Falecimento

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O ser humano tem medo da morte porque tem medo da dor.
Não creio que uma pessoa em sã consciência
possa mesmo desejar que exista vida após a morte.

Uma perda, qualquer perda, é um aperitivo da morte – mas não é a morte, que essa só acontece no fim, e ainda estamos falando do meio.

Ela esquenta a papa do neto
Ele quase que fez fortuna
Vão viver sob o mesmo teto
até que a morte os una
até que a morte os una

É a pior morte, a do amor. Porque a morte de uma pessoa é o fim estabilizado, é o retorno para o nada, uma definição que ninguém questiona. A morte de um amor, ao contrário, é viva. O rompimento mantém todos respirando: eu, você, a dor, a saudade, a mágoa, o desprezo - tudo segue. E ao mesmo tempo não existe mais o que existia antes.

Martha Medeiros
MEDEIROS, M. Fora de Mim. Rio de Janeiro: Editora Objetiva, 2010.

Não pode falar em Direitos Humanos um país que pratica a pena de morte. A vida é o maior de todos os direitos do homem.

Não era amor. Aquilo era solidão e loucura, podridão e morte. Não era um caso de amor. Amor não tem nada a ver com isso. Ela era uma parasita. Ela o matou porque era uma parasita. Porque não conseguia viver sozinha. Ela o sugou como um vampiro, até a última gota, para que pudesse exibir ao mundo aquelas flores roxas e amarelas. Aquelas flores imundas. Aquelas flores nojentas. Amor não mata. Não destrói, não é assim. Aquilo era outra coisa. Aquilo é ódio.

"Ah! querida esposa, por que ainda és tão formosa? Pensar devo que a morte insubstancial se apaixonasse de ti e que esse monstro magro e horrível para amante nas trevas te conserve? Com medo disso, ficarei contigo, sem nunca mais deixar os aposentos da tenebrosa noite; aqui desejo permanecer, com os vermes, teus serventes. Aqui, sim, aqui mesmo fixar quero meu eterno repouso, e desta carne lassa do mundo sacudir o jugo das estrelas funestas. Olhos, vede mais uma vez; é a última. Um abraço permiti-vos também, ó braços! Lábios, que sois a porta do hálito, com um beijo legítimo selai este contrato sempiterno com a morte exorbitante. Vem, condutor amargo! Vem, meu guia de gosto repugnante! Ó tu, piloto desesperado! lança de um só golpe contra a rocha escarpada teu barquinho tão cansado da viagem trabalhosa. Eis para meu amor. Ó boticário veraz e honesto! tua droga é rápida. Deste modo, com um beijo, deixo a vida.”

Pra mim tudo tem remédio, só a morte que não. Porque eu aprendi que mal de amor, se cura com o novo amor. Não deu certo com aquele babaca? Tenta com outro.

Morri de muitas mortes e mantê-las-ei em segredo até que a morte do corpo venha, e alguém, adivinhando, diga: esta, esta viveu.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Morte de uma baleia.

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Em cada viagem, pode haver uma longa despedida por mais curta que seja. Para a viagem mais longa da terra, a viagem irreversível, às vezes há uma rápida despedida e uma longa saudade!..

Inserida por meirinhopensa1949

Momento despedida

Saudades sentirei
De todos as conversas e risadas jogadas ao vento,
De tudo o que vivemos e passamos.
Neste tão curto tempo
Mas o bastante, para mudar conceitos já pré-estabelecidos
E consolidar uma amizade.
Dividimos não só uma sala, mas sim sorrisos, lágrimas e expectativas futuras.
Pode ser que nos separemos e que talvez nem nos reconheçamos daqui a alguns longos anos.
Mas valeu a experiência de termos compartilhado momentos que ficarão para a vida toda.
Obrigada pela sua amizade.

SER POETA



Ser poeta é fazer de cada despedida uma saudade

É ter nas mãos os sonhos, vivê-los de verdade

Chorar, sorrir, sem medo de viver.

É despir-se perante tantos espelhos

Amar a vida e, de joelhos,

Agradecer a Deus em cada anoitecer.

É cantar e amar cada minuto vivido

É acordar desejos adormecidos

Colher da vida os frutos da paixão.

Ser poeta é amar intensamente

Ter o passado como futuro tão presente

Fazer da vida sempre uma oração.

Despedida

Eu não podia imaginar as coisas que me aconteceriam, o início foi incerto, confuso e incomum, onde todos os estranhos fariam parte da minha vida, onde todos os cantos teriam histórias escondidas. Aqui passei os melhores anos de minha vida, fiz amigos, muitos dos quais me acompanharão para sempre. Por isso tenho que comemorar!
Esse é um momento especial! É hora de olhar para trás e ver por tudo o que já passei. Sem dúvida, muitas tristezas e conflitos, mas, felizmente, por inúmeros bons momentos, de alegria, de vitórias e de cumplicidade.
Devo esquecer aqueles que me impuseram obstáculos infundados e agradecer àqueles que me impulsionaram adiante. É hora, mais do que nunca, de valorizar as amizades e os conhecimentos adquiridos aqui.

Carta de despedida

Foi muito maravilhoso ter te conhecido, ter você ao meu lado. Fico pensando e lembrando de cada minuto que ficamos juntos, as coisas que compartilhamos, os lugares que fomos, tudo o que falamos um para o outro de amor, carinho e amizade.
Eu gostaria que nunca tivesse acabado. Achei até que era para sempre. Já planejava o nosso futuro, nossos filhos, nossa família, mas acho que não fomos maduros o suficiente para termos paciência um com o outro.
Peço perdão por eu não ter conseguido ser tão forte para ter paciência e compreensão, e acho que você também não foi tão forte assim para conversar, entender. Talvez nós dois fomos orgulhosos e deixamos acabar o que era para sempre.
Mas quero lembrar das coisas boas e esquecer as ruins, esquecer o nosso egoísmo. Quero continuar lembrando o quanto fui feliz com você. Quem sabe um dia, mais maduros, podemos reencontrar e ser tudo diferente nesta parte de falta de paciência.
Guardarei você em minhas lembranças, saiba que um pedaço de você está em mim para sempre, e este pedaço de você que está em mim continuarei amando, preservando na memória.

Envelhecer é cultivar adeuses
e empobrecer em cada despedida.

Os afetos morrendo com os mortos.

Lembrar é praticar necromancia.

O que fazer de tudo o que já foi,
mas fica latejando em nossa vida?

É o incurável câncer da saudade:
o que passou matando o ainda vivo.

Os meus pêsames. Lamento profundamente a sua perda, e espero que estas palavras levem um pouco de conforto e paz ao seu coração. É muito doloroso ter de dizer adeus a quem amamos, mas este é o destino final de todos nós e apenas podemos tentar aceitar. Quem partiu encontrou agora a paz eterna, mas não desapareceu para sempre. Pois, através de você, do seu amor e da sua saudade continuará presente. E um dia voltarão a encontrar-se na eternidade.

Os meus pêsames pela sua perda. Posso imaginar o tamanho da sua dor, mas tenha força e não perca a esperança de um reencontro na eternidade.

E naquela ânsia de dizer mil coisas (coisas simples como sinto sua falta, meus pêsames, te amo), não disse nada. Ficou só, fechando os olhos, vivendo a noite no dia, silenciando silencioso, e esperando algum som. Nada ouviu. Sequer uma pulsação. E na ânsia de dizer mil coisas acabou não dizendo nada. Ficou a sós com sua surdez inseparável, lembrando de um tempo em que conseguia gritar: Não importa, Liberdade ou Paraíso, eu vou com você!
Entrou no metrô daquela quarta-feira sem segurar a mão de ninguém.
Seguiu seu caminho, esperando alguém entrar na próxima estação.
Ninguém entrou.
Olhou aqueles dois nomes ao longo da linha. Apenas lembrou, de uma forma triste que só aqueles que sentem saudade lembram. Risos, viagens, jantares, brigadeiros, filmes nunca terminados. Coisas de sempre, coisas simples, simples como dizer sinto sua falta, meus pêsames, te amo. Não diria nada. E passaria a vida se arrependendo de cada palavra não dita, de cada impulso involuntário reprimido. E viveria assim, num vagão vazio, esperando alguém entrar (Liberdade, Paraíso, Barra Funda, ou a velha e silenciosa São Judas). Ficaria ali, todas as quartas-feiras, esperando alguém que ele desconhecia e conhecia tão bem para poder, enfim, segurar sua mão na noite.
Liberdade ou Paraíso, não importava. Poderia ser Diadema. Iria com ela.

Meus pêsames a quem não sabe o que quer e deixa de ter uma companhia extraordinária ao lado, em troca de uma aventura que no outro dia se tornará uma mera ilusão com ressaca.

Os meus mais sinceros pêsames pela irreparável perda do seu ente tão querido. Infelizmente, nem tudo está em nossas mãos. Um momento como este traz muito sofrimento, mas precisamos nos lembrar que não podemos controlar tudo na vida, há coisas que estão muito acima de nós, e só nos cabe nos resignar e encontrar algum conforto naquilo que não podemos mudar.

Silenciem as vozes e escutem apenas o vosso coração. Vivam o luto, mas busquem paz, busquem amor, busquem luz e consolo. Não se entreguem ao sofrimento. Tenham fé que esta dor um dia vai diminuir, que este sofrimento agudo vai ser amenizado. Lembrem-se dos bons momentos, dos dias felizes, mantenham o coração aquecido. Logo, a saudade será menos sofrida e mais serena. Confiem em Deus.