Falta de Ar

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O instinto na mulher, equivale a perspicácia nos grandes homens.

Os nossos inimigos contribuem mais do que se pensa para o nosso aperfeiçoamento moral. Eles são os historiadores dos nossos erros, vícios e imperfeições.

Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.

Paulo de Tarso
Bíblia, 1 Coríntios 13:13.

O amor é o egoísmo duplicado.

Machado de Assis

Nota: Autoria não confirmada.

Poemas da amiga
VII

Gosto de estar a teu lado,
Sem brilho.
Tua presença é uma carne de peixe,
De resistência mansa e de um branco
Ecoando azuis profundos.

Eu tenho liberdade em ti.
Anoiteço feito um bairro,
Sem brilho algum.

Estamos no interior duma asa
Que fechou.

De Poemas da Amiga

Mário de Andrade
ANDRADE, M., Poesias Completas, Vol I, Nova Fronteira

A vida é um sono de que o amor é o sonho, e vós tereis vivido se houverdes amado.

As tristezas não foram feitas para os animais, mas para os homens; mas se os homens as sentem muito, tornam-se animais.

A ingratidão é filha da soberba.

Depois de se fazer amor, o primeiro a falar diz uma tolice.

Quando se ama, o amor cerra o coração a todos os prazeres que não decorram dele.

Nas mulheres jovens, a beleza supre o espírito. Nas velhas, o espírito supre a beleza.

Sentir, amar, sofrer, devotar-se, será sempre o texto da vida das mulheres.

A tolerância é a virtude do fraco.

A natureza deu-nos duas orelhas e uma só boca para nos advertir de que se impõe mais ouvir do que falar.

A amizade é como a sombra na tarde - cresce até com o ocaso da vida.

O estudo foi para mim o remédio soberano contra os desgostos da vida, não havendo nenhum desgosto de que uma hora de leitura me não tenha consolado.

Ao longo da tua vida tem cuidado para não julgares as pessoas pelas aparências.

A covardia é a mãe da crueldade.

O casamento deve combater incessantemente um monstro que devora tudo: o hábito.

No alto

O poeta chegara ao alto da montanha,
E quando ia a descer a vertente do oeste,
Viu uma cousa estranha,
Uma figura má.

Então, volvendo o olhar ao subtil, ao celeste,
Ao gracioso Ariel, que de baixo o acompanha,
Num tom medroso e agreste
Pergunta o que será.

Como se perde no ar um som festivo e doce,
Ou bem como se fosse
Um pensamento vão,

Ariel se desfez sem lhe dar mais resposta.
Para descer a encosta
O outro lhe deu a mão.

Machado de Assis
Ocidentais (1880).