Existencial
O mundo vive um processo tão delicado; que dar opiniões unanimes sobre assuntos de relevância existencial virou motivo de risos, mesmo sendo bom ou sendo ruim.
A FIDELIDADE não pode ser
um sacrifício do seu corpo,
nem um esforço
do seu comportamento,
mas a manifestação
do sentimento que diz:
"o seu amor me basta".
Porque a FIDELIDADE é fruto do amor
e não a sua prova.
(Walmir Monteiro - Crônica Existencial)
O egoísmo é como um buraco negro devorando tudo ao seu redor, e quando menos espera, ele terá te consumido por completo, sobrando apenas o vazio.
Não peço muito para viver, apenas peço ao Universo que compreenda a nobreza do meu modo sereno e conservador de encarar a vida sem crucificar a dor dos dias que se foram e que nunca mais voltarão.
Todos são intensos e complexos por dentro, mas apenas uma insignificante porcentagem da população tem interesse no profundo de um ser.
Não importa se você está sendo falso com as pessoas e consigo mesmo, quem se dá bem nesse mundo é quem atua melhor.
No alçar dessa caminhada
Nada tenho.
- Nem ninguém.
Apenas a morte e a vida.
Minhas duas únicas certezas e amigas.
Elas me lembram do intervalo a cumprir.
Tudo tem um início e tem um fim.
É cíclico.
Essa fonte de vida misteriosa e intrigante
É que nos motiva nessa busca vazia e incessante.
Mas o que é viver?
O insano.
Sobreviver ao delírio da realidade.
Suportar esse terrível engano.
Uma viagem sem passaporte, não premeditada, ao qual tivemos que nos submeter.
Mesmo sem querer.
O nosso desejo é o último a ser ouvido. Desde o instante em que nascemos. Então, por que devíamos aceitar que a vida seja para isso?
A realização egoísta de meros desejos insaciáveis, que nunca conseguimos satisfazer?
Eis a sábia atitude de aceitar desde o princípio o sofrimento com resignação, pois em si está a sua força, é na humildade que reside toda a convicção.
Por que devíamos tanto nos importar? Se a chuva que molha vai embora, escorre no rio para nunca mais voltar?
O tempo passa e a gente envelhece, mas só ficam as lembranças, a dor se esvai. Por isso é melhor fazer com medo, do que se arrepender de nada ter feito.
Lembra-te de não se deixar ser governado por suas emoções, e sim por teus pensamentos e, posteriormente, por suas ações.
Pois o que sentiu você não lembrará, só o que deixou de fazer, e portanto agora deixará partido o seu coração. Só o que importa é o agora.
Talvez nossas crises existenciais não sejam causadas pela ausência do sentido da vida, mas pelo excesso de escolhas a serem realizadas e direções a serem seguidas.
Como os seres humanos desde muito antes das civilizações, os caçadores coletores, e depois deles, lidavam com a seguinte questão, a mais terrível de todas, no âmbito de suas condições como seres viventes? "A única certeza da vida é a morte". Só mesmo se inventando crenças em um mundo pós-vida, em deuses a confortar-lhes esta e outras questões existenciais.
O estado depressivo vem quando a alma e o corpo físico deixam de estabelecer uma comunicação saudável e a alma se frustra com os atos que o corpo físico está praticando e/ou deixando de praticar. A inércia em dar seguimento à linha evolutiva culmina no vazio existencial persistente.
Nada é
mais excitante
do que a plenitude
da capacidade consciente
de contemplar e perceber a
REALIDADE EXISTENCIAL!
Eu preferiria morrer de amor, mesmo que fosse amando sozinho, do que sucumbir ao tédio, perdido no labirinto escuro e gélido do meu próprio coração vazio.
Eram 3 da manhã e eu estava voltando para casa, caminhando por cerca de 20 minutos. Estava um pouco bêbado, completamente sozinho e com apenas 10 reais no bolso esquerdo. As ruas estavam desertas, sem uma alma sequer à vista, apenas o vento gelado que ecoava o silêncio ao meu redor. Era estranhamente bonito, apesar da melancolia que me acompanhava naquela caminhada solitária.
Talvez você tenha a mente cheia de dúvidas existenciais
quanto ao sentido da vida,
quanto ao propósito de tudo isso que vivemos aqui.
Mas acredite: nenhuma resposta seria boa o suficiente pra você,
pelo simples fato de que não foi você que determinou as regras.
Entretanto, se ainda assim, você quer saber
porque estamos aqui,
eu poderia te dizer simplesmente que é para nos aperfeiçoarmos,
para nos tornarmos pessoas melhores.
E por quê?
Para poder servir melhor às outras pessoas.
E por quê?
Porque de alguma forma isso ajuda na obra Daquele que nos criou.
E por que devemos ajudá-lo em sua obra?
Por amor?
Sim, por amor.
Mas se você não é capaz de amar Aquele que te criou,
então que seja por gratidão.
E aí você pode perguntar: gratidão pelo quê?
Pela oportunidade do milagre da vida.
Ou pelo simples fato de um dia Ele ter acreditado que valia a pena
criar e acreditar em você.
Carrego em mim toda vida do mundo
Meu coração bate
Minhas pernas funcionam
E meus pulmões me alimentam
Então por que me sinto morta?
Carrego em mim toda vida do mundo
Meus reflexos são ágeis
Meus sentidos certeiros
E minha visão é clara
Então por que me sinto tonta?
Carrego em mim toda vida do mundo
Vejo beleza no podre
Vejo vida na morte
E perfeição na assimetria
Então por que me sinto feia?
Carrego em mim toda vida do mundo
Destruí muitas barreiras
Carreguei muitas pessoas
E construí muitas moradas
Então por que me sinto fraca?
Carrego em mim toda vida do mundo
Meu corpo me sustenta
Minha mente discerne
E meu espírito me guia
Se separadamente sou constituída de virtudes
Por que o todo parece tão disfuncional?
Pessoas “genuínas” vivem o real e utilizam do irreal (fantasia) para aliviar o peso perene dessa adequação. Por outro lado, indivíduos “inautênticos” vivem no fictício, e no contato com aquilo que é real encontram alívio ao vazio existencial que os consome.
Escopos da vida
Mais uma vez; sozinho!
Estive ontem, também; sozinho!
Amanhã não posso estar diferente.
Afinal de contas, todos os meus amanhãs
Serão sempre, sozinho.
Passei pela vida sem ter religião e nem amigos.
Ou talvez tivesse amigos; mas todos, sem religiões.
Não, não tenho arrependimentos!
Estou hoje entre a covardia de ser eu mesmo
E o mistério que é a covardia de não ser ninguém.
Ainda que para isto; eu me torne subitamente alguém.
Tenho vivido de fronte à tantas portas,
Portas que ninguém mais consegue passar...
Que não passam, porque diante de mim nada passa.
Estou indiferente a mim mesmo.
Porque tudo aquilo que não posso ser
Hoje eu sou!
Mas sem pais.
Ah, se ao menos tivesse um pai.
Se ao menos tivesse um pai, teria os ombros mais leves.
Como um pássaro carregado pela mãe.
Estou sozinho, sendo um bonifrate imaginário, sem imaginações.
Sem imaginações, porque na minha vida nada muda.
Nada melhora e nada piora, nada é novo!
Tudo é velho e cansativo, com a minha alma.
Sou um escritor que faz versos que não são versos.
Porque se fossem versos, teriam melodias e métricas.
Ah, escrever, sem versos e métricas, como a vida.
Ao passo que os meus não-versos prosseguem,
A inabilidade caminha rumo ao meu coração.
Este castelo fantasmagórico, este lugar de terra cinza.
Tudo na minha literatura é velho e cansativo.
Como o autor deitado em uma cama esticado como uma cuíca.
O silêncio do meu quarto fatiga os ouvidos do meu coração.
A minha vida é uma artéria atulhada de lembranças solitárias.
Lembro-me que ao nascer...
O médico olhou-me aos olhos e parou de súbito.
Caminhou pelo quarto e sentou-se em uma cátedra.
Ergueu as mãos ao queixo, apoiou-se fixamente sobre ele.
E ficou ali a meditar profundamente.
Passou-se o tempo e tornei-me infante.
Subi ao céu, observei o mundo e aconteceu;
Deitei o mundo sob os meus ombros.
Depois desci ao pé de uma árvore e adormeci.
Quando acordei estava a chorar de arrependimento.
Na casa que eu morava, já não havia ninguém.
A minha mãe diziam ter ido ao céu; procurar-me!
Não tendo me encontrado, tratou logo de nunca mais voltar.
E por lá ficou, e nunca mais a vi.
Nunca soube por que o destino inóspito lhe tirou a vida...
Se o altruísmo materno é a metafísica de toda a essência
Ou se abúlica vivência é pela morte absorvida,
Não seria à vossa morte um grande erro da ciência?
Talvez um pai!
- Meu pai perdeu-se nos meus ombros,
Era um fardo que eu sustentara sem nunca tê-lo visto.
Todos os meus sonhos e ambições nasceram mortos.
Descobri que a alegria de todos; era o mundo sob os meus ombros.
Olhavam-me e riam-se: Apontavam-me como a um animal.
Quando resolvi descer o mundo dos meus ombros,
Percebi que a vida passou; e nada de bom me aconteceu.
Não tive esperanças ou arrependimentos.
Não tive lembranças, culpas ou a quem culpar.
Não tive pais, parentes e nem irmãos.
E por não tê-los; este era o mundo que eu carregava aos ombros.
Este era eu.
Sozinho como sempre fui.
Sozinho como hoje ainda sou.
Um misantropo na misantropia.
Distante de tudo aquilo que nunca esteve perto.
Um espectador que tem olhado a vida.
Sem nunca ter sido percebido por ela.
A consciência dos meus ombros refletida no espelho
Demonstra a reflexibilidade desconexa de quem sou.
Outra vez fatídico, outra vez um rejeitado por todos.
Como a um índio débil que o ácido carcomeu.
Ah! Esse sim; por fim, sou eu.
Eu que tenho sido incansavelmente efetivo a vida.
Eu que tenho sido o fluídico espectro de mim mesmo.
Eu que tenho sido a miséria das rejeições dos parentes.
Eu que tenho sido impiedoso até mesmo em orações.
Eu que... – Eu que nunca tenho sido eu mesmo.
Ah! Esse sim; por fim, sou eu.
Ouço ruídos humanos que nunca dizem nada.
Convivo com seres leprosos que nunca se desfazem,
Desta engrenagem árida que chamamos mundo.
Ah, rotina diária que chamamos vida.
Incansáveis restos de feridas que sobrevivem,
Nesta torrente da consciência humana.