Experiência
Não se deve criticar uma situação que se desconhece. Só quem passa sente. Nada como as experiências para mudar suas certezas.
Há pessoas que convertem as experiências difíceis em sofrimento, mas há outras que as transformam em aprendizado.
Universo em crise, lembro-me dessa utopia sempre que me vejo defronte a um problema de dimensões continentais. Hoje, posso constatar - empiricamente - que a confiança é uma das virtudes extintas entre os meus. Postergar o inevitável é como tentar mudar o curso natural das águas de um rio, prostro-me sob meu calvário e, agora, diante da senhora experiência, sem tergiversar, acolho o sombrio sabor da realidade.
Ainda se pode aprender com as más experiências. Mais: talvez elas sejam as mais significativas em nossa vida.
A vida deve ser vivida enquanto vimos estivermos... depois... complica...
E se bem a vivermos, certamente ela será bonita, mas bonita mesmo...
A vida sempre nos abre um leque de opções, e devemos saber onde buscar o melhor caminho...
Ósculos e amplexos,
Marcial
O QUE SE PODE CHAMAR DE EXPERIÊNCIA DE VIDA
Marcial Salaverry
O que se pode chamar de um bom exemplo do que é experiência de vida, é o entendimento de que a melhor experiência que existe, é saber aproveitar e analisar os erros que outras pessoas cometem ou cometeram, e usar seu bom senso para não repeti-los.
Costumam os jovens dizer que a experiência dos mais velhos não serve para eles, o que certamente é um grande engano, uma vez que, se as experiências vividas tiveram bons resultados, por que não aproveitar a fórmula usada, claro que adequando a fórmula antiga aos tempos modernos? Se, pelo contrário, as experiências foram más, já se pode saber, ao menos, o que NÃO se deve fazer, pois alguém se já errou antes, não vale a pena insistir no erro cometido...
Para citar um exemplo, lembro que na minha infância, pude observar os efeitos altamente nocivos que o cigarro produzia para a saúde de meu pai. Ele tinha homéricos acessos de tosse, além de problemas cardíacos, e uma série de outros efeitos nocivos que todo fumante conhece de sobejo, e assim sendo, vendo isso na minha frente, a atitude mais lógica foi aquela que tomei. Decidi NUNCA fumar. Ainda mais que meu pai, em suas longas conversas comigo, sempre costumava dizer que, se alguém o houvesse alertado na juventude sobre os efeitos do cigarro no organismo, jamais teria fumado. Claro, se o cigarro era o responsável direto por todos os problemas de saúde que meu pai enfrentava, por que não aproveitar sua experiência infeliz, e tomar a decisão mais inteligente de minha vida? Gosto de lembrar que tive que defender minha decisão com bravura, pois naquela época, eu fazia parte de uma "turminha da pesada", e para defender meu ponto de vista, fui obrigado muitas vezes a "sair no braço" com os outros moleques, que queriam me obrigar a fumar.
Eis aí um bom exemplo de que as experiências dos mais velhos sempre podem ser extremamente úteis, desde que devidamente analisadas, e certamente é preciso sabermos analisar corretamente a situação que se apresentar, sabendo usar convenientemente nosso livre arbítrio, e que, apesar de muitas pessoas justificarem certos erros, atribuindo-os às más companhias, mas na realidade quem poderá ser a melhor ou a pior companhia que poderemos ter, é aquela pessoa que toda manhã fica nos encarando fixamente quando nos olhamos no espelho.
Certamente devemos nos espelhar nos mais velhos, mas sempre sabendo discernir o que deveremos ou não copiar. Se o exemplo não é bom, por que segui-lo? Há que saber usar, e com ponderação, nosso livre arbítrio.
Fica aqui um alerta para todos, jovens e não tão jovens, ficando claro que os de maior vivencia, que procurem dar bons exemplos, e que procurem o caminho do diálogo, e outros, que saibam aproveitar, tanto os bons quanto os maus exemplos, para melhor direcionar seu caminho, sempre sabendo ponderar para analisar o que deve ser aproveitado, e como, abrindo assim a possibilidade para que seja possível viver e desejar UM LINDO DIA para todos, sendo este o melhor exemplo para bem viver este, e os demais dias de nossa vida...
Sou produto de tudo que vi, ouvi, senti, pensei, falei e mais, do que refleti e questionei disso. Não retiraria nada do meu passado por receio de gerar desvios que alterariam meu aprendizado atual.
A alma - nossa alma - sabe tudo que há para saber o tempo todo. Nada é misterioso ou desconhecido para ela. Contudo, saber não é o suficiente. A alma procura experimentar. Você pode saber ser generoso, mas a menos que faça algo que demonstre sua generosidade, terá apenas um conceito. Pode saber ser bondoso, mas a menos que seja bondoso com alguém, só terá uma ideia à respeito de si mesmo. É desejo da nossa alma transformar o melhor conceito sobre nós mesmos na melhor experiência. Enquanto o conceito não se tornar experiência, é tudo especulação. Eu especulo a respeito de mim mesmo há muito tempo. Há mais tempo do que eu e nós juntos poderíamos nos lembrar, do que a idade deste universo multiplicada por dois. Então você vê o quanto é nova a minha experiência de mim mesmo.
Usar do passado as experiências, tirar delas o que foi bom e deixar no passado o que não nos serve mais, é a forma ideal de vivermos o hoje dignamente e nos prepararmos para o futuro sabiamente.
O atributo fundamental “Inteligência” deveria alarma a alma que a tristeza, cansaço e procrastinação, percorrem incansavelmente em busca dos intensos e desajuizados. O trote de um maratonista venceu o homem mais rápido do mundo em uma corrida de 30 quilômetros. Verdadeiramente o raciocínio falha às vezes, o insucesso chega e a mente trava em oposição ao fracasso.
“A realidade se faz fictícia se não estabelecemos conveniência com as nossas experiências sofridas e expectativas de vida, deixa de ser verossímil e admissível a nossa existência. Só queremos acreditar o que se faz sentido e, esquecemos que na maioria das vezes, nem sempre tudo são flores, infelizmente”.
“ As primícias sempre nos demonstram inexperiências vividas, são apenas o início, que só ao tentar outras vezes conseguimos um desfecho, nem sempre definitivo”.
Primícias é tudo que imaginamos que vem em primeiro lugar. Imagine os primeiros frutos colhidos de uma semeadura, os primeiros animais nascidos em rebanho, o primeiro lucro obtido em um investimento, os primeiros livros escritos ou muito mais especial, seria as primeiras emoções e sentimentos que passamos. Acho que tudo que é a primeira vez pode ser exclusivo, mesmo que não tenha sido o melhor. Não sei se consigo me fazer entender. Nem sempre os primeiros frutos são os mais doces, o mais sumo, as árvores são jovens e de repente não estão no seu melhor tempo de amadurecimento. Nossas escritas ainda não possuem uma característica absoluta na sua desenvoltura. Os primeiros lucros sempre são bem vindos, mas com certeza ainda não são os almejados. E os sentimentos e emoções, ah, essas realmente fazem-se únicas. Penso a primeira vez que degustamos uma sopinha de legumes quando bebê. Lembro muito bem dos meus filhos, mais cuspiam do que comiam, sei lá qual era a sensação que sentiam, mas não parecia boa, com o tempo iam acostumando e comiam normalmente. O Bruno pelo menos sempre foi fácil, abria o bocão e comia de tudo, comeu feijão com 03 meses, já a Lele e a Andressa, “vish” essas me deram trabalho. O primeiro encontro ou primeiro beijo, tão esperado e tão desengonçado, não sabia como fazer, faltava sim um aprendizado. E a primeira vez, essa fez o coração bater forte, as emoções irem à flor da pele com arrepios alucinantes e assustados, talvez até inconsequentes. Sem preparo, por mais que se tenha sido preparado. Foi especial? Sim sempre é, é a primeira vez, pelo menos esperamos que seja, mas tenho certeza não foi a mais suprema. Faltou traquejo, perícia, faltou experiência, faltou um pouco de malícia. Só com o tempo, dedicação, percepção e conhecimento, aprimorando cada momento ao seu destino ou a sua função, obteremos satisfação consumada. Mas únicos e especiais, não importa quantas vezes forem, sempre serão primícias inexperientes, e esses são nossos filhos. Lindos, essenciais, completos, diferentes e tão complexos sempre.
"A inteligência difere muito da sabedoria, mesmo usando a mesma fonte de razão, emoção e experiência, a primeira pode ser usada para o bem e para o mal, enquanto a segunda, é pautada em valores éticos e morais.”
"O que permeia nossa psique? Afinal, estamos em declínio ou ascensão dentro de nós? Não importa o julgo! A bússola de outrem jamais te guiará, se assim teu eu não convir. Ao passo em que a vida nos desafia com suas infinitas singularidades, experiências únicas e plurais, devemos decidir se subimos aos céus ou descemos ao calabouço!"
(Mettran Senna)