Ética
Um Novo Modelo Ético-Afetivo da Deficiência , pode aprimorar o Modelo Médico e o Modelo Social, tornando-os indissociáveis.
Elegância e sofisticação são métricas da alma refinada, razão pela qual a etiqueta é prima da ética.
PELA ÓTICA DA ÉTICA
Na maioria das vezes, ética é a lei da consciência. É aquele sentimento que nos faz classificar o certo e o errado, sem qualquer influência das leis formais ou escritas. Quem tem ética sabe, por exemplo, que pelas leis formais poderia colher as frutas do quintal vizinho, que estejam em galhos pendentes para o seu quintal. Porém não as colhe, porque apesar das leis, as frutas não são suas. Para ele seria roubo. Legal, mas roubo.
A outra face da ética é a lei do bom senso. Raramente alguém tem. Ela se manifesta, entre outros casos, quando esse mesmo indivíduo que não colhe as frutas do vizinho, mesmo amparado por lei, também não exige que o vizinho corte o galho. Nem o corta ele próprio, e não é por medo, mas porque o galho não o prejudica e não vale a pena estremecer a convivência - ou a não convivência - por um detalhe sem relevância, em nome do mero exercício do direito.
Lei da consciência ou do bom senso, a ética sempre aponta o dedo para o indivíduo que a tem. Cabem a ele os cuidados com o outro, para que a vida em todos os setores da sociedade seja saudável. Nestes tempos em que a ética é artigo de luxo, quem a pratica faz contorcionismo para não se aviltar, pois exige muito esforço e caráter. Ainda assim vale a pena, pelo quanto a virtude o engrandece, apesar das injustiças e do muito que cede aos invasores, maledicentes, folgados e desonestos.
No dia em que não a ética, mas a sua falta for exceção, a justiça é que será regra. Tanto quanto será regra sermos felizes, porque viveremos no tal mundo igualitário, fraterno, bem melhor... Ou sustentável, como temos que nominar por força e lei da mídia, para que os textos e discursos contemporâneos mereçam espaços e acessos.
O PODER DA ÉTICA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Usava de todos os artifícios para tumultuar a vida do ex-cônjuge, com o qual tinha um filho de 11 anos. Além dos inúmeros truques que dificultavam a comunicação, quando ela estava com o filho, ainda criava inúmeras situações como inventar motivos para dizer desaforos com os quais tentava travar bate-bocas. Tentava, mas o ex-cônjuge sabia se conter; tinha calma e zelo pela ética e os bons modos, mesmo quando a tinhosa tinha coragem de ligar a cobrar, com o único objetivo de gritar impropérios. Ele atendia, ouvia tudo em silêncio, até o momento em que ela batia o telefone, para não ouvir a resposta. Uma resposta que ele não daria mesmo, porque não valia o seu esforço.
Com o tempo, o filho começou a se revoltar com a mãe, o que era natural, mas a mãe não entendeu a mensagem da natureza, e ainda se viu no direito de acusar o ex-cônjuge de falar mal dela, quando estava com a criança. Louca por uma confusão, a mulher nervosa foi cobrar satisfações. Mais uma vez com calma, o sujeito explicou que jamais falara mal. Que ao contrário, fazia de tudo para minimizar a revolta da criança, justamente falando bem. Muitas vezes até justificando as atitudes maternas com explicações bem difíceis, porque no fundo, não havia de fato justificativa.
Mesmo sem saber, aquele homem mentiu para a ex-mulher. Ele falava mal, sim. Sem querer, mas falava. A cada vez que o pai passava o telefone para o filho e ponderava: “Filho; ligue para sua mãe, pois ela deve estar tentando falar com você...”, o menino fazia, no coração e na mente, suas comparações. Toda vez que o pai falava bem da mãe, o menino se lembrava das vezes em que a mãe falava mal do pai. Sempre que o pai cumpria regiamente uma palavra dada à mãe, a criança recordava o número de vezes que a mãe faltou com a palavra dada ao pai. Ao ver o pai ponderar diante dos desaforos, inclusive quando ela ligava a cobrar para dizer tais desaforos, a comparação do filho era inevitável. Com a comparação, a revolta, sem qualquer tentativa paterna.
Ser honesto, ponderar, jogar limpo, ter calma, não aceitar provocações nem ser vingativo foi o que levou aquele homem a depor eficientemente contra aquela mulher. Ele não precisou pronunciar palavras... nem olhares e silêncios para seu filho. Ter postura, bom senso, ética e respeito era o quanto bastava para que sua imagem fosse a melhor possível perante aquela criança. Era dispensável qualquer discurso. Bastava ele ser do bem, para falar mal dela.
A EDUCAÇÃO PELA ÉTICA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Ensinar um filho a não fazer pirraça porque se fizer, não ganhará bicicleta, boneca ou seja lá o que for, é criar um sonso. Um adulto interesseiro, que não saberá respeitar as pessoas de quem não espere algo. Da mesma forma, cria-se um mentiroso enrustido, ensinando ao filho que se não deve mentir porque "a mentira tem pernas curtas". Mais tarde, ao perceber que a mentira pode criar asas, ele mentirá.
Quem só não comete crimes porque pode ser descoberto e preso, é um criminoso em potencial. E quem não peca por ser um religioso, porque "Deus está vendo" e pode "pesar a mão" sobre ele, não é uma pessoa confiável. A ocasião propícia ou pelo menos a chance de uma boa justificativa revelará o caráter dessa pessoa. Ela só precisa mesmo encontrar um meio seguro de "passar a perna" em "Deus" e na sociedade.
A lei, seja ela humana ou sobrenatural, quiçá divina, não forma o cidadão consciente. A ética, sim. Se criarmos os nossos filhos, educarmos nossos alunos ou doutrinarmos nossos liderados para o cumprimento livre, natural e consciente de seus deveres humanos, sociais e quaisquer outros, aí sim: teremos o mundo com que os homens e mulheres de boa vontade sempre sonharam.
MALÍCIA ÉTICA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Sempre fale bem daquela pessoa que você sabe que fala mal de você. Não faça isso por bondade, mas por malícia, mesmo. Malícia ética de quem sabe que o tempo e as comparações de comportamentos desenharão seu prestígio; sua boa imagem. Ao mesmo tempo a maledicência, por si só, corroerá por completo a falsa fina estampa de quem a exerce. Você não precisa fazer nada para se defender. A própria convivência de seus afetos com os maledicentes derrubará todas as máscaras.
A ÓTICA DA ÉTICA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Julgue pela evidência irrefutável,
pela força do fato contundente,
não por lente que modele o conceito
para ver ao sabor dos graus impostos...
Nem o faça por bem ou mal querer,
porque acha provável, pelo visto,
por achar que tal cristo é necessário,
pois a cruz está posta e quer alguém...
Nunca julgue o presente no passado,
pela ficha, os boletins de ocorrências,
reticências, parêntesis, lacunas...
O lugar do talvez é o por enquanto,
todo canto requer a nota exata,
será crime forjar o criminoso...
DUPLO CIDADÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Há muitas coisas que a lei permite, mas a ética não recomenda. Se você já não é um fora-da-lei, meus parabéns... mas tente, ainda, não ser um fora-da-ética.
EM NOME DA ÉTICA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Há um grande número de cidadãos focados especificamente no que a lei permite, proíbe ou manda. Isso é bom, porque muitos crimes, delitos e contravenções deixam de ser praticados, pela mera existência do temor da lei. Por existirem, ainda bem, essas pessoas temerosas das consequências diretas de seus atos, mesmo que lhes falte caráter para, no fundo, não desejarem praticar tais atos.
A realidade se complica, e muito, quando a ética está em jogo. Sendo ela o conjunto de posturas e atitudes que a lei não manda nem proíbe, muita gente boa, em princípio, porque não comete crime, abusa do atentado impune ao ser humano. Constrange, prejudica, passa para trás, engana, falta com a palavra, faz fofoca, dedura e até ganha pontos com quem lhe convém ou interessa agradar, mesmo que prejudique aquelas pessoas que não oferecem retorno, vantagem, promessa, ou das quais apenas não gosta.
Falta-se muito com a ética nos ambientes de trabalho, nas igrejas, agremiações e outros grupos, em troca de promoções, prestígio, atribuições, privilégios e cargos que pertencem a outros. Muitas vezes tão só para ficar bem aos olhos do líder, e ter a honra questionável de se tornar mais íntimo.
Também se falta muito com a ética em nome de um destaque na família... da disputa pela preferência geral. Nos dissídios e nas intrigas envolvendo proles. Algumas vezes, pela simples curiosidade ou desejo de cutucar desafetos do outro lado, por intermédio de alguém mais frágil, dependente ou ingênuo, que no fim das contas é igualmente prejudicado sem nem saber a razão.
São muitas as crueldades. Os atos perniciosos não previstos em lei. E a ética, intocável para o jugo da lei, em nome da graça, do arbítrio e da liberdade responsável do ser humano, fica seriamente comprometida. Uma sociedade sem lei é truculenta; brutal... sem ética, é hipócrita e nojenta.
A ÓTICA DA ÉTICA E DA EDUCAÇÃO
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Ninguém é sem ética ou sem educação. Eis o princípio estabelecido por uma verdade sem rodeios: tais valores oscilam de acordo com grupo, cidade, região e país. Pode ser antiético e deseducado quem age com desrespeito aos princípios, regras, crenças e costumes... a identidade... a cultura... os valores do seu meio.
É também antiético e deseducado quem não respeita esse conjunto de características inerentes aos seus anfitriões... o grupo, a família, o povo que o recebe. Será próprio do bom anfitrião deixar à vontade sua visita, mas ainda mais próprio da boa visita, não constranger o anfitrião. Jamais abusar da hospitalidade, nunca menosprezar nem tolher o que ele cultiva, cultua, valoriza ou segue.
Não faltar com a ética e a educação é ter sempre um comportamento com a velha e boa noção de onde, quando, como e com quem. É respeitar identidades, culturas e valores. Não ferir princípios, mesmo com a certeza de que não sofrerá retaliações, em razão da generosidade - ou superioridade - dos atingidos.
VIVENDO CONTRA NÃO VIVER
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Observando a ética e preservando a lei, decidi bem cedo jamais deixar de fazer o que me desse desejo; por mais estranho, incomum ou descabido que fosse. Como apesar de tudo, nunca desejei algo sobre-humano ou que me custasse dinheiro, até hoje cumpri meu propósito. Fiz tudo aquilo que o coração, muitas o impulso me levou a fazer.
É desnecessário dizer que foram muitos os erros cometidos. E não há como ninguém ter se magoado em alguns momentos, às vezes muito, mas nunca deixei de puxar para mim as consequências dos meus atos inconsequentes. Fato é que nunca fui de não fazer o que arbitrei para minha vida ou pelo menos para muitas fases do existir.
Sempre foi latente a minha caça de liberdade. A questão de não permitir buracos no tempo. Não deixar para trás as vontades; os projetos. Não ter sonhos limitados ao sono; à sonolência gerada pela preguiça de ousar. Houve ocasiões em que foi rotina quebrar a cara; muitas vezes ainda quebro, mas não tentar seria quebrar o espírito.
É por isso que trago nas veias, nos olhos, nos traços do meu rosto e até no eventual silêncio, este grito estampado. Esta inquietação contra o deixa estar, a resignação e a obediência. Minha forma íntima de ser evoluiu para não aceitar uma fôrma de ser. Uma imposição externa para o meu comportamento pessoal; particular ou público.
Cresci sem grades. Com limites talvez, porque limites têm a ver com o próximo. Quando existem para preservar o próximo, alguns limites me detêm. Grades, não. Minha formação é livre; democrática; indignada com preconceitos, mordaças e temores. Para mim, é difícil viver nestes tempos reinaugurados em primeiro de janeiro de 2019.
ILUSÃO DE ÉTICA
Demétrio Sena, Magé - RJ.
Eu achava que o Éden fosse além;
que Deus fosse maior, caso existisse,
ou que o bem não tivesse que ter bens
nem patentes; favores pra trocar...
Não sabia que o "céu" é no planalto,
no palácio mais podre dos poderes,
no mais alto escalão da sordidez
que se possa tramar com tanto aval...
A igreja revela um pobre deus
acuado na própria jogatina
onde seus atributos são vendidos...
Eu achava que a fé não tinha preço;
que o avesso do corpo fosse alma;
o "Messias" não fosse um bicho insano...
RUÍDOS CALADOS
Demétrio Sena - Magé
Minha ética geme num silêncio rouco
de gritar pra si mesmo que seja de fato;
há um louco bem lúcido dentro de mim
sussurrando boatos de que tudo passa...
Uma estética fria tenta me conter
dos ruídos calados ferventes em mim,
é um fim que não para de recomeçar
e repor o sentido que tudo não faz...
Este cético tenta encontrar uma fé
que me livre da força de minha fraqueza,
faça o pé se firmar na crueza dos fatos...
Meu arquétipo interno de moralidade
se rendeu à verdade sobre ser quimera;
entretanto quem dera o coração saber...
Não de lições de moral para quem não sabe o que é.
Não de lições de ética para quem não sabe o que é.
Na de lições de caráter para quem não tem.
Não perca o seu tempo discutindo com tolos.
Ignore o que não te acrescenta.
Procure sempre o melhor…
Na simplicidade mora a sabedoria.
No sentido de humor reina a inteligência.
“A Ética é um Princípio, a Moral um Preceito.
Assim, nos esforcemos para sermos éticos”
Ney Batista
“Afinal o que é viver, senão a busca constante da construção do ser ético, altruísta e contemplativo”
Ney Batista
Dec/28/2020
“A inversão de valores por parte de quem deveria ser um exemplo de ética e inteligência, só deixa claro a involução de sua capacidade intelectual”
Ney P. Batista
Mar/26/2021
“Sofre menos na vida quem não se importa com as opiniões alheias e segue firme suas éticas convicções”
Ney P. Batista
Nov/03/2021