Fado

Cerca de 230 frases e pensamentos: Fado

⁠CARQUILHA ...

Fugaz, é que o tempo célere venha
pra devorar a quimera alquebrada
e no rosário de feitos, vária jornada
ide nós, afoitos, na vetustez grenha

E, que outra quimera nos mantenha
a não ser da força, que seja morada
de amores, e sensação apaixonada
o poder que sustenta: - laço tenha!

Ó efêmero, ó breve, ó dor extrema
com o seu encanecer, assim, aliado
louco, que corrói a vaidade da gente

Só tu és patada, ó ligeireza suprema
que traz saudade ao momento tirado
e carquilha ao fado, dantes recente! ...

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
17/04/2021, 13’24” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Quando a musica une as pessoas, tudo se torna mais fácil, aceitar o outro em sua plenitude.

Inserida por bruno_prudencio

⁠O MEU PROVEITO

Tenho desejo de tudo quanto for sensação
No sentimento, de tudo quanto for agrado
De uma emoção, daquele estar apaixonado
Do que pela vida tem sentido e útil afeição

Do carinho dado, a poética e poesia, razão
Frente a frente com a felicidade e apeado
Do não, pois, toda a gente tem o seu lado
Cândido, são, de pés descalços pelo chão

Então, piedade, piedade do nosso fender
Pois, cada qual tem a sua ilusão em curso
Sonhos e realização, e um amor para ter

E, por não ser apenas um mais um, tendo
Tento ser mais que apenas aquele a haver
Aprendiz por ter sido, proveito crescendo...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
19/09/2021, 15’28” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠CONSELHOS....

Quando eu, solitário e inquieto, faço
Poesia de apelo, em um rogo intuindo
E busco palavras de um poético laço
É para adoçar o meu amargo infindo

Cada verso, conselheiro construindo
Indo o fado sem calma nem embaraço
Cheio de estrofe, rimas, vai seguindo
Erigindo o rumo no devido compasso

Passo a passo, aconselha: tudo passa!
No infortúnio, na leveza, cada graça
Pois, tem abrigo, e também o perigo

Aí, então, os conselhos, no concelho:
Se mais velhos, seremos mais fedelho
E eles, feliz e com dor choram comigo! ...

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/01/2021, 08’25” – Triângulo Mineiro

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Borboleta iludida

Os teus olhos escondem diamantes
Nas retinas com olhares mortais
Que arremessam flechas ofuscantes
Como se fossem notas musicais!

A lua cheia, num mar de euforia
E eufórica rotação constante
Faz uma escura noite ser dia
E o amoriscado, coisa ofegante.

O coração, de cego, então insiste
No timbre perfeito, que não existe,
Como se o amor lhe desse a mão.

Mas tal como a borboleta iludida,
Que tão curto é seu ciclo de vida
Como o fado duma breve paixão!

Inserida por luismateus

⁠SEMELHANTE

O cerrado, místico, denso e feiticeiro
Sinuoso, diversidade um repleto veio
Espinhento, áspero, e singular cheiro
De magia vai deixando o poetar cheio
Se a secura envolve o agreste roteiro
Embora seja, a chuva também é meio
Pancadas, carregadas, vento violeiro
Que canta nos buritis, vergado esteio:

Então, ora acinzentado, ora matizado
Teimoso e fagueiro, pincela o cerrado
Tudo converte, a quantidade aprouver
É semelhante ao cerrado o meu fado
Ora descorado, ora tinto, vou variado
E neste tom, irei onde mansidão tiver!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
15 abril, 2024, 12’20” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠ERRO NOS SENTIDOS

Enfim, posso suspirar! Eu já chorei
Os versos chorados de quem sente
Com poética amargurada, presente
No sentimento do amor que tentei
Se tudo foi só ilusão. Eu já nem sei
Se foi minha, ou da sina. A cadente
Emoção, que doravante é ausente
E, que dói no coração. Não ansiei!

É assim, meu aperto, eu, que vivera
No engano da possibilidade perdida.
Do afeto, o erro nos sentidos impera
Então, minha sensação, vive ferida
Que, pra não amargar, antes valera
Estar no querer por toda uma vida!

© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
05 maio, 2024, 17’25” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Caleidoscópio

Versificação, fragmentos de estados sentidos
Girados, diversos, coloridos em semelhanças
Fantasiados, aglutinados, os sonhos defluídos
Refletindo as lembranças em breves danças
Inspiração, agregados repletos de infinidades
Olhares, gestos, sentenças e teus tormentos
Rimando as cicatrizes, desenhando saudades
Em um fado, espelhado de eleitos momentos

As quimeras se entrelaçam em pensamentos
Tal como a um traçado e, delineado de ilusão
Emoção estampada d’alma, sobejos adventos
Arte do destino, uma prosa matizada, vibrante
Que poeta o singular, e peripécias do coração
Tal um caleidoscópio, que dá talho ao instante.

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
2023, 18, novembro, 19’00” – Araguari, MG

Inserida por LucianoSpagnol

⁠Eras tu, simbiose?

Não era a alma minha só sem esse enclave?
Cada verso o inverso de vida... E tu?
Existindo, assim, em mim...

Tremam panelas!

Pois esse vento me arrancou a parte que criava
e, na aljava, flecha não restou...

Pós amor? Raiva, ora pois!

Se não mais pertenço é tenso o espaço!
Mas vai e decai aos pequenos pedaços de frases tecidas só para ''mitar", "lacrar" num mero tempo fátuo, findo em átimo modo...

Mas veja!

Ditirambamente eu me rendo bem rente ao enfado...
E o fado? Na "zona" é que toca o Mané...
E nóix? Gosta!

Inserida por NinaMorangaAzul

⁠**São pedras que batem, frias e dormentes.**
são ocas, as memorias.
Aqueles que fogem e fingem ser dementes.
Na maré vazia, oiço Lisboa, a minha.
olho para longe para não ver nada.
As pedras ainda lá estão.
As gaivotas falam, como os meus sonhos voam.
Estou dormente no olhar, mas vivo nas memórias,
mas continuo sentado,
na espera que o vento do mar me traga a boa nova,
que os raios de sol se fundam com o laranja do Cacilheiro,
E que as pedras fiquem, mas que se tornem quentes.
Lisboa.
Lisboa dos amores, de timidez bela e única,
cúmplice da saudade,
neste som de um tejo vivo e de gaivotas falantes.
Lisboa, Lisboa
De segredos tamanhos, de apitos, manjericos, homens e mulheres.
Lisboa.
Lisboa do Fado.
Das ruelas, dos becos, das colinas.
Lisboa quente, sedutora e faladora.
frenética.
Lisboa dos Dead Combo e dos putos a roubar maças.
Lisboa.
Também minha.

Inserida por joao_reguengos