Fala Comigo
Quando uma mãe fala do seu filho, é como se ela falasse de Deus. As palavras soam com um entusiasmo, com uma satisfação... Com um amor, que só ela é capaz de sentir.
As vezes as pessoas pedem-me para eu fala de amor, mas como irei fala de amor que não sei e nunca fui amado.
A paixão quando fala... A razão não se manifesta
Por que a razão não tem força e a paixão está sempre em festa
A paixão não perdoa, nem mesmo sente remorsos
Deixa para trás a quem desapega trata o sentimento como um negócio
Pois a paixão é mesmo astuta, engana até mesmo a dor
A sua força só chega ao infinito quando se transformar em amor;
Versos
Versos musicados sem partitura.
Poetizo-me.
Há uma dor em nós e ninguém fala dela.
Olhamos pela janela.
Miramos o horizonte.
Nos esforçamos para ir adiante.
Um desfiladeiro nos acompanha.
Cuidadosamente damos nossas passadas.
Não paramos por nada.
Ninguém nos falou que da vida se apanha.
Ninguém falou que o tempo arranha.
… e deixa marcas.
A ausência da fala nunca foi resultado do silêncio do coração
Mas a sabedoria de quem não precisa demonstrar qualquer palavra de sedução;
Fariseus. Hipocrisia.
Vida, de aparência.
Fala bem de si, se exalta, e se orgulha.
Se vê um pobre, fala que é pobre.
Se vê um fraco, fala que é fraco.
A verdade está na boca,
e interiormente tem a mentira.
Bonito por fora, feiopor dentro.
Aprovado por fora, reprovadopor dentro.
Fala para fazer o certo, efaz o errado.
Muito se fala em morrer de amor, em versos e poesias,
mas por falta de amor morrem muitos, todos os dias.
Não há que se sentir tristeza diante da fala de um idiota, pois que isso é da natureza dele. O que deve despertar tristeza é a constatação de que existem muitos outros idiotas se acreditando inteligentes para aplaudi-lo.
Educação melhora as pessoas, para entender melhor o Mundo, com suas igualdades e diferenças no falar no agir e no pensar. .
Quando e onde o amor fala mais alto, a morte não é o fim, mas só a passagem para algo mais elevado, sublime!
Helda Almeida
31.01.2021
A graça sem graça
Semana passada eu que vos fala estava a cumprir dezenove anos e queria escrever algo relacionado. No dia vinte – um dia antes do aniversário – eu levantei e fiquei pensativo, tomei meu café, senti seu aroma, tentei detalhar cada situação desse último dia com dezenove anos... peguei minhas fotos desde pequeno... li um pouco das crônicas imponentes do Bial e folhei algumas páginas de algum livro da Clarice Lispector - que por sinal é incrível – para me inspirar a escrever algo. No entanto, nada saiu. Fiquei frustrado por não conseguir, porém tinha que ir ao curso neste mesmo dia, então, deixei a minha frustração de lado e fui a caminho do curso.
Peguei um ônibus e sentei-me ao lado de uma pessoa cujo qual nunca havia visto, o que é tremendamente normal quando se usa o transporte público! - É engraçado, na verdade, é mais frustrante do que engraçado certas situações. - O que chamou-me a atenção é que aquela pessoa com quem eu sentara era um homem cego. Não sou preconceituoso/intolerante, porém sempre que vejo algum portador de necessidades especiais algo muda-me por um momento só não sei exatamente o que é... me pego reflexivo geralmente... O cara estava sozinho! Fiquei curioso para saber como ele se virava na rua, mas por medo de ser indelicado não perguntei. E é nesses momentos que comparo os meus problemas com os de pessoas guerreiras como aquela. Quantas vezes alguém deixou de fazer algo por achar que seria difícil? Provavelmente muitas. Vivemos em uma era tecnologicamente avançada e que entre muitas funções uma delas é facilitar nossas vidas, seja no trabalho, escola ou em qualquer outra área.
E isso é engraçado, pois por vezes, tanta tecnologia, tanto meio de facilitar tarefas fazem com que as pessoas ao invés de melhorarem elas desistam muito fácil. As vezes é preciso ter o olhar e o coração humano para entender que nem tudo é tão difícil como aparenta e olhar com outros olhos aquilo que você acha que não consegue. Talvez assim, eventualmente, encontremos alguma graça no final disso tudo.
30/10/2018.