Falar Comigo
E uma das nossas melhores e maiores distrações, com a velhice, é recitar, não só para os outros, como também para nós mesmos, nossa própria história.
Já que qualquer mundo é, por definição, fechado em si mesmo e, para quem vive nele, é também tudo o que existe.
Na verdade, a ocasião parece ter liberado algo dentro dela, um misto de amor e bravura, se é que os dois, não são, sob muitos aspectos, a mesma coisa.
Jamais teria me imaginado como alguém capaz de perder tempo com o que os outros pensam, mas quem entesoura segredos culpados acaba inevitavelmente fascinado pelas aparências.
(...) mas me calei a tempo; um dos primeiros sacrifícios a fazer em nome da vida em família, é a irreverência.
Em certos casos, o problema parece enraizado na natureza do belo em si, uma qualidade, surpreendentemente escorregadia, que muito dificilmente se pode comprar de cara, que foge diante do excesso de esforço, que premia a informalidade e, acima de tudo, que chega por capricho, por acidente.
Faz tempo,
Um ano quase,
Não lembrava da sua face,
mas seus cabelos são inesquecíveis.
Faz tempo,
Quase não lembrava do seu cheiro,
Suas mãos geladas,
Quase não te vi chegar.
Agora que estava mais leve,
Sentia meu corpo flutuar,
Foi como uma paralisia,
Sua presença voltou a me sufocar.
Te esperava,
mas não agora,
Eu precisava de mais um tempo,
mas aqui está você sentada no pé da minha cama,
me vendo dormir
esperando desse sonho acordar.
Eu não quero ir.....
A culpa confere um poder espantoso. E simplifica tudo, não só para os espectadores e vítimas, mas, sobretudo, para os culpados. Ela impõe uma ordem à escória. A culpa ensina uma lição muito clara da qual outras pessoas talvez possam obter consolo: se ao menos ela não..., e com isso torna a tragédia evitável.
EU COMIGO AQUI E AGORA
Amar o que eu sou,
Todo indivisível que constitui o ser
e o acontecer do meu corpo,
no espaço e no tempo...
Amar as coisas que eu estou fazendo
e o modo como eu as faço...
Amar as minhas limitações, como amo as minhas possibilidades...
E nos meus acertos e erros, amar o projeto que vai se transformando em obra no trabalho da construção de mim mesmo.
Amar-me como eu estou aqui e agora, vivendo a vida simplesmente, naturalmente, com o ar que eu respiro, o chão que eu piso, as estrelas que eu sonho...
Às vezes gostar de mim é um desafio, uma prova de fogo que revela se eu realmente me amo, ou apenas finjo amar-me...
Gostar de mim na perda, quando a vida me fecha uma porta, sem nenhum aviso ou explicação...
Gostar de mim quando erro, quando fracasso, quando não dou conta,
quando não faço bem feito
e ainda encontro quem me critique ou zombe de mim por eu ter sido apenas
o que sou:
- limitado, vulnerável, imperfeito, humano.
Gostar de mim no fundo do poço,
cabeça a mil, coração a zero,
e ainda assim ser capaz de ouvir
e respeitar as referências do meu próprio corpo como um amigo fiel, atento e carinhoso...
Eu me relaciono com as outras pessoas do mesmo modo como eu me relaciono comigo...
Se eu me amo, não sei te odiar...
Se eu me odeio, não sei te amar...
Se eu me desprezo, não sei te respeitar...
Se eu me respeito, não sei te desprezar...
Como eu te aceitar, se eu me rejeito?
Como eu te rejeitar, se eu me aceito?
Celebro no amor a mim mesmo o nascimento do amor pelo meu próximo!
GERALDO EUSTÁQUIO DE SOUZA
" O rapaz se virou então para a Mão que Tudo havia Escrito. E ao invés de falar qualquer coisa, sentiu que o Universo ficava em silêncio, e ficou em silêncio também.
Uma força de Amor jorrou de seu coração, e o rapaz começou a rezar. Era uma oração que nunca tinha feito antes, porque era uma oração sem palavras ou sem pedidos.
Não estava agradecendo pelas ovelhas haverem encontrado um pastor, nem implorado para vender mais cristais, nem pedindo para que a mulher que havia encontrado estivesse esperando sua volta. No silêncio que se seguiu, o rapaz entendeu que o deserto, o vento, e o sol também buscavam os sinais que aquela Mão havia escrito, e procuravam cumprir seus caminhos e entender o que estava escrito numa simples esmeralda. Sabia que aqueles sinais estavam espalhados na terra e no espaço, e que em sua aparência não tinham qualquer motivo ou significado, e que nem os desertos, nem os sois, e nem os homens sabiam porque tinham sido criados. Mas aquela Mão tinha um motivo para tudo isso, e só ela era capaz de operar milagres, de transformar oceanos em desertos, e homens em vento.
Porque só ela entendia que um designio maior empurrava o Universo a um ponto onde os seis dias da criação de transformariam na Grande Obra.
E o rapaz mergulhou na Alma do Mundo, e viu que a Alma do Mundo era a parte da Alma de Deus, e viu que a Alma de Deus era sua propria alma. E que podia então realizar milagres.
O Alquimista
“Trata-se do namoro, alguns já ouviram falar. É quando cada um mora na sua casa e tem rotinas distintas e poucos horários para se encontrar, e esse pouco ganha a importância de uma celebração.”
Compreenda, eu só preciso falar com você. Não importam as palavras, os gestos, não importa mesmo se você continua a fugir e se empareda assim, se olha para longe e não me ouve nem vê ou sente. Eu só quero falar com você, escute.
Sofrimento não sofrimento como caminho só se pode falar no passado, dizendo sofrimento foi caminho, só se torna “caminho” se levou a alguma coisa.