Frases de Fabrício Carpinejar
Temos amnésia da leveza, pois deduzimos que virá mais e mais no dia seguinte. Não criamos álbuns de nossas gargalhadas, mas recortamos as cenas rancorosas e amargas como se fossem definitivas e esclarecedoras.
Somos algozes da felicidade e, ao mesmo tempo, vítimas da infelicidade.
Prefiro um amor lento no início para ensaiar a velhice do que um amor rápido para treinar sua morte.
Perguntar uma desconfiança é constrangimento.
O amante é uma espécie de férias familiares - Carpinejar
"Não há castigo infinito. Não há dor infinita. Um dia a gente termina para começar, começa para terminar, refaz o percurso como se nada tivesse acontecido antes. Deixe-me apenas uma cadeira de palha, amarela, para olhar com piedade o que fui e me deslumbrar com as ruínas."
Porque amor é justamente isso, é ficar inseguro, é ter aquele medo de perder a pessoa todo dia, é ter medo de se perder todo dia. É você se ver mergulhado, enredado, em algo que você não tem mais controle.
E quanto à beleza? Você acha que ele é um componente importante nas relações?
- Eu acho que a beleza das palavras é fundamental. Se você sabe falar no ouvido, no ritmo certo do vento, fazer pausa, criar melodia, você vai se tornar automaticamente bonito. Porque a mulher fecha os olhos para sentir prazer, a voz são os olhos abertos da mulher.
Quando a gente gosta, a gente cuida. Cuida mais do que devia. Gostar é se prevenir do desgosto. A gente nunca sabe o que é suficiente, a gente vai se doando, se gastando, sem pedir troco. A gente gasta mais do que tem e corre atrás para imaginar o que não viveu para não fazer falta à memória mais adiante.
Perder-se é uma maneira de fazer novos caminhos e quebrar a rotina. Ninguém acha um atalho sem se perder antes
Não desejo encontrar alguém que me complete, é pouco, mas que me transborde, até o final cansar e ser só início.
Quando a gente gosta, a gente começa emprestando um livro, depois um casaco, um guarda-chuva, até que somos mais emprestados do que devolvidos. Gostar é não devolver, é se endividar de lembranças.