confiança em si ao invés de mentir para si mesmo ? Eu rogo pela ciência e pela religião sem magoar ou ferir utópicos mundos.
Vamos esquecer um pouco das cobranças, esquecer um pouco dos rancores, deixar de lados as desavenças, se jogar nas confetes de ternura, nadar nas confetes de alegria, principalmente fazer dos momentos descontraídos do carnaval, a pista de fraternidade. Banhados em confetes coloridas de amor.
Existe muita gente que condena as práticas carnavalescas, mas na sua vida pessoal, não descoberta pelo manto de uma suposta decência, esconde aberrações de diversas ordens, que deixariam ruborizados os mais agitados pierrôs.
Da própria desgraça...
O povo faz graça...
Esconde seu rosto ...
Atrás de uma máscara...
É Pierrot... é Colombina...
Melindrosa na esquina...
Vestindo a alma sorrateira...
Tudo se acaba na quarta-feira...
Mesmo que ainda não queira...
Vestidos coloridos...
Corpos retorcidos...
Ao som de músicas alegres...
Copos cheios...
Desejos...
Um brilho se faz...
Contumaz...
Nosso verdadeiro desponta...
Na cabeça que gira...
Na alma vazia...
No corpo que clama...
Da sofreguidão a chama...
Nessa hora tudo é querer...
Mesmo sem poder...
É lícito...
Será que me convém um gemido?
Façamos de conta que tudo vai bem...
Seus confetes e minhas purpurinas...
O quarto não tem paredes...
A cama lama...
Sem carência de malícia...
Aonde deixei minhas plumas?
Tanto tempo no vai e vem...
Que continuo à deriva...
Subindo e descendo...
Já não sou nada...
Já não sou ninguém...
Breve, forte, verdadeiro...
Amor de tempestade...
Foi consumado...
Trouxe felicidade...
#É #carnaval...
Não me leve a mal...
Sandro Paschoal Nogueira
O povo que festeja não se sabe
de alegria ou de dor,
... mas dança a música que entoam.
A melodia vem com a canção e o povo festeja.... viva a mazela, escondam a desgraça, a peste o pudor...
entrou-se em devaneio onde esquecemos a caça o caçador,
as derrotas, e desesperanças.
Tudo adormece, entramos em devaneio é carnaval
Vidas marcadas por traumas, angústias jamais sonhadas. Desilusões e decepções passadas que nunca foram superadas. Casamentos desfeitos que sempre pareceram sem jeito. Sorrisos forçados que escondem corações dilacerados e marcados. Mas... Tudo isso parece normal nos dias de carnaval.
Meu Brasil de Orixás
Levanta poeira
Gira roda gira,
Gira roda baiana
Verde e branco na avenida.
Vem meu amor,
Esse enredo é todo presente.
Os deuses ficam contentes
Com esse luau de esplendor.
Todos os diabos estão soltos,
Loucura é sinônimo de paixão,
Nanã é deusa da chuva,
Xangô é deus do trovão.
Omulu, o rei dos cemitérios
É a força da transformação,
Dono da vida e da morte
Me dê paz nesta vida de ilusão.
Quero ter o seu amor,
A magia começou.
No terreiro sou a gira,
Sou a raça multicor.
A caça é o vício de Oxossi,
É deus dos caçadores,
Protege a natureza generosa,
Aumenta a fartura de amores.
E por falar em amores,
Iansã se apaixonou por Xangô.
Sensualíssima e fogosa,
É tormento na avenida, Vem Quem Quer!
Vem quem quer meu pai Obá,
Vem girar ô mãe Nagô,
Quero ver você suar
Esse corpo de Oxalá.
Levamos com orgulho a bandeira da escola da vida,
Graciosamente dançamos com as surpresas das horas sem escorregar e deixar o chapéu cair,
Tocamos a bateria com vigor e entusiasmo,
Muita marcação no Surdo de primeira, Surdo de segunda e de terceira,
Na caixa de guerra, repique, chocalho, tamborim e cuíca,