Eu Vejo
Eu vejo um céu nublado e já tenho vontade de te sequestrar, só para a gente deitar juntinhos com o barulho da chuva a nos ninar.
Eu vejo sua verdade. Não adianta vesti-la de boa moça.
Pode guardar os laços e vestidos de voal. Tira esse chapéu charmoso que esconde o vidrado dos teus olhos.
Enfia tudo num baú, naquele mesmo onde você guarda a maquiagem de camuflar solidão e os perfumes que abafam cheiro de culpa.
Ah, a culpa! Ela some com seu estômago e lhe dá concreto no lugar. E de longe se vê que ali vai alguém que leva mais do que aguenta carregar.
Vem cá, sobe no cavalo da liberdade, vamos fugir do tsunami em direção a montanha mais alta. Onde o sol é dourado e as corujas fazem ninhos. Onde fadas iluminam a noite e um toque de varinha mágica faz todo esse concreto virar pó.
Eu vejo o dia amanhecer, ou
O entardecer do dia. A brisa
Dos meus olhos, me fazem
Compreender uma mente
Criativa.
Uma mente que me faz
Pensar: flor, chuva e sol,
Não dar pra combinar...
Se você não entendeu,
Nem procure entender. Pois
A vida ao nascer é difícil
Até crescer; assistindo todo
O meu viver.
Tudo me faz pensar: flor, chuva
E sol, não dar pra combinar; um
Poema sem rimas, uma dança
Sem par.
"Flor, chuva e sol", poema criado em 02 de dezembro de 2002
Eu vejo Voltaire como um grande fanfarrão satírico e adorável, mas apenas os amigos podem falar assim.
As vezes eu vejo olhares faiscados;
As vezes eu ouço palavras doces e leio frases apaixonadas;
As vezes eu me permito sonhar e acreditar que sentimentos bons são possíveis e que nem todos pensam somente nos lucros. Infelizmente eu sempre estou errado... e meu coração continua endurecendo dia-após-dia.
Eu vejo tantas meninas por aí tristes, por um simples babaca que a fez chorar, e, eu lamento tanto por eles, por que trocaram uma rainha por uma mera plebeia
O problema é que eu vejo o que mais ninguém vê. Eu vejo o sofrimento alheio. Eu vejo a injustiça, fome, seca e todas as desgraças existentes e aparentemente invisíveis aos olhos dos outros. Eu sofro por todos eles e por mim também.
Carapitanga...
Eu vejo o meu reflexo em teu espelho
de água qual se diz ser cristalina
que corre em certa pressa, certa sina
e aprendo uma lição, um bom conselho.
Apresso-me e de ti eu me assemelho,
pois tua pressa é justa e me ensina
que quem tem compromisso não declina;
completa sua missão, não dobra artelho...
Em teu percurso vês os ribeirinhos
que lavam corpo e alma nas correntes
geladas que refrescam tensas mentes...
Que pena te agredirem os mesquinhos
com seus esgotos, restos, desalinhos...
Cruéis algozes, vis inconsequentes...
Quando eu vejo que tem coisa aí, eu logo me interesso.
Vou atrás da coisa, olho a coisa, pego a coisa e a coisa me pega.
Me pega e me coloca dentro, dentro da coisa.
A coisa vem atrás, a coisa me olha e a coisa me pega.
Quando eu entendo a coisa, a coisa também me entende, cria-se um caso, um laço.
Eu e coisa, coisa e eu.
Quando eu não entendo a coisa, ela fica dentro mim, que sou outra coisa.
Chuva
No chão eu vejo pingos de chuva
Pingos que fazem chuva
e chuva que fazem pingos.
na chuva plantas ganham vida
e na vida as plantas ganham rosas.