Excessos
Eu procuro por mim, tal qual o artesão procura sua arte escondida nos excessos da matéria bruta de seu mármore.
O sábio respondeu: “podemos cometer alguns excessos de vez em quando. Mas é sempre bom parar, e refletir sobre o que fazemos na vida”.
Me sinto, frequentemente, bombardeada por um mundo que não sei se suporto. Excessos e faltas. Sou movida por eles, por sentimento, sonho e lágrima. Tem gente que não entende meu estilo de ser e me doar. Para esses, eu digo que não vou desistir. Vou continuar, preciso continuar. Mesmo que o caminho seja cheio de lama, mesmo que pessoas-monstro apareçam: eu vou fechar os olhos e acreditar num mundo mais bonito. Eu vou abrir os olhos e viver um mundo mais bonito. Eu vou manter meus olhos na tela, meus dedos no coração e fazer do seu mundo um lugar mais bonito. Ah, eu vou!
Um café e um amor… Quentes, por favor!
Sem excessos de doçura ou amargura.
Forte
Doce…
Que ambos façam meu coração acelerar.
Que me mantenham vivo.
Um café e um amor… Quentes, por favor!
E que de nenhum deles eu sofra de vício,
Mas que de ambos,
Eu possa me dar ao luxo do hábito
Um café e um amor… Quentes por favor!
Pra ter calma nos dias frios.
Pra dar colo
Quando as coisas estiverem por um fio.
E que eles nunca tenham gosto de ontem
Nem anseiem pelo amanhã
Que me façam feliz nesse agora,
Que me abracem pela manhã.
Me entupo de ausências, me esvazio de excessos. Eu não caibo no estreito, eu só vivo nos extremos.
Eu gosto de excessos, daqueles que transbordam. Eu gosto de viver excessivamente aquilo que me faz bem.
É inevitável: um dia a ilusão começa a desmoronar. Você percebe que excessos não são saudáveis. Você olha para trás e descobre que tudo o que um dia teve infinita importância se tornou pequeno demais; irreal. Conseguir - de fato - amar não é complicado, se deixar amar é absurdamente perturbador. Você precisa se renovar, deixar virar poeira o que já estragou há muito, enfrentar o medo olhos nos olhos...
Uma obsessão vivida até a saciedade anula-se em seus próprios excessos.