Estranho
Estranho de aparência
Saio à noite e nada vejo, é distração
Preocupado em encontrar o que se foi
Sem saber que não existe continuação
Insistindo na faísca, ela se dispõe
Abro a mente e mergulho em espinhos
Cravados todos em memórias profundas
Saudade não basta para os dias idos
Fica a reflexão do tamanho das lutas
Nenhum lugar é minha casa, nada é
Se até antes eu pegava qualquer onda
Hoje eu decido nadar contra a maré
Eles querem que a gente se esconda!
Ouço as reclamações até dos muros
Inundado em um propósito desigual
Vamos lá, nação, chega de sussurros
Espero bem mais da juventude atual
Olhe para mim, não posso esconder
Está na cara a apatia, consequência
Sem causa aparente, resta permanecer
Assim mesmo, estranho de aparência.
Hoje esta estranho, tudo que leio parece que reflete ou o que estou pensando, ou o que estou sentindo, parece que a sintonia das almas criou um sinfonia e posso ouvi-la até além mar... Sincronicidade! Adoro esta palavra...
Que tipo de estranho você é?
Que não fala e não sorri?
Não sei, só sei que é um estranho muito estranho.
Estranho não sentir o teu sorriso, não olhar em teus olhos, não falar: olá, como vai a vida ? Estranho te vê passar e não ouvir tua voz. Parece que todas as cores do universo desaparecem, que todas as flores ficam sem perfume, que o sol some em meio á rio de lágrimas que desaguam nos meus olhos ..estranho, não te ligar...não pedir a nossa música...estranho, esse medo que me consome, que me apavora...esse medo da tua indiferença, do teu silêncio. Estranho, tanto amor, tantas vontades, tantos sonhos, não respondidos, não correspondidos. Estranho, te ter em mim e não está em você.
EVOLUÇÃO AI/DI
Antes da Internet:
1. Amigo > Melhor amigo > Namorado > Noivo > Casado > Viúvo
2. Estranho > Colega > Conhecido > Sumido
Depois da Internet:
1. Amigo > Melhor amigo > Irmão > GAME OVER
2. Estranho > Namorado > Casado > Divorciado
Internet | Cabo, 18-Dez-2013
Passatempo
Sentado ao meu lado,
No coletivo lotado,
Um estranho,
Nariz na leitura colado.
Otimização do tempo!
Invejo.
O estômago frágil
Não me permite
Este advento.
No trajeto, divago.
Pensamentos vagabos.
Fim da linha e
Nenhum aproveitamento.
Tudo novo, tudo estranho.
As únicas coisas que continuam iguais são algumas vontades que permanecem em mim há anos.
Há tanto tempo que acordo e penso em voce, busco logo meu celular, meu meio mais próximo e ao mesmo tempo mais distante de me comunicar com voce. Não ha mais nada, apenas seu rosto estampado em uma tela de retina.
Ah quem me dera não fosse só um sonho poder acordar com voce se revirando e puxando toda a minha coberta, receber um abraço no meio da madrugada de quem ainda esta inconsciente e que no outro dia não ira se lembrar..despertar com o beijo mais doce do dia e esquecer do tempo observando suas primeiras ações. Que falta eu sinto.
Por aqui o sol nasce mais cedo, e voce ainda dorme tranquilo, as vezes consigo até imaginar a forma do seu corpo deitado no seu futon perto da janela, aguardando o mesmo sol que aqui já queima te despertar. Tao distante.
12h30 meu estômago começa a reclamar, entao procuro por algum lugar, apenas um dentre tantos outros iguais, em que meu corpo queira se sentar por uma hora, para escolher algumas opções que antes ja foram escolhidas por outrem. Ao meu redor, casais do mundo inteiro, de todas as idades, tons, humores, e amores..O cardápio chega e eu começo a brincar de adivinhar qual seria a sua escolha se também estive aqui sentado na mesa olhando para o mesmo papel que agora olho. Alguns instantes de distração, e entao volto pra realidade quando o garçon me pergunta pelo meu pedido, e vai embora sem recolher o seu.
Enquanto isso, o sol no Brasil já despertara o dono desses meus pensamentos. Este que há tanto me acompanha, agora deve estar seguindo para a faculdade levando com ele alguma peça que um dia lhe dei e que hoje continua sentindo o toque de seu corpo. E eu me pergunto o quao estranho soa
desejar por alguns instantes ser apenas um pedaço de pano.
A tarde caminho por essas ruas onde já andaram tantas outras pessoas em outros tempos, outros contextos, cada qual com uma historia, são tantas as historias aqui vividas que a minha se torna só mais uma entre elas…nas praças, os artistas estão pintando debaixo do sol, com seus chapeis a mercê de algumas moedas, que muitas vezes não pagam nem mesmo a própria tinta que usam..mas continuam só pelo amor e o prazer que sentem em transformar o branco das telas em uma figura capaz de expressar sentimentos em quem passa e as contemplam..
E entao o sol vai se embora as 19h30, e todos assistem sua partida em cima da mesma ponte que todos os dias me leva de um lado para o outro dessa cidade tão deslumbrante. Ah se um dia eu te encontrasse no meio dessas tantas pessoas que cruzam esta ponte, e voce se sentaria do meu lado pra vermos o mesmo sol e o mesmo dia irem embora juntos, e logo a lua viria nos banhar por uma noite inteira, e ja não seria mais preciso sonhar..
É estranho pensar o quanto me deixei abater, o quanto me permiti viver na miséria, fui forjado para a derrota.
Ser algo é desgastante e ser eu não vale a pena. Mas preciso ser algo, não é? Uma questão de aceitação e sobrevivência na sociedade. Sou algo estranho, então. Talvez porque o dissemelhante tem lá sua graça, mas só os de alma essencialmente corajosa enxergam isso.
Um dia eu acordei e me senti estranho pelo rumo que a minha vida tomou, mas não dá pra mudar o passado. Minha sede por felicidade me diz pra ser forte e aceitar os fatos, mas também penso que será insuportável conviver com esses sentimentos que parecem irrevogáveis; minha angústia crônica contruiu essa bipolaridade, o polo negativo está além do que eu esperava.
Houve um tempo
em que as palavras
eram minhas...
- não, não eram minhas ,
eram tuas
da tua amiga
da tua irmã
ou até talvez
do teu pai
movimentavam-se
em círculo
como se fossem uma roda
qual bailado
de corpos em perfeita harmonia
e
éramos imensuravelmente felizes
porque
ou tu falavas
ou tu , amavelmente , sentavas-te
e escutavas...
[Távola De Estrelas] Estrangeiro
Aquele que não sente prazer ao pagar por um bom serviço, o qual tenha apreciado e lhe servido, é no mínimo um estranho social.