Extensão
A separação de tudo é uma ilusão criada pela evolução egocêntrica, materialista e artificial. Aprender fazer o bem é ajudar a nós mesmos na pessoa do próximo que é uma extensão nossa.
Todos já viramos um pouco ciborgues. O celular funciona como uma extensão da nossa memória; terceirizamos funções mentais básicas para diversos algoritmos; entregamos de bandeja nossos segredos, para serem armazenados em servidores e analisados por computadores. O que nunca podemos esquecer é que não estamos apenas nos fundindo a máquinas, mas às empresas que controlam as máquinas.
Com o desenrolar da história da humanidade, sempre tivemos ferramentas que foram como que extensões de nós mesmos. Podemos dizer que a tecnologia é uma dessas coisas que nos definem enquanto espécie.
A felicidade de uma casa não depende do seu tamanho, depende do tamanho da felicidade que o morador é capaz de pôr dentro dela.
A função do extensionista rural, como a de todas as profissões, é compreender o que está nas entrelinhas para fortalecer os processos de desenvolvimento rural.
O Brasil, assim como em todo o mundo, precisam de mais extensionistas rurais para animar os processos de desenvolvimento no meio rural brasileiro.
Muitos agricultores familiares, em lugares muito diferentes, produzindo coisas diferentes, contribuem para o desenvolvimento rural.
É preciso mobilizar pessoas, recursos e projetos para que o Brasil consiga, de fato, sucesso em protagonizar uma extensão rural que seja suporte para os projetos escolhidos pelos agricultores e agricultoras no Brasil, com a ajuda da ATER digital, das técnicas de metodologias participativas e de fortes investimentos públicos para o empoderamento da agricultura familiar que tem como mote a produção de alimentos para a sociedade.
Se um pesquisador não conseguir se comunicar com um agricultor, ele terá falhado em construir e disseminar o conhecimento científico de forma eficaz.
Não ignorando os problemas de acesso à internet e vulnerabilidade social e econômica das famílias para compra de computadores e smartfones, sem dúvida, caso a ATER digital se torne uma complementação do trabalho extensionista e não uma forma de precarização mais aguda da extensão rural no país, é possível que haja ganhos circunstanciais no processo de comunicação entre agricultores e extensionistas.
A inclusão digital para os agricultores é um processo importante e necessário para o sucesso do trabalho extensionista rural.
De certa forma, boa parte das famílias já incorporaram alguma tecnologia de comunicação no campo. No entanto, ainda há sérios problemas de inclusão digital tanto para membros da família rural, quanto pelos próprios extensionistas rurais mais antigos.
O extensionista rural age como um elo facilitador entre o rural e o urbano, entre as notícias e as inovações do mundo rural, entre a academia e o produtor, com o intuito de aperfeiçoar o processo de produção, viabilizando melhores condições para o produtor e sua família, com potencial de produzir alimentos de melhor qualidade com viés de sustentabilidade.
O investimento em ATER digital pode ajudar o produtor a possuir um maior contato com o extensionista rural e também possuir acesso a informações e notícias do ramo de uma forma clara, rápida e acessível a todos.
Os agricultores brasileiros possuem baixos índices de escolaridade, o que de certa forma interfere na adoção de novas tecnologias e na capacidade de interpretação dos produtos e serviços que podem impactar nos resultados econômicos da unidade de produção agrícola.