Evitar
E como não me embriagar de ti? Como evitar que teu amor me consuma e me enlouqueça? Estou lhe implorando pelas respostas. As procuro em cada esquina, em cada beco esquecido. Já as procurei em garrafas, já as encontrei no fundo de um copo. Busco pelo conforto, pela calmaria e até pelo esquecimento. Corro ao encontro do meu amor próprio. Desvio das promessas, das juras de amor, dos planos e até dos sentimentos. Esbarro no seu olhar que volta a me invadir trazendo sua devastação. Aperto os olhos e lhe empurro para longe rezando para que tu não voltes. Permita-me a felicidade. Largue-me. Reviva-me se for possível e saia de perto para que o efeito dure.
Dessa vez não vou evitar dizer o que está na minha cabeça só porque eu sei que minha mente geminiana vai negar no dia seguinte.
Há um motivo pelo qual, quando todo autor, de Shakespeare a Salinger, escreve sobre jovens, não se pode evitar a verdade, de que ser jovem é doloroso. São quase sensações demais.
Um momento de paciência pode evitar um grande desastre; um momento de impaciência pode arruinar toda uma vida.
Dessa vez não vou evitar dizer o que está na minha cabeça só porque eu sei que minha mente geminiana vai negar no dia seguinte, não fugirei de palavras bonitas porque quem diz não é uma pessoa perfeita, não arrumarei mil defeitos pra brigar contra as novecentas e noventa e nove qualidades, não desviarei meus olhos por medo de ter minha mente lida, não sumirei por medo de desaparecer, não vou ferir por medo de machucar, não serei chata por medo de você me achar legal, não vou desistir antes de começar, não vou evitar minha excentricidade, não vou me anular por sentir demais e logo depois não sentir nada, não vou me esconder em personagens, não vou contar minha vida inteira em busca de ter realmente uma vida.
Dessa vez não vou querer tudo de uma vez, porque sempre acabo ficando sem nada no final.
Estou apostando minhas fichas em você e saiba que eu não sou de fazer isso. Mas estou neste momento frágil que não quer acabar. Fiquei menos cafajeste, menos racional, menos eu. E estou aproveitando pra tentar levar algo adiante. Relacionamentos que não saem da primeira página já me esgotaram, decorei o prólogo e estou pronta pro primeiro capítulo.
Prefiro chorar sozinha. Orgulho? Não. Só quero evitar o julgamento de pessoas que não saibam o motivo das minhas lágrimas.
Para se conhecer qualquer pessoa, é preciso ir-se chegando a ela devagar e com cautela, para evitar equívoco e preconceito, coisas bem difíceis de corrigir e reparar depois.
É quase impossível evitar o excesso de amor que um bobo provoca. É que só o bobo é capaz de excesso de amor. E só o amor faz o bobo.
Há cinco coisas neste mundo que ninguém pode realizar: primeira, evitar a velhice, quando se está envelhecendo; segunda, evitar a doença, quando o corpo é predisposto à enfermidade; terceira, não morrer quando o corpo deve morrer; quarta, negar a dissolução, quando, de fato, há a dissolução do corpo; quinta, negar a extinção, quando tudo deve extinguir-se.
Os quatro procedimentos corretos são: primeiro evitar o início do mau. Segundo, eliminar todo o mal, tão logo apareça. Terceiro, induzir que se façam boas ações. Quarto, estimular o desenvolvimento e prosseguimento das boas ações que já começaram. É de suma importância que se pratiquem estes quatro procedimentos.
Ser goleiro é ser herói e vilão.
É querer evitar o inevitável sempre achando, lá no fundo, que dava pra defender o mais indefensável dos chutes.
É jogar um jogo coletivo de forma quase individual e depois de uma grande defesa, ainda que não te agradeçam, saiba que você é tão importante quanto o atacante.
É saber dizer que falhas fazem parte, pois só quem joga lá sob as traves sabe o quanto defesas que parecem fáceis podem ser bem mais difíceis do que se espera.
Enfim, ser goleiro é ser o coração do time, mesmo num jogo onde o principal objetivo você deve evitar.
Não sabeis que o fim e objeto de uma conquista é evitar fazer a mesma coisa que o conquistado?
Engraçado! Ninguém quer ficar gripado da gripe alheia, mas poucos se cuidam para evitar o contágio da estupidez coletiva.