Falta de Ar

Perdoamos mais vezes aos nossos inimigos por fraqueza, que por virtude.

Compreender é perdoar.

A chave de todas as ciências é inegavelmente o ponto de interrogação.

A inveja, que abrevia ou suprime os elogios, é sempre minuciosa e prolixa na sua crítica e censura.

Nem a fortuna nem a grandeza são, por si sós, suficientes para sermos felizes.

A impunidade é segura, quando a cumplicidade é geral.

A constância é o fundo da virtude.

Todo o argumento permite sempre a discussão de duas teses contrárias, inclusive este de que a tese favorável e contrária são igualmente defensáveis.

Um autor estraga tudo quando pretende fazer bem de mais.

O estudo confere ciência, mas a meditação, originalidade.

Enquanto se ameaça, descansa o ameaçado.

O fim da vida não é a felicidade, mas o aperfeiçoamento.

A intolerância irracional de muitos escusa ou justifica a hipocrisia ou dissimulação de alguns.

O amante é um arauto que proclama onde existe o mérito, o espírito ou a beleza de uma mulher. Que proclama um marido?

As paixões perdoam tão pouco quanto as leis humanas, e raciocinam com mais justeza: não se apoiam elas numa consciência que lhes é própria, infalível como o é um instinto?

Que o papel fale e que a língua se cale.

Cada um é como Deus o fez, e muitas vezes até pior.

Para aparecerem no jornal, há assassinos que assassinam.

A avareza começa onde termina a pobreza.

O invejoso é tirano e verdugo de si próprio: ele sofre porque os outros gozam.