Existencialismo
"Quem sou eu nesta batalha eterna entre o bem e o mal, uma luta que transcende a humanidade e remonta ao cosmos, atravessando gerações que precederam a formação do mundo? Qual é o meu lugar diante da magnificência da criação, da formação dos céus e das estrelas, dos montes e das colinas que se erguem sobre as águas? Como posso me posicionar em relação à vastidão dos mares, dos rios e das águas subterrâneas que erodem rochas, jorrando incessantemente, dia e noite, enquanto o rio nunca seca? Quem sou eu diante do intrigado sistema que rege este planeta há milênios? O que significo nesta guerra ideológica e política que oprime nações? Sou apenas um grão de areia, uma efêmera faísca na imensidão do universo."
ASSIM FALOU UM BÊBADO NIILISTA
Um cigarro, um violão
Uma caninha sempre à mão
Contemplando o belo mar
Viajando ao luar
Eu tenho medo da morte
Eu tenho medo da vida
Eu tenho medo de tudo
Não acredito na sorte
Mas sinto que sou sortudo
A vida é bela, eu sei
Mas também é muito dura
Se fácil fosse não teria
Paixão, graça e ternura
Eu sei como Ele nasceu
Criei-o à minha imagem e semelhança
Preciso Dele pra ter fé
Sou frágil como criança
Viajo no mesmo ponto
Sobrevôo cidades e montes
Converso com Zaratustra
Vou muito além do horizonte
Ó grandioso universo
Que me torna insignificante
Humildemente lhe confesso
Me sinto como um gigante
Sou agora o super homem
Com um martelo na mão
Destruindo as fraquezas
Forjadas na ilusão
Não tenho mais medo da vida
Não tenho mais medo da morte
Não tenho mais medo de nada
Me sinto são, salvo e forte
Enfrento qualquer parada
Vivendo só por viver
Olhando para o abismo
Eu sei que quero saber
Muito mais do que preciso
Eu danço, canto e espanto
O que há de espantar
Espanto todos os santos
Pois santos sei que não há
Perdoem meus erros vãos
Vão ser por muitos condenados
Condenados também serão
Serão também perdoados
Só dEUs sabe quem eu sou
Eu sei tudo sobre dEUs
Sem o fim e o começo
O que resta Dele sou EU
Como Sísifo fui condenado
A uma vida absurda
Meu destino está traçado
Muda tudo e nada muda
A vida, o universo e tudo mais
Tudo mais maravilhoso
Maravilhoso como o nada
Nada é tudo de novo
É um eterno retorno?
Na jornada da vida, muitos só se aproximam quando precisam, mas a verdadeira essência das relações reside naqueles que permanecem, não apenas nos momentos de necessidade, mas em cada instante de existência.
O que fará quando perceber que não há definição para aquilo no qual sempre procurou saber? A cura para sua alma, tal qual a razão de um propósito humano, transcende o pensamento arcaico.
Realidade e fatos possuem como base uma sensação amarga e indescritível.
"Faço aniversário todos os dias; não há necessidade de uma data específica para celebrar mais um ano de vida."
Para Sartre, o homem não é um ser objetivável; ele está sempre por se fazer, em constante renovação.
O Anti-Romântico
Ele não quis saber da novela
nem do beijo na TV.
Indagava um diplomata temeroso do novo líder,
consciente dos riscos de tirania.
Não via heroísmo em guerras —
soldados também eram vítimas.
Não enxergava professores como donos da verdade,
apenas observava quem conseguia encher a maior bolha de gás.
Sentia pena da fama,
cárcere privado.
A raiva o tomava
quando ouviu dizerem
que se encontra dignidade na pobreza.
E ria, debochado,
ao ver abastados afirmarem que mereciam o que têm.
Não encontrava amor na religião.
Mas compreendia a necessidade de algumas muletas.
Contorcia-se com amizades de conveniência,
mundo de aparências: transações.
Sabia que eles guardavam uma gaveta de máscaras —
Quem escolheram ser hoje?
Quando viajava, procurava grafites nos muros,
via os que vagam na noite,
caminhava onde os estrangeiros temiam.
Via o trabalho como máquina de triturar gente,
a escola como uma caixa,
a educação como um bloco de gesso.
Não confundia sabedoria com acúmulo de saberes,
nem sabedoria com virtude.
Saber é saber, e só.
Fugia dos platonismos,
não idealizava.
Via a vida assim: carne crua, exposta —
e escolheu viver.
Buscando respostas para aquilo que sentimos, transcendemos
Quem criou este abismo? E por que ele não para de olhar para mim?
A felicidade é uma oscilação da tristeza, em momentos da sua vida que você é menos triste do que ontem
O knockout de Sartre sobre Goethe – Ep. 1
Não há como ficar alheio à irracionalidade destes dias que parecem nos aproximar cada vez mais de um estágio de distopia, e cuja linha divisória não se sabe quando será cruzada. A única certeza é de que o mundo continuará seguindo sua trajetória independente de nossos bandeiras, achismos e modismos, mesmo que Sartre já o tivesse previsto há mais de 80 anos.
“Os homens. É preciso amar os homens. Os homens são admiráveis. Sinto vontade de vomitar – e de repente aqui está ela: a Náusea”, disse ele à época, e o que se seguiu depois foi a sucessão de erros que nos trouxe até este agora e que Sartre, se pudesse vê-lo, certamente o perceberia como um melancólico “déjà vu”.
Sim, até porque a vida não é um diagrama de causa e efeito, e se não temos sequer ideia de como seremos projetados nesse futuro, o que dizer de perder tempo com o “quando”? O papel que nos compete é fazer as melhores escolhas enquanto a liberdade individual se apresentar como opção, de modo a persistir na busca por significado em um mundo aparentemente insano optando deliberadamente pelo caos. Far-se-á necessário, sem dúvida, nos mantermos apegados, com unhas e dentes, à visão existencialista da liberdade humana, malgrado a indiferença do universo em relação aos nossos dramas.
A lucidez – e apenas ela – se apresentará como aliada confiável numa realidade em que ideologias, dogmas e verdades absolutas não te serão de qualquer valia, já que em tal cenário todas as tuas “crenças inquestionáveis” serão postas à prova, e terás no teu pensamento crítico e em tua busca pela verdade – aquela que não depende de mim nem de ti – o único lenitivo para seguir acreditando. Arrisco perguntar: tuas crenças ainda te servem de refúgio, ou insistes em usá-las como antídoto para teu desespero, mesmo que não acredites mais nelas?
Neste momento, és tu e tua autonomia para sonhar o agora que te serve de âncora, de modo a não seres levado de roldão para um futuro incerto, e do qual não terás garantia alguma de que sobreviverás a ele. Assume, pois, a tua parte da responsabilidade pelo que percebes, pelo que não te podes furtar da forma como o fizeste até aqui.
Vivemos um momento em que a realidade se impõe sobre o romantismo. A frieza existencial de Kierkegaard e Camus retomando o palco no qual Goethe brilhou sob os holofotes do Iluminismo, e que também acolheu Voltaire e Rousseau.
Sartre já alertava que só é livre quem pode ser responsabilizado pelas próprias ações mas, como também anunciava, esse homem circunstancial inegavelmente depende da direção dos ventos, e este pode, de quando em quando, produzir o contradicto que o eximirá da tal responsabilidade. Assim, em nome da liberdade sistêmica - dita irrenunciável – podemos destruí-la de um único golpe para garantir a pessoal. Inaceitável contradição, diriam os Iluministas, sem se estribar nas mordazes narrativas de Sartre que já alertavam para tais despropósitos do nosso cotidiano proselitista e, tanto quanto diria Nietzsche, humano, demasiado humano!
“Novos tempos”, dirão os arautos de um tempo instável o bastante para chamar de novo o que há de mais velho no mundo, que é a luta pelo protagonismo da ópera bufa que todos deverão aplaudir, incluive os que apostavam numa valsa de Strauss.
Resumo
O texto discute o pessimismo existencialista de Sartre em relação ao futuro da humanidade, contrastando-o com o otimismo iluminista de Goethe. O autor argumenta que a frieza existencialista de Sartre, representada pela ideia de que a liberdade individual é responsável pela criação do caos, se assemelha à visão de Kierkegaard e Camus, enquanto Goethe encarnava o ideal iluminista de progresso e razão. A peça argumenta que, apesar da aparente irracionalidade do mundo, a liberdade individual permanece como um refúgio contra o desespero, e a responsabilidade pela ação individual deve ser assumida mesmo em meio à incerteza do futuro.
Trata-se de um ensaio que critica a sociedade contemporânea, utilizando a filosofia existencialista de Jean-Paul Sartre para analisar a perda de significado em um mundo cada vez mais caótico. O autor argumenta que, apesar das aparências, a liberdade individual continua a ser um valor fundamental em um contexto onde verdades absolutas e ideologias se esfacelam. Ele compara a situação atual ao período pós-Iluminismo, onde a frieza existencialista de Kierkegaard e Camus se sobrepõe ao otimismo de Goethe. O autor sugere que a liberdade individual, apesar de ser a chave para a ação, pode ser comprometida pela dependência às forças externas, o que resultaria em uma contradição insustentável. Ele termina o texto com uma crítica ao proselitismo e ao romantismo, defendendo a necessidade de uma postura crítica e consciente para lidar com a realidade complexa e instável em que vivemos.
Os dilemas de um franco-libertário - Ep. 2
A expressão mais ouvida pela boca dos conservadores é “liberdade”: liberdade para dizer o que querem, para fazer o que querem, como se não seguir as regras do jogo liberdade fosse. O que se mostra nítido é que não conseguem diferenciar o conceito de liberdade do de libertinagem, pois que a liberdade não precisa tampouco ser visível a olhos alheios, mas simplesmente que a vivencies em ti: antes em tua consciência, e depois em teus atos. E dessa forma, para o libertário que és, não serão as correntes do corpo que irão te cercear, mas aquelas que impões a ti mesmo quando atropelas todas as regras pelo exercício da tua alegada “liberdade”.
Por definição, não é apenas falsa, mas imoral, a liberdade que privilegia alguns em detrimento de outros, numa mesma escala de poder. “Numa mesma escala de poder?”, perguntarás... E te direi que não há nada mais desigual do que tratar desiguais de forma igual, e para tanto existem as diferentes escalas de atuação, e a cada qual se aplicam as regras que seus papeis lhes conferem. A isso chamamos de “ordenamento jurídico”, indispensável para que o direito à liberdade se estenda a todas as diferenças.
Liberdade, portanto, não é simplesmente pensar e agir do jeito que entendes ao cobrar o que é bom pra ti, mas transitar livremente dentro desse ordenamento; e opressão é lhe extrapolar as fronteiras, horizontal ou verticalmente, para subverter o pensar e o agir de outrem. Precisas antes aprender a pensar livremente, questionar – inclusive a ti mesmo – e formar tuas próprias opiniões não submetidas a dogmas e doutrinações. A tua real liberdade é, antes de tudo, a tua autonomia intelectual, sem o qual nunca serás livre. Enquanto não desenvolveres pensamento crítico para discernir entre uma coisa e outra não exercerás de forma autêntica a tua liberdade, pois que não se mostrará ética e, tampouco, responsável.
A liberdade legítima não pode prescindir da igualdade como um de seus pilares mais substantivos, asseverando a cada qual a posição que lhe caiba para escapar a injustiças. E quando atrelada a um “ismo” coletivo correrás sempre o risco de vê-la convertida de livre-arbítrio em efeito-rebanho, e é quando precisarás tonificar tua essência de franco-libertário, que só responde à própria consciência. O conceito de que “a união faz a força” não se estende ao cérebro, pois que, no grupo em torno de um lider, somente um exercerá a prerrotativa de pensar, cabendo aos demais segui-lo. Na ausência dele, por outro lado, nem dois dentre todos seguirão na mesma direção, o que pode se mostrar ainda mais desastroso do que a direção única, por mais equivocada que se mostre. Daí porque teu discernimento deverá ser o fiel da balança na batalha contra a opressão e a ignorância.
Súmula
Constituindo-se no segundo episódio da série "Filosofando”, o texto de Luiz R. Bodstein explora o conceito de liberdade a partir de uma perspectiva individualista e crítica, questionando a dicotomia entre liberdade e libertinagem, a visão superficial do conceito de liberdade, e defendendo que a liberdade em sua expressão mais plena consiste na autonomia intelectual e na capacidade de discernimento crítico sobre a complexa relação entre decisões individuais e ordem social. O autor argumenta que a liberdade não se manifesta apenas em ações visíveis, mas também na consciência individualizada, na capacidade de pensar criticamente e formar opiniões próprias, livres de dogmas e doutrinações. Pelo aspecto da interação social, afirma que liberdade não se resume à ausência de restrições externas, mas a capacidade de transitar livremente dentro de um sistema de normas e leis, respeitando a igualdade e os direitos de todos, sem que essa igualdade se traduza por uma homogeneização de pensamentos. Ele critica o tradicional conceito de que “a união faz a força” no que toca ao pensamento individual pelo argumento de que a liberdade de pensamento exige capacidade de questionamento e formação de opiniões autônomas. Bodstein destaca a importância do discernimento individual e da responsabilidade em relação ao próprio pensamento, advertindo contra a alienação e o conformismo advindos da adesão acrítica a ideologias ou líderanças que se estabelecem sem o crivo das análises racionais.
Precisamos aprender a conviver com incertezas
Contam que vida é uma forma de poesia
Dependendo do leitor, feliz ou triste?
Contam dos amores utópicos
Amores perfeitos entre seres imperfeitos?
Livros mostrando o caminho da felicidade
Entre possibilidades infinitas no caminho
Coisas felizes, tristes, indiferenças
Existe o jeito certo de ser feliz como alguns costumam dizer?
A moral que altera-se com o tempo, os costumes
O mundo o mesmo sempre, nada sendo o mesmo
Existe formas certas e erradas de viver?
Os teus sonhos de hoje, certamente, diferentes futuramente
Provavelmente substituições por conta de suas frustrações
O que sente agora, os sentimentos, o prazer, formas de satisfazer
Logo logo podem não significar nada para o seu ser
Quais certezas sobre a vida você consegue ter?
As coisas permanecem as mesmas, enxerga de outros jeitos
Certamente, nunca sabe o que é, as coisas são para nós
O que julgamos absolutas por nossa forma de ver
Se nada fosse o que espera ser que mudanças isso faria?
Sua vida é composta por falsos juízos, a forma que se leva a vida
Consiste em acreditar e criar ilusões, um sonho vivo
Esta preso em falsas concepções? a vida que vive, verdade ou ilusão?
Filosofias orientais nos informam por Short Message Service que a raiz da angústia e ansiedade não é o sentimento de agonia ou de tristeza. Nem mesmo os infundados fundamentalistas sem causa acusam a falta de sentido como suplício existencial. Em vez disso, a verdadeira raiz do sofrimento é essa busca sem fim e inútil de sentimentos transitórios, que nos faz estar em constante estado de descontentamento e insatisfação. Devido a racionalização dessa busca cerebral devotada, a mente nunca está miseravelmente satisfeita. Ainda em prazer, atemoriza perdê-lo, ou quer provar doses enérgicas do mesmo ardor. Quando a mente cala como um grande lago cinzento que deságua no nada: eu nunca morrerei e estarei em tudo que vejo e me verás em tudo que vês.
A vida passa como uma água despejando em nossas mãos; isso é um ciclo natural, então cabe a nós viver ela de uma melhor forma, pois diferente dos gatos só temos uma vida.
Sim, somos estranhos,
Porém,
São apenas diferenças,
Somos únicos,
Ambíguos,
Isso me desperta amor,
Inspira,
Faz-me transbordar,
Tudo que não conhecemos à fundo,
Estranheza nos gera,
E,
Pensando bem,
Questionável é,
Até mesmo o autoconhecimento,
Somos mutáveis,
Uma construção,
Onde os tijolos,
São nossas escolhas.
Resumo do meu pensamento
É difícil a maioria entender que não somos nada, literalmente nada, sem alma, sem espirito, nada metafísico, apenas um animal com o corpo bem adaptado com um cérebro mais evoluído capaz até de criar ilusões. Que o coração apenas bombeia sangue para o corpo e não tem nenhuma ligação com o sentimento.
Que a fé é importante mas a fé em qualquer coisa ativa a mesma parte do cérebro.
Tem o mesmo efeito, é semelhante ao efeito de uma droga.
Que não existe nenhuma razão especial para estarmos aqui, somos apenas parte de um ciclo inevitável.
A vida é bem simples, o homem complica tudo com sua mania de se achar especial. Se existe algo que podemos chamar de Deus seria o tempo, o tempo cria e destrói tudo. Não existe nada no universo que resista ao tempo.
O tempo é a coisa mais importante na vida, não existe forma de recuperar o tempo perdido. Que a única chance de prolongar a existência humana é o conhecimento. Não existe paraíso, a vida é hoje e agora sem segunda chance.