Existencial
Causar o mal para alguém é uma forma de investir na criação do próprio inferno existencial. E isso não é só uma frase bonitinha, é um fato. Pare um pouco e reflita.
– Icaro Fonseca
►Crise Existencial?
Gostaria que alguém me ensinasse a amar,
Pois eu já cometi muitos enganos quando tentei me apaixonar
É que o meu coração não aguenta mais se machucar
Será que não existe uma fórmula? Um guia?
Bem que eu gostaria que a resposta estivesse na esquina
Mas se fosse tão simples, não haveria poesia
Às vezes não sei o que há de errado com a minha vida
Me sinto muito deslocado, em um mundo inabitável
Como se eu fosse o único ser restante da espécie de apaixonados
Mas nada, e ninguém, me tira o poder do sonhar,
Imaginar mãos dadas a caminhar para um misterioso lugar,
Sobre as nuvens da criatividade a nadar,
Nada com o que se preocupar, apenas o tum-tum do meu coração a cantar
Sem me mover para nenhum lugar e com sentimentos puros
E meu sonho termina ao nascer do dia e me vejo segurando o travesseiro.
Talvez um poema conquiste uma flor
Mas não sou capaz de compor um, talvez uma carta de amor?
Agora questiono se meu sentimento possui ou não valor
Às vezes olho para a janela e me indago onde estou,
Pois me sinto deslocado, um cavaleiro sem seu fiel cavalo,
Inútil como um Arthur sem um reinado
Apenas existindo, apenas ocupando espaço,
Almejando uma companhia para me sentir motivado
Me fazer sentir, me servir de musa para um porta retrato.
Mas está tão difícil se declarar
Está tão difícil confiar
Que meu coração tem medo de apostar na roleta
Pois o resultado pode ser uma nova tristeza
A sorte está com aqueles que, em meio a esse caos,
Encontrou uma princesa.
Mas talvez o amor não seja o remédio
Talvez o que estou sentindo não seja depressão, e sim tédio
Talvez eu só precise de uma miragem, agradável, neste meu deserto
Não me parece familiar este sentimento perverso,
Que trama a destruição do meu lado singelo,
E que eu descrevo com pequenos e modestos versos
Sãos os minuciosos dos gestos que me tornam único,
Mas nem por isso estou incluso, tornei-me inseguro
Passo o dia me protegendo do mundo,
Feito o bicho-papão se escondendo no escuro
Com medo dos seres sujos, dos falsos e injustos,
Que mutilam aqueles que agem com um sentimento puro.
Passei a ter uma cabeça caixa-preta
Fechada para tudo, até mesmo a direita, ou esquerda
Minha escrita tornou-se mais pesada
Com a mão tremula, eu fantasio em palavras, uma noite estrelada
Apenas para nutrir minha paz atualmente abalada.
Alguém me ensine o que é o amor verdadeiro?
Como sei se é real o que estou vivendo?
Seria a saudade um vestígio concreto do amor certo?
Alguém me diga se sou uma pessoa de verdade
Se o que sinto é normal, que não sou uma atrocidade
Me preocupo se estou fazendo corretamente a minha parte
Não minto quando digo que gosto de alguém,
Mas será que mentir as vezes não me faria bem?
Pois quando digo a sinceridade, logo me expulsão,
Justificando-me que não é por maldade.
Alguém me ensine, estou perdido
Não sei se meu comportamento faz sentindo
Não sei se sou o modelo previsto para este mundo ilícito.
E de repente, a mente cansa de lutar sobre o acaso. Cansaço existencial diante tudo aquilo que me tortura dia-a-dia, caos investido em solidão. Descaso. Procura eterna da calmaria que me faz cansar de paz.
Vazio existencial
Antes estar morto do que só
Em seguida de nascer o sol
Deveras penoso a quem ama
Tanto espaço em uma cama
Para sofrer, basta ter desejo
Se cegar de luz no lampejo
Imaginar um começo e meio
Sem pensar no fim, ele veio
Inútil culpar a circunstância
Se afogar na sua arrogância
Ou estar ébrio de desilusão
De tanto apanhar o coração
Equilíbrio é a dica do amigo
A um leigo que corre perigo
Que desconhece o buraco
Se acha forte, mas é fraco
Existem teorias fabricadas
Especialmente aos “nadas”
Do vazio existencial, hábito
Mas a autoajuda é um parto
Não deve ter saída mesmo
Viemos ao mundo a esmo
O que eu vejo, um outro vê
Nos seus fatos e no que lê.
Como podes confundir essência que é fluida e existencial; base que não se altera a qualquer mudança, sejas natural, quando interferes balança e, logos alcanças.
"O meu maior propósito de vida é saber que a minha trajetória existencial mostra exatamente o que procuro. Qual o seu propósito?"
Vivemos em tempos de crise. Crise existencial, de ansiedade, de pânico, econômica e tantas outras. Sua evolução pode ser maléfica ou benéfica, depende da nossa visão. Podemos aproveitar a ocasião para evoluir, crescer e amadurecer ou viver à mercê de todo este desequilíbrio existencial. Vamos olhar a crise como um novo recomeço e uma nova etapa que precisamos superar.
O que descansa a gente é estar com quem nos ama. Porque aí cessa a nossa busca existencial. Fora disso, continuamos buscando amor, incansáveis, ainda que deitados numa rede à beira mar.
Nesse sentido, nada descansa mais o ser humano do que estar com Deus. E Jesus, sem abrir mão das orações coletivas, nos indica a ir ao nosso quarto, fechar a porta, e encontrarmos o Pai em secreto. Isso nos coloca nos eixos, nos devolve ao propósito para o qual fomos feitos, e nos descansa para que continuemos trabalhando sem parar de amar.
Poetizar a vida
De um ângulo existencial
Seria como fazer algo
Que seja demais especial.
Retratando
Com total fidelidade
Cada passagem
Vivida na realidade.
Em uma expressão
Que faz vibrar em alto som
Uma alta vibração
Manifestada por um belo dom.
Cuja sensibilidade
Quando demonstrada espontaneamente
Faz brotar intimamente
Uma pura semente.
Da que se manifeste
Em perfeita atuação
Da mente para com a alma
Mutuamente com o coração.
Ouvi dizer, uma vez, no sentido existencial enquanto realidade vivida, que a finalidade da vida é a morte, pois se vive para encerrar-se. Mas, aventurando-me pelo emaranhado da filosofia, aprendi que esse fim seria a própria vida. Explico: Não temos consciência plena do que seja a morte, pressupondo estarmos vivos; a morte é, pois, algo que não provamos apesar de termos em mente a sua existência. Não sabemos o que vem, o que acontece quando ela chega, morte é morte, e pronto! Mas da vida... ahhh!... dela sim podemos falar, pois provamos. Experienciamos seu doce e amargo sabor, suas intempéries, sua bonança, alegrias e tristezas, doença e conforto. Dela sim podemos falar, pois experimentamos. A morte, ah, a morte!.. disso não temos qualquer sabor. Por essa razão, digo: A finalidade da vida é a própria vida! Viver Para Viver, e PRONTO!
Trilha sonora
Preenchendo as lacunas do vazio existencial
Oportunidades dispostas num mundo desigual
A realidade dividida entre o sério e o incrédulo
Na trilha do caminho que aponta para o certo
Nada cultivamos além de boas amizades
O resto perde-se ao vento e à trilha sonora
As sinfonias revelam uma outra condição
Acalmando os que jazem no clarão da aurora
Cumprimentes apenas de gesto suficiente
Sem mais delongas ou risos dissimulados
Estamos fadados a pensar como escravos
Vivendo como tal gente de toda a gente
Faças para ser recordado na história
Como alguém que marcou nos seus passos
Deixando um legado envolto em paz
O que é rico e nobre não se perde jamais!