Enquanto dois touros furiosamente lutavam pela posse exclusiva de certa campina, as rãs novas, à beira do brejo, divertiram-se com a cena. Uma rã velha, porém, suspirou.
— Não se riam, que o fim da disputa vai ser doloroso para nós.
— Que tolice! - exclamaram as rãzinhas. - Você está caducando, rã velha!
A rã velha explicou-se:
— Brigam os touros. Um deles há de vencer e expulsar da pastagem o vencido. Que acontece? O animalão surrado vem meter-se aqui em nosso brejo e ai de nós!
Assim foi. O touro mais forte, à força de marradas, encurralou no brejo o mais fraco, e as rãzinhas tiveram de dizer adeus ao sossego. Inquietas sempre, sempre atropeladas, raro era o dia em que não morria alguma sob os pés do touro.
(Monteiro Lobato)
Moral da história
É sempre assim: brigam os grandes, pagam os patos pequenos.
Ensinamentos: A fábula reflete sobre as consequências de nos preciptarmos em como agir durante uma situação que parece estar distante de nós. No início da história, as rãs riram da situação que acontecia entre os touros. No entanto, quem acabou "pagando o pato" ao final da disputa foram elas.
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