Eterno Retorno
O Eterno Retorno (Quando Nietzsche Chorou)
Nietzsche: Nós devemos morrer... Mas na hora certa. A morte só não é aterrorizante quando a vida já se consumou. Já consumou a sua vida?
Breuer: Eu já consegui muitas coisas.
Nietzsche: Mas aproveitou a vida? Ou deixou-se levar por ela? Você está fora da sua vida... sofrendo. Por uma vida que nunca foi vivida.
Breuer: Não posso mudar minha vida. Tenho minha família, meus pacientes e alunos. É tarde demais.
Nietzsche: Não posso lhe dizer como viver de outra forma, viveria segundo o plano de outra pessoa, mas talvez eu possa lhe dar um presente Josef. Eu poderia lhe dar um pensamento.
E se um demônio lhe dissesse que esta vida da forma como vive e viveu no passado você teria de vivê-la de novo. Porém inúmeras vezes mais e não haverá nada novo nela. Cada dor, cada alegria, cada coisa minúscula ou grandiosa retornaria para você mesmo. A mesma sucessão, a mesma sequência, várias e várias vezes como uma ampulheta do tempo. Imagine o infinito! Considere a possibilidade de que cada ato que você escolher Josef, você escolherá para sempre! Então toda vida não vivida permaneceria dentro de você! Não vivida... por toda a eternidade!
Gosta desta ideia...? Ou detesta...? Escolha!
A evolução é um eterno retorno para minha essência, preciso silenciar e recomeçar quantas vezes for necessário e voltar a viver pela verdade da minha alma!
O eterno retorno é uma ideia misteriosa e, com elas, Nietzsche pôs muitos filósofos em dificuldades: pensar que um dia tudo vai se repetir como foi vivido e que tal repetição ainda vai se repetir indefinidamente! O que significa esse mito insensato?
O mito do eterno retorno afirma, por negação, que a vida que desaparece de uma vez por todas, que não volta mais, é semelhante a uma sombra, não tem peso, está morta por antecipação, e por mais atroz, mais bela, mais esplêndida que seja, essa atrocidade, essa beleza, esse esplendor não têm o menor sentido. Essa vida é tão importante quanto uma entre dois reinos africanos do século XIV, que não alterou em nada a face do mundo, embora trezentos mil negros tenham encontrado nela a morte depois de suplícios indescritíveis.
Será que essa guerra entre dois reinos africanos do século XIV se modifica pelo fato de se repetir um número incalculável de vezes no eterno retorno?
Sim: ela se tornará um bloco que se forma e perdura, e sua brutalidade não terá remissão.
Se a Revolução Francesa devesse se repetir eternamente, a historiografia francesa se mostraria menos orgulhosa de Robespierre. Mas como ele trata de algo que não voltará, os anos sangrentos não passam de palavras, teorias, discussões, são mais leves que uma pluma, já não provocam medo. Existe uma diferença infinita entre um Robespierre que apareceu uma só vez na história e um Robespierre que voltaria eternamente para cortar a cabeça dos franceses.
Digamos, portanto, que a ideia do eterno retorno designa uma perspectiva em que as coisas não parecem ser como nós as conhecemos: elas aparecem para nós sem a circunstância atenuante de sua fugacidade. Com efeito, essa circunstância atenuante nos impede de pronunciar qualquer veredicto. Como condenar o que é efêmero? As nuvens alaranjadas do crepúsculo douram todas as coisas com o encanto da nostalgia: até mesmo a guilhotina.
Não faz muito tempo, surpreendi-me experimentando uma sensação incrível: folheando um livro sobre Hitler, fiquei emocionado com algumas fotos dele; lembravam-me o tempo de minha infância; eu a vivi durante a guerra; diversos membros da minha família foram mortos nos campos de concentração nazistas; mas o que era a sua morte diante dessa fotografia Hitler que me lembrava um tempo passado da minha vida, um tempo que não voltaria mais?
Essa reconciliação com Hitler trai a profunda perversão, moral inerente a um mundo fundado essencialmente sobre a inexistência do retorno, pois nesse mundo tudo é perdoado por antecipação e tudo é, portanto, cinicamente permitido.
(A Insustentável Leveza do Ser)
Amor Fati
Eu já vivi tudo isso! A vida é um eterno retorno.
Toda dor, mortificação e, melancolia devem receber uma apreciação digna! Como é hospedeiro tamanho sofrimento, de que modo posso ignorar a beleza dessa notável, mas por vez indesejável solidão?
Eterno Retorno... (Baseado e inspirado, na teoria e doutrina Nietzscheana).
Ah! Quem sabe se o eterno retorno
De Nietzsche viesse do passado ao presente
Fazendo dentro d'alma grande estorno
Em torno de nós de muita gente
Um estorno de valor ético e moral
Tornando o ser mais compreensivo
Fazendo do homem um ser mais racional
Com mais atitude e ao mesmo tempo passivo
Ah se a roda do mundo pudesse girar
Não só em torno do sol, mas em torno de nós
E as verdades ocultas pudessem gritar
Fazendo-nos mais inteligente e menos algoz
Fazendo de facto todo o homem amar
Ser menos arrogante e menos atroz
Ah eterno retorno! Gira! Gira! O mundo sem parar
Da-nos visão de águia, faz o homem ser livre para voar.
O tempo do teatro é o do eterno retorno, é nietzscheano, é o tempo do amor. (Quando você está na cama com uma pessoa, você não tem "tempo". Você sai do tempo, entra num outro.) É a mesma coisa com a arte. Não tem sentido ficar nesse tempo de agenda. Aí você sai do teatro e não foi modificado, ficou no tempo linear, o do Ocidente, do relógio.
"Estamos fadados a cometer os mesmos erros em um ciclo de eterno retorno, com paradigmas que temos a incapacidade de aceitar, mediante a insignificância do existir"
Mas não é comum, você tolerar o eterno retorno do outro, por isso o universo se organizará para te dissuadir. A briga é boa! Um instante de vida que você deseja não acaba nunca mais.
"Viver, é um eterno "não saber se..."
Se aquela ligação terá retorno, se o trabalho vai dar certo, se o amor será correspondido, se os esforços serão recompensados, se nossos sonhos vão se realizar um dia, se vale a pena tentar de novo, se alguém sente sua falta...
É não ter noção de como nossos atos são interpretados pelo mundo e pelas pessoas, e não saber se o retorno será doce ou amargo. Mesmo assim, me parece mais justo fazer minha parte, independente do que virá."
Ass CICERO LYRA
A morte..A vida..O Déja vu..
O Eterno Retorno
"O termo francês déjà vusignifica “já visto” e diz respeito à sensação subjetiva mas intensa de já se ter presenciado ou vivenciado algo, apesar de sabermos que é a primeira vez que acontece."
.
.
Não é a primeira vez que acontece...
E se estarmos em constante ciclo, nascemos e morremos diversas vezes.
E vivemos, mais e mais vezes, a mesma vida que hoje estamos a viver, com algumas pequenas "oportunidades" de mudança, a chance de evitar algo ou algum arrependimento, sem se lembrar exatamente do que é..
Por isso.. diversas vezes, nos conectamos com pessoas com aparências e traços já "conhecidos", mas que nunca antes(pelo menos nesta vida) estivessem se encontrado..
E temos "Déjà vu" de pequenos detalhes, objetos, coisas que até o momento seriam insignificantes, ou com pessoas que até o momento não são conhecidas...
(...)
O Impetuoso Eterno Retorno
Após anos tentando entender a generosidade de minha atitude, a interpretação do Übermensch é por demais generosa. Nunca consegui enxergar esta construção de Nietzsche, que na minha opinião, é apenas estética sem nenhum valor ético como um ser feliz, um ser satisfeito consigo próprio. Zaratustra gasta tanto tempo em críticas aos outros que, só resta uma sensação de estar lendo o texto de alguém frustrado com a existência. Um inimigo da vida real que propõe que a existência desejável é algo inatingível pelo homem.
Quando Nietzsche propõe o teste do retorno em Gaia Ciência, parece que propôs algo tão insólito como a contemplação suicida de alguns monges quando buscam para atingir o Nirvana através do jejum infinito. O eterno retorno, não é apenas impraticável, é indesejável.
Não sou especialmente sartreano, mas como eu poderia esperar ser livre num contexto de perfeição das ações. Penso que o erro e o arrependimento façam parte das nossas bençãos. São uma parte fundamental da mudança e a mudança é o desejável. O caminho tortuoso é verdadeiramente o Nirvana possível e desejável.
Atingir a meta, chegar ao fim do caminho é o inferno, ser o super-homem, viver de acordo com o eterno retorno é a morte. É o fim da aventura humana de erros, acertos, delícias e arrependimentos, amargores e doçuras. Não almejo o tempo para vivê-lo numa espécie de plenitude utópica. Sou um adorador do tempo em todas as suas dores e sobretudo na sua inconsistência tão fluida.
Como eu poderia respeitar o despautério de desejar uma vida perfeita, tão perfeita que, não mais se quisesse mudar uma nota em sua existência. O Super-homem está morto, pela própria definição do seu criador.
eterno retorno;
existo sem sentido,
parado no mesmo lugar,
enquanto o mundo gira
e eu giro dentro dele.
repito ciclos,
como um disco riscado
que sempre pula no mesmo verso,
na mesma frase que não termina.
não sou Sísifo,
sou a própria montanha,
o chão que desaba
a cada passo que tento dar.
não carrego pedras,
carrego perguntas,
e elas pesam mais
do que qualquer rocha.
pego o celular,
não finjo nada.
rolo a tela como quem revolve
cinzas de uma fogueira
que nunca aqueceu ninguém.
ouroboros sistêmico,
mordendo o próprio rabo,
enquanto o tempo escorre
pelos dedos que não seguram nada.
sou o ciclo que se repete,
a espiral que desce,
existo sem sentido,
parado no mesmo lugar,
enquanto o mundo gira…
e eu fico aqui.
O Eterno Retorno
No pequeno vilarejo de Hanamura, no Japão, vivia Aiko, uma jovem de olhar sereno e coração cheio de esperança. Aos 19 anos, ela se apaixonou por Hiroshi, um jovem pescador que, apesar da vida simples, sonhava com um futuro melhor para os dois.
O amor entre eles floresceu como as cerejeiras na primavera. Juraram estar juntos para sempre, mas o destino tinha outros planos. O Japão entrava em guerra e Hiroshi foi convocado para lutar. Na despedida, sob a luz do entardecer, ele segurou as mãos dela e prometeu:
Espere por mim, Aiko. Voltarei para você, nem que leve uma vida inteira.
Os anos passaram. Cartas deixaram de chegar. Os vizinhos sussurravam que Hiroshi jamais voltaria, que Aiko deveria seguir em frente. Mas ela não desistiu. A cada primavera, sentava-se no mesmo banco onde ele se despediu e observava o horizonte, esperando seu amado.
Décadas se passaram, e Aiko envelheceu, mas seu coração permaneceu jovem no amor. Mesmo quando a guerra acabou e os anos trouxeram mudanças, ela nunca aceitou que Hiroshi estivesse perdido. Seu amor era eterno, algo que nem o tempo nem a distância poderiam apagar.
Foi apenas 54 anos depois, em um outono silencioso, que a verdade chegou. Um veterano de guerra trouxe-lhe um diário antigo, encontrado entre pertences abandonados em um hospital militar. Era de Hiroshi. As últimas palavras escritas eram para ela:
Aiko, meu coração sempre pertenceu a você. Se o destino não permitir nosso reencontro nesta vida, nos veremos na eternidade.
Aiko fechou os olhos e sorriu. Ela sempre soube. O amor verdadeiro nunca desaparece. Ele apenas espera, pacientemente, pelo seu reencontro.
E naquela mesma noite, enquanto as folhas caíam das árvores, o espírito de Aiko finalmente partiu, livre, para encontrar seu amado além do tempo.
Sei que a vida e tudo que há nela, não são coisas que eu possa limitar com poesia. Mas seguirei no eterno retorno de dizer o que a maioria das pessoas não conseguem.
A vida é como um ser que está sonhando, e o medo de morrer do sonhador se resume, em, de repente, despertar em um outro mundo desconhecido, e assim por diante. Depois, despertar e novamente adormecer em outro sonho maior ou menor, tanto faz. E uma vez mais dormir e sonhar em outro sonho que já estava lá, apenas te esperando: você despertar do sonho anterior.
Ideia baseada no conceito do eterno retorno de Nietzsche, mas não do mesmo.