Eu Queria Saber Coisas que Rima com Lais
"Hoje é domingo, e eu esperava te encontrar pra te dizer o quanto te amo e o tanto que você me faz falta.
Talvez, me esqueceu de vez , ou pra você hoje ainda é sexta-feira."
Eu fiz café, deixei o bolo em cima da mesa, mesmo sabendo que não toma café e nem gosta de bolo, mas sabe, eu queria mesmo é que soubesse que nada mudou, que a casa sempre foi a mesma. Não tirei nada de onde estava, até a sua caderneta ao lado do telefone do jeito que deixou está lá, no mesmo lugar, esperando você busca-la. Na verdade, tudo ainda tem seu cheiro, em tudo ainda há partículas de suas células vagando nas coisas; no controle remoto, na escova de cabelo, nos interruptores, na taça de vinho que você gostava de tomar suco mas preferia Coca Cola, Até sua escova de dentes ainda te espera, seca, limpa, nem o gosto da sua boca ficou nas hastes. Seu vestido de festa eu pus no sol pra tirar o cheiro de mofo, encontrei um fio castanho de seu cabelo grudado nas costas, o pus contra a luz, e pude ver que as pessoas se desfazem, se desmontam aos poucos, mas que o vazio que fica por dentro quando fazem falta é muito maior do que a perda de partes do corpo. Só queria mesmo que entrasse devagar, em silêncio, não dissesse nada, mas antes de ir, que me olhasse nos olhos e soubesse o quanto ainda se cabe dentro deles.
Ricardo F.
"O canto dos grilos."
Eu me lembro bem do canto dos grilos do lado de fora, enquanto a lamparina bruxuleava em cima da mesa. Meu avô, sentado numa cadeira na porta, cansado do dia, observava os vaga lumes que cintilavam o breu da noite. Sussurrava com a língua encostada na parte de trás dos dentes da frente uma canção que não existia, disfarçando os pensamentos por onde quer que estivessem. Era um banco comprido, de madeira antiga, já todo alisado pelo tempo. Me lembro de minha avó sentada na ponta com minha cabeça no colo. Passava as mãos pelos meu cabelos fartos procurando piolhos, e me espantava naquela luz amarelada de tão fraca, como ela conseguia encontra-los só com as pontas dos dedos. Meu avô se levantava da cadeira, e o barulho das tábuas do assoalho rangiam aos seus pés. Abria o pote de barro, pegava a caneca, e mesmo de longe eu ouvia o barulho da água descendo por sua garganta, depois voltava pro lugar, se sentava e voltava a sonhar com tudo que já tinha. A vida te leva muitas coisas, as pessoas se vão, mas a vida não leva as lembranças. E a minha vida ficou ali, grudada naquele espaço de banco, e volta e meia eu volto lá, toda vez que eu ouço o Canto dos grilos.
Ricardo F.
Eu sou o Tempo...
O tempo as vezes e algo interessante, passa em um piscar de olhos...
Trás e leva tudo constantemente, nem sempre é justo... ou é? ...
Temos a má prática de imputar a ele nossas responsabilidades...
De abrir ou fechar portas...
Normalmente os imputados nossas frustrações...
Mas ele é o tempo... qual o seu real papel? ...
Não era o de levar ou trazer? ...
Eu o tempo segui o caminho que me pediste...
Suas indecisões ou decisões...
São e serão somente tuas...
Inclusive as consequências...
Me pediste o erro e eu vos trouxe...
Me pediste amor ...
Te entreguei...
Mas será que sou realmente responsável pelas portas que abriste ou fechaste...
Não atribua a mim suas desilusões...
Eu sou o tempo...
"E mesmo na velhice eu vou lembrar de nós, vou sorrir, meus olhos irão brilhar e o coração embora pulsando cansadamente vai acelerar.
Por nós, pela loucura que vivemos."
"Eu contaria nossa história para o mundo, mas tenho preguiça dos porquês. Optei pelo silêncio, guardando as lembranças bonitas entre eu você e Deus."
"Não vai embora sem responder.
Eu parei o tempo digitando, apagando, reescrevendo, chorando e desejando você.
Só visualizou?
Não, não vai embora sem responder."
"É uma noite escura com um silêncio lá fora.
E eu aqui dentro, tomando um café quente, com sabor de saudade."
"Tinha o gosto do melhor sabor já provado e eu voava com os pés no chão em desvaneio incessante. E já sem domínio da respiração, eu inspirava e novamente o beijava."
Eu te amo.
Se me perguntar,
Responderei...
Sempre que deixar,
Eu falarei...
Estou te amando
Como ontem eu te amei.
Estou te amando
Do jeito que tu és.
Estou te amando
Como pede o coração...
Estou te amando
No futuro que se chama hoje.
Se me perguntar,
Simplesmente direi...
Eu te amo
E amarei.
Edney Valentim Araújo
1994...
É um dia nostálgico.
Acredito que no final da tarde eu vou está em estilhos e meu nome será saudades.
"Que eu saiba aproveitar todos os amores, no preto e branco encher de cores, de prato em prato provar todos os sabores, sendo feliz e deslembrando as dores."
Não eu não sou um simples pobre coitado, me respeite pois eu sou é tambem ja fui amado.
Você não sabe o que tenho em mente não me olhe assim eu não uso lente, saiba que você e meu alvo nesse exato tempo presente.
não tente me julgar pelo meu joelho pois saiba eu sou ligeiro em meus sentimentos como um branco coelho, olhe no meu olho e ai sim vera um letreiro que mostra seu leigo rosto meigo.
"Depois eu procurei você em todos os rostos que encontrei na vida.
Embora, sempre concluindo triste que todas as tentativas foram em vão.
O destino caprichou nos detalhes, tirou você de mim e escondeu."