Falecimento de um Parente Querido
Pula Pula
Criança ilumina qualquer dor
porém cava a maior saudade
sem maldade, na inocência
pura benevolência
Criança? Mata a sede dos meus olhos
dando-me água com as mãos.
Ô moço! Chora não.
Quer brincar? Só me dê seu coração,
nem mais um tostão!
Caminha a passos minúsculo, pequeno pesado.
Na vida há imprevistos, notícia inopinada
surge no final da tarde, depois que o andarilho
de camisa amarela suada, desbotada
jogou na garagem espelhada por objetos (bem definidos)
um papelucho desorientador, e inerte.
No balanço da árvore os cabelos voam,
desprendem-se até a moleira,
despenca maças carnais dos galhos
e sobra salada na sobremesa saudável.
É levada para a casa do moço bom,
-Ele gosta de você, terá todo cuidado
de porcelana frágil, estás em boa companhia
-Tudo bem mamãe, eu sei, eu te amo,
chama lá a vovozinha.
A mãe desaba como a fruta, a maçã
e sabe da força do filho,
daquela criancinha,
que corria para sua cama,
com medo de monstro da infantil fantasia.
Se apega no terço coração marejado
-Mãe rainha, derrame suas graças
na minha pobre filhinha.
Força maior do dia, dia-a-dia, nutrida
por mistura composta por três partes
Há bolinhas de sabão por tudo
e palhaços a cantar uma vez por mês
só pra sonhar com papai do céu
toda vez.
Exemplo há superar.
Criança chora, ainda brinca
criança dorme eternamente,
vai para o infinito cativante
silencioso, escuro, molhado
florido, inesquecível.
Na caixinha de boneca toda branca,
o carrinho empurrado com sutileza
igual àquele carrinho
de madeira puxado
pelo cordão do peão.
Criança? Criança é ternura em cima
do cavalo magricelo de vassoura:
-Devolve menino, tenho que varrer,
seu pai há de chegar, e entra pra dentro
que vai chover.
Adulto é ser, ter o desgosto de não
poder deitar no chão, junto à chuva
sem saber se vai resfriar.
É não arrancar a tampa do dedão,
chutando bola de leite: -Silêncio, caiu no vizinho
O senhor se apegou a camada de borracha
protetora de incômodos terrenos, empoeirados:
-Devolve a bola moço?
Implora, choraminga e míngua:
Só mais dez minutinhos mamãe...
é minha vez de procurar a minha paixão
no esconde-esconde e polícia e ladrão:
-Achei, agora me dá um beijinho? Um beijinho Zinho?
-Entra menino, o jantar está pronto
panela de barro pro feijão cheirosinho, avental
e cadernos com lápis e borracha, juntos com a
tábua de tomate
-Dever? É obrigação!
É bom viver, aprender com corpos franzinos
pequenos, ter aula de ser prazenteiro
sem se fincar para pagar conta e cartão.
Criança? É aprender que a vida brota do chão.
A saudade que mais dói é saber exatamente onde a felicidade mora, mas a distância bate a sua porta e diz que, por enquanto, é só saudade.
E nesse exato instante um sentimento me invade
É a saudade do que não volta mais.
Dos bons momentos felizes que passamos juntos.
Eles não voltam mais.
Saudade do sorriso, do abraço apertado.
Eles não voltam mais.
Do boa-noite e do te amo antes de dormir.
Eles não voltam mais.
Saudade dos planos e dos sonhos.
Que não voltam mais.
Saudade do sentimento puro, sem manchas das decepções.
Mas ele? Ficou lá atrás!
Num tempo bom, que não volta mais!
Hoje acordei com uma saudade calada, de um tempo que se foi, ficou no passado, vamos vivendo mesmo com coração apertado, uma hora ele aprende, bom dia....
Eu querendo escutar aquela porta se fechando atrás de mim sem sentir saudade. Eu querendo um alivio que não existe nessa vida. Nesse minuto quebrado, eu te querendo de verdade, sem pensar em te reinventar. Não acredito no nunca mais, nunca mais é morte...Mas é o que sinto agora, vou te perder para o nunca mais.
A saudade aperta; o coração dói; a saudade sai pelos olhos em forma de lágrimas e a dor pela boca em soluços e gritos; o vazio ocupa todo o espaço; a mente enche-se de dúvidas do que é certo e errado; a mistura de sensações e sentimentos: frio, calor, arrepio, dor, alívio, dormência, paixão, ódio, resiliência, mágoa... A única certeza: É AMOR!
Às vezes a saudade é tanta, que eu fecho os olhos na esperança de te ver de novo. Todos os dias me pergunto como vou viver sem seus abraços, sem ouvir sua voz. Mesmo sabendo que já faço isso todos os dias durante um bom tempo. Não me acostumo. É impossível me acostumar com essa sensação de fragilidade e impotência. Não gosto de falar essas coisas, me soa dramático demais. Você me conhece, nunca gostei de drama. Mas é como se eu vivesse um dia de cada vez acreditando que mais cedo ou mais tarde a gente vai se encontrar de novo. E acredito. Acho que é isso que me mantém de pé e me dá forças pra continuar. Mas mais do que por mim, todos os dias penso em realizar os nossos sonhos por você também. Penso no seu sorriso quando me vê conseguindo alcançar tudo o que planejamos, porque acredito que embora não estejamos juntos fisicamente, no fundo, nunca estivemos separados. Eu penso e sinto por dois. Por nós. É inevitável não pensar em você em pelo menos um minuto do meu dia. Você me ensinou o que há de mais especial na vida de uma pessoa: me ensinou a amar. Nunca pensei que pudesse existir um amor como esse, e pela primeira vez, deixo o tom de revolta de lado e venho aqui somente agradecer. Amanhã faz um ano que você se foi, e hoje eu entendo o porquê. Você partiu daqui pra viver pra sempre. E vai continuar vivendo, pra sempre dentro de mim.
Saudade é algo que sentimos de um tempo que fomos realmente felizes. Eu prefiro mil vezes sofrer de saudade, do que nunca ter vivido algo que deixe marcas e lembranças. E sem perceber, entre um suspiro e outro dizer baixinho... Que saudades!
Reflexo de saudade
Sinto tua falta
E envolvida no silêncio da noite
Avisto teu vulto tomando forma
Nas mais recônditas lembranças
Assombrando meus pensamentos
Acendendo meus desejos
Que afloram à pele
Tão logo te vejo
São nítidos ainda todos os sussurros
Suspensos no ar
Ecoando no tempo
Teu cheiro e textura inconfundíveis
Eternizando nossos momentos
Te amo apenas
Com coração gigante
Alcançando o distante
Sendo amada
Sendo amante
Poeminha peralta
A saudade sussurra baixinho
E o coração peralta se descobre em um dos seus dias de fuga
Foge, sorrateiro
Vai te procurar
Foge, bem ligeiro
Vai na pressa de te encontrar
Corre o mundo
Foge, fagueiro
Querendo apenas te abraçar
E peralta ainda mais fica
Quando alegre identifica
O próprio reflexo escapando do seu olhar...
Assim é amar!
Pintei um quadro com as cores da saudade
Minha inspiração veio das suas cores meu bem
Cores que derretiam sobre meu corpo
E que me deixavam despida de tons picantes
Quem não tem a saudade como companheira inseparável, ou desconhece o amor ou tem ainda todos que sempre amou vivos e a sua volta.