Existência - frases e Textos
INTERDEPENDÊNCIA
Perceba claramente a existência de uma nuvem em um papel em branco. Se não existir a nuvem, a chuva não cai. Se não cair a chuva, a árvore não cresce. Se não cresce a árvore, não se faz papel. Então, podemos dizer que o papel e a nuvem se encontram em interexistência. Se observarmos mais profundamente o papel, veremos nele a luz do sol.
Sem a luz do sol, o mato não cresce. Ou melhor, sem ela, nada no mundo cresce. Por isso, reconhecemos que a luz do sol também existe no papel em branco. O papel e a luz do sol se encontram em interdependência. Se continuarmos observando profundamente, veremos o lenhador que cortou a árvore posteriormente levada à marcenaria.
Veremos também o trigo no papel. Sabemos que o lenhador não pode existir sem o pão de cada dia. Por isso, o trigo, a matéria-prima do pão, também existe no papel. Pensando desta maneira, reconhecemos que um papel branco não pode existir quando faltar qualquer um destes elementos. Não posso citar nada que não esteja aqui, agora. O tempo, o espaço, a chuva, os minerais contidos no solo, a luz do sol, as nuvens, os rios, o calor... Tudo está aqui, agora. Não podemos existir sozinhos.
Este papel branco é totalmente constituído de “elementos que não são papel”. Se devolvermos todos os “elementos que não sejam papel” à sua origem, o papel deixará de existir. O papel não existirá se forem tirados os “elementos que não sejam papel”. O papel, em sua espessura fina, contém tudo do universo. Nele, não há nada que não exista em interdependência.
Nossos segredos não mudam em essência, aperfeiçoam-se com a existência, te amo pontuando nossa paciência.
O TRABALHO E SUAS VERTENTES
Entre os diversos trabalhos que o ser humano empreende na existência, dois merecem a nossa atenção:
1. O trabalho necessário ao nosso instinto de sobrevivência, pois como seres humanos frágeis, necessitamos de alimento, agasalho, abrigo, etc.
2. O outro trabalho é o que busca incessantemente a elevação do nível de consciência. Por indolência, muitos poucos se envolvem com tal trabalho.
Porém entre ambos, é o segundo que dá o verdadeiro sentido a vida, que nos projeta às dimensões mais elevadas, e nos conecta com os mistérios mais profundos da nossa existência.
Não devemos passar pela vida, preocupados somente com o trabalho do instinto de sobrevivência, pois com certeza, passaremos por essa breve vida sem conhecer outras dimensões sublimes da vida.
Não estou dizendo que devemos desprezar o trabalho do nosso instinto de sobrevivência, mas colocá-lo no seu devido lugar. O ser humano não é só o instinto de sobrevivência, mas é possuidor de intuição, sensibilidade, e pode através da percepção e do trabalho pela elevação da consciência acessar outros mundos mais sutis e elevados.
A vida que é empreendida apenas na dimensão do instinto de sobrevivência é pobre, limitada, unidimensional, mas quando é acompanhada pelo trabalho incessante da elevação da consciência se torna enriquecedora, não tem fronteiras, e é multidimensional.
O trabalho precisa ser entendido de maneira abrangente, integral, e nas suas inter-relações. Caso contrário, passaremos pela existência conhecendo apenas uma pequenina dimensão da grandeza infinita da vida.
Se você quer 'provar que Deus existe' — ou que não existe –, tem de admitir a existência de um domínio chamado 'existência', que O transcende e no qual Ele está ou não está. Isso é coisa de maluco.
O raciocínio lógico tem em si as razões da sua 'validade', mas não da sua cognoscibilidade. O raciocínio lógico seria impossível sem a percepção intuitiva da igualdade de duas proposições. Não há 'conhecimento racional', só conhecimento intuitivo.
Como percebo a unidade de duas proposições num silogismo? É por outro silogismo, e mais outro e mais outro ainda, ou é por uma intuição imediata da forma?
Intuição é: percepção imediata de uma presença.
Por baixo ou para além da intuição, só existe o 'conhecimento por presença' que a torna possível.
Em vez de se esforçar para 'provar' alguma coisa, o filósofo se dedica a perceber e expressar depois de aprender a abrir-se à presença.
Todas as nossas intuições são instantâneas. Só o conhecimento por presença me informa da continuidade do mundo. A razão pode reforçar as razões de crer nela, mas não pode 'prová-la', já que toda possibilidade de prova se assenta nessa mesma continuidade.
'Provar' é coisa de contabilistas e policiais. O filósofo pode estimular a intuição para que seus ouvintes percebam o que ele percebeu, mas não provar algo a quem não percebeu nada - e quem percebeu não precisa de prova.
Provas só servem para dar validade social a uma crença esquemática, que simboliza de maneira distante e vaga alguma intuição originária.
Um filósofo de verdade não faz a mínima questão de que suas conclusões adquiram validade social - apenas de que sejam confirmadas por quem percebeu o que ele percebeu.
Minha própria continuidade não pode ser percebida como objeto de meus pensamentos, mas se impõe a mim de maneira avassaladora como condição 'sine qua non' da minha possibilidade de pensar. Que não dizer, então, da continuidade do Ser como um todo?
As provas da existência de Deus demonstram a NECESSIDADE LÓGICA dessa existência, não a sua FACTUALIDADE. Ademais, toda prova lógica só pode demonstrar a existência de 'algum' deus, no sentido genérico, não a de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, mas, como este é o único Deus que existe, a prova genérica é necessariamente insatisfatória. A fé exige algo mais.
Dizer que existe alguma prova lógica da existência de Deus É O MESMO que dizer que a existência de Deus é logicamente necessária.
[...] Só disse que não se pode atribuir a Ele a 'existência' no sentido em que este termo se aplica às coisas criadas.
[...] a lógica, por si, não pode provar a existência de nada, apenas a necessidade lógica dessa existência, mas, como não existe existência genérica e o próprio Deus não é uma generalidade e sim uma PESSOA real e concreta, a prova lógica deixa escapar o principal, a não ser que seja complementada pelo conhecimento intuitivo direto da AÇÃO divina no mundo, Aí a certeza não é só a da existência de 'algum' Deus, e sim a do NOSSO Deus.
Para encerrar esta coisa: Se a lógica pudesse provar algo mais que a necessidade lógica da existência de um Deus genérico, se ela pudesse, partindo da existência das coisas criadas, provar a existência do NOSSO Deus, a revelação seria inteiramente desnecessária e a Encarnação seria apenas uma redundância. Fim de conversa.
Dou por pressuposta a teoria de Sto. Tomás e tento raciocinar A PARTIR DELA em vez de simplesmente repeti-la. Tal é a obrigação do filósofo. Por essa via, pergunto: Se provamos apenas a necessidade lógica, maximamente cogente, da existência de 'um' Deus criador, provamos apenas a existência de um Ser genérico, não a do NOSSO Deus, Esse Ser genérico existe independentemente e acima das Três Pessoas da Trindade? Se respondemos 'sim', somos muçulmanos; esse Ser é exatamente o que se entende por 'Allah'. Mas se sabemos, pela Revelação, que o Único Deus que existe é o das Três Pessoas, é claro que não podemos nos contentar com a prova lógica e temos de levar a investigação adiante.
Sto. Tomás, na 'Suma Contra os Gentios', deixa claro que a prova da existência de Deus pela dos seres contingentes é válida igualmente para os cristãos, os judeus e os muçulmanos. É portanto evidente que essa prova trata de 'um' Deus genérico e não do NOSSO Deus em particular.
Se tempo é uma possibilidade dentro do espaço e você uma probabilidade de existência em um espaço tempo, então você é a prova da manifestação temporal dentro de uma objetivação do eterno.
Puramente consciência manifesta em corpo físico baseado em uma possibilidade de universos que poderia ter escolhido em um determinado nível de possibilidades dadas em função do tempo.
Então sua consciência é construída de forma atemporal, dentro de um espaço temporal.
O amor é tudo de que precisamos para atravessar os desertos da existência. É a brisa suave nos dias afetados com o calor da indiferença.
O discernimento do ser humano, sobre a existência, ultrapassa os ensinamentos dos livros, pois cada um é capaz de extrair desse universo, o seu próprio.
"Será que seu deus acreditaria na sua existência quando ele olhasse para você e não visse nada além do seu imenso vazio?"
Existência
Venha comigo, fique comigo, ó amada minha...
Se não fosse ela a minha dor
Seria por um instante meu grande amor,
Ela que chegou em minha vida já de partida.
Já não tenho tamanho e nem medida
E esse buraco que ficou, é negro na minha vida.
Se me tenho em mim mesmo sem você
Nada tenho em mim que já não seja de você.
E nessa existência inexistente
Não existe mais outra que seja existente.
Uma só existe, é você meu grande amor,
Amada da minha alma.
Edney Valentim Araújo