Falecimento de um Parente Querido
CIDADE SORRISO
Em minha memória, uma saudade
Dos tempos de outrora, um aviso
Daqui fui, aqui voltarei, realidade
Uma mineira cidade, cidade sorriso
Onde sempre fui, territorialidade
De minha alma, aqui sou indiviso...
Neste um universo, versa a beleza
Gente de minha história, de contos
Em um recital duma incrível pureza
Poesia nas velhas cadeiras, pontos
Seresteiros cheios de doce certeza
Nada ali é pequeno. São confrontos!
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Saudade é quando o coração quer correr de volta a um lugar
que não existe mais, embora à alma pareça que tudo ainda esteja lá.
SAUDADE
Sinto saudade da minha velha infância. Das manhãs de sábado que eu pulava a cerca daquele final de rua, que por fim dava acesso à aquele pasto verde onde eu corria descalço pra chegar até aquele pequeno riacho. Era o máximo, e assim eu passava a amanhã inteira debaixo daquelas sombras, escutando os pássaros cantarem e muitas vezes eu dormia numa areia branca há poucos metros da água... Já era tarde quando eu voltava, todo sujo eu voltava pra casa e muitas vezes nem me importava com as minhas pequenas gigantes preocupações, tipo a tarefa que ainda não tinha sido feita. Sinto saudade, saudade da minha época de escola onde eu me sentia tão bem quando sentia o cheiro da comida por volta das 9 da manhã... Saudade daquele medo que eu sentia toda semana quando minha mãe ia até à escola pra ouvir reclamações minhas, poxa quem não teve uma infância assim? A minha alegria quando chegava o anoitecer era pegar minha bicicleta e andar pelo bairro junto com minha turma... Que saudade! Saudade das vezes que eu aprontei artes, artes que hoje me fazem rir,mas que na época eu tinha medo de ser preso... Bons tempos que não voltam mais.E assim tudo vai se tornando como minha infância, só os pensamentos bons vão restando, e assim a vida vai seguindo deixando pra trás apenas as minhas doces experiências que vivenciei, que no futuro vou vivenciar e que por fim ficará apenas assim, só em pensamentos...
VARANDO A MADRUGADA
Esta tal melancolia, misto de saudade e quietude
em demasia...
o peito aperta, a lágrima engrossa mas não cai
... e o olhar se perde no friso de alguma luz esquecida acesa...
melanialudwig
Minha saudade tem a música
de Cazuza na vitrola
Tem o samba da
boemia de Cartola
Um quadro de um riso lindo
na memória
E o vazio de um tempo bom
que foi embora .
Carinho é a alma em movimentos,
é saudade, é fonte, é calor,
é vento que sopra onde há amor,
é bálsamo que cura onde há dor,
Carinho é tempo que traz alento,
é toque, é cheiro, é sentimento,
é beijo, é abraço, é sustento
é a brisa que passa neste momento,
Carinho é amizade, liberdade, sinceridade,
é sorriso que se dá na força de um olhar,
é aconchego quando a solidão apertar,
Carinho é a suave sensação de termos quem nos
ama por perto o tempo todo a nos alimentar....
Carinho é virtude de quem sabe dar....
Morrer de saudade é quando a saudade que morre, não você. Então, sem hipocrisias, eu vou sentir muita saudade, uma bonita saudade, uma doída saudade, mas não vou morrer dela, porque ela também nunca vai se acabar.
*”Treine tanto, ao ponto do seu coração bater forte de saudade do tatame quando você estiver em casa”*
Canção da Saudade
Saudade, palavra doce,
Que traduz tanto amargor!
Saudade é como se fosse
Espinho cheirando a flor.
Saudade, ventura ausente,
Um bem que longe se vê,
Uma dor que o peito sente
Sem saber como e porquê.
Um desejo de estar perto,
De quem está longe de nós;
Um ai que não sei ao certo
Se é um suspiro ou uma voz.
Um sorriso de tristeza,
Um soluço de alegria,
O suplício da incerteza
Que uma esperança alivia.
Nessas três sílabas há de
Caber toda uma canção:
Bendita a dor da saudade
Que faz bem ao coração.
Um longe olhar que se lança
Numa carta ou numa flor,
Saudade – irmã da esperança,
Saudade – filha do amor.
Uma palavra tão breve,
Mas tão longa de sentir
E há tanta gente que a escreve
Sem, a saber, traduzir.
“Gosto amargo de infelizes”
Foi como a chamou Garrett;
Coração, calado, dizes
Num suspiro o que ela é.
A palavra é bem pequena,
Mas diz tanto de uma vez;
Por ela valeu a pena
Inventar-se o português.
Saudade – um suspiro, uma ânsia,
Uma vontade de ver
A quem nos vê à distância
Com os olhos do bem querer.
A saudade é calculada,
Por algarismos também:
“Distância” multiplicada
Pelo fator “Querer bem”.
A alma gela-se de tédio
Enchem-se os olhos de ardor...
Saudade – dor que é remédio,
Remédio que aumenta a dor.
Hoje eu acordei com saudade e com aquela preguiça típica das manhãs ensolaradas de domingo. Saudade das manhãs perfumadas pelo cheiro de café quente e o bolo de fubá da minha avó. Lá fora o sol acordou devagarinho, sem pressa alguma, espalhando com seus raios a esperança e a luz de um dia novo. Antes de me levantar saudei-o com um sorriso grato e abracei depressa o instante antes que ele me fugisse.