Estrada
Estradas por onde andei
Pisando por entre espinhos,
Lembranças que lá deixei,
Guardo com muito carinho:
A rosa que não plantei,
A pedra que não lapidei,
O desperdicio do encanto;
O dia que a encontrar
Tal pedra a esculpir,
Tudo pode recomeçar,
A rosa plantarei,
Avivarei acalanto,
Deixar de enxugar pranto,
De lágrimas deixado tantos,
Uma vez mais a sorrir.
Ademir Missias
Nova estrada
Página virada.
Esperança por um fio.
No vácuo um vazio.
Segue meu rio.
Uma força que de mim emana.
Um sol que todo dia surge.
Perder o medo urge.
Um toque tocando o corpo carente.
Um abraço forte e comovente.
Página virada.
Segue-se por uma nova estrada.
Na estrada da vida caminhar é preciso, o que não vele é parar, mesmo em passos lentos, continue seguindo em frente.
Sonho em prosa...
Sonho estrada no céu...
voo no mar...
mergulho na terra...
Sonho janela sorrindo pro sol...
Suspirando pra lua...
Piscando pra estrela...
Sonho chuva derramando ternura...
Sol esquentando poesia...
Poesia cutucando coração...
Palavras envolvendo pele...
Pele arrepios delírios...
Delírios ao som chuva caindo...
Sonho noite carícia de chuva...
Chuva ternura entre mim e você...
Um rio se abre em nossas bocas...
Bocas caladas... inundadas!
Dadas a encontro nossas almas...
Almas tecendo verso e prosa...
Prosa nossa em versos vivos!
As vezes sinto que não caminho pela vida, mas a vida caminha comigo por uma estrada rolante me carregando pela vida.
Na caminhada
Caminhava numa estrada sozinho que não parecia ter fim,
após dias de longos passos dados, parei por um instante e comecei a encher inúmeras bexigas de assopro,
soltei todas ao mesmo tempo e as deixei seguir seus caminhos,
logo, continuei a caminhar com mais leveza e cheio de esperanças.
Viver é como caminhar numa estrada, morrer é apenas alcançar a curva desta estrada, ninguém nos vê mais continuamos vivendo.
Sou estrada, que viu o por do sol
Chuva que molhou o chão
Silencio que formou as horas
Advérbio de intensidade, ação!
*
Lembranças de vidas do solo
Ondas de nuvens pequenas
Átomos em forma visível
Ventos em cor de poemas
*
Sentimentos na porta do ser.
Incertezas em evolução
Pensamento inspirando trisílaba,
O insight trazendo emoção.
O que aprendemos pelas estradas da vida ?
Uma pequena reflexão sobre o Mágico de Oz.
É justamente nos piores momentos, nas piores situações da nossa vida, que somos obrigados a mudar, que somos forçados a despertar em nós muitos sentimentos adormecidos. São nas fases mais complicadas que nos vemos forçados a agir diferente, perante os grandes obstáculos que surgem no nosso caminho.
O espantalho que não tinha cérebro, foi forçado a pensar, criar, a imaginar fórmulas para sair dos problemas que estava. O leão que sempre foi covarde, foi forçado a criar coragem para enfrentar os seus grandes inimigos. O homem de lata que vivia enferrujado, foi forçado a sair do comodismo, foi forçado a sentir que precisava mudar.
E Dorothy descobriu que precisa aprender usar o cérebro, que precisa também de coragem e que sem um coração nada disso vale a pena.
Você pode até não gostar, mas são nos piores momentos da nossa vida, nos momentos mais difíceis é que descobrimos a nossa luz. Precisamos aprender na prática para descobrir a nossa força, a nossa coragem, descobrir que temos um coração, que também temos sentimentos.
A gente espera tanto por alguém que venha e faça um milagre na nossa vida, mas não temos a coragem para nós mesmos fazer o nosso próprio milagre. Há males que vem para o bem. Muitas vezes essas situações surgem para que possamos nos descobrir, nos despertar do nosso próprio pesadelo.
Sempre no meio das situações complicadas surge uma estrada de tijolos amarelos que nos leva ao encontro do nosso verdadeiro ser, da nossa alma, do nosso coração. Essa estrada vem para nos reconectar com o que perdemos há muito tempo.
Vale lembrar que sempre depois uma tempestade surge um arco-íris, com um grande sol pra iluminar a nossa vida.
Tudo o que você busca já está em você!
O que você vai fazer ? Seguir em frente e enfrentar uma estrada longa e dura ou parar e apenas desistir de tudo esperando alguém parar e te ajudar ?
Essa é a história de um homem que possuía uma pequena chácara à beira da estrada onde criava frangos.
Os frangos, assados pela sua mulher, tornaram-se famosos.
Ele viu que poderia transformar aquilo num bom negócio. Mandou reformar a fachada da casa, colocou algumas mesas ao ar livre, mandou fazer um grande painel na frente.
A frequência se tornou grande e seus lucros também, o negócio crescia cada vez mais.
Agora, em diversos pontos da estrada havia cartazes indicando: "Frangos assados, os mais deliciosos da região."
O negócio ia tão bem, que o homem pôde colocar seu filho nas melhores escolas e, mais tarde, mandou-o para a Universidade.
Quando o filho voltou, já formado, disse ao pai:
- "Papai, o país está atravessando uma série de crises, acho melhor começar a fazer economia se quer que o nosso negócio sobreviva."
Uma das primeiras providências foi suspender a confecção de novos cartazes e cortar a verba de conservação dos já colocados.
E o filho recomendou: "É melhor não acender mais o cartaz de neon, é preciso economizar luz."
Com essa medida, a frequência, como era natural, foi caindo; verificaram que muitas mesas ficavam vazias e decidiram retirá-las. Poucas semanas depois, quase não restavam mais mesas.
Os motoristas continuavam passando pela estrada, mas agora não sabiam que naquele lugar comia-se um ótimo frango assado.
Assim foi indo, até que nenhum negócio mais foi realizado.
Olhando para o que sobrava do que outrora foi um restaurante, vendo o neon apagado e corroído, os cartazes jogados à beira da estrada, o homem viu como seu filho era inteligente e como pôde, com tanta antecedência, prever o caso.
"É... meu filho tinha razão, a crise foi feia mesmo."
Enquanto isso, muitos outros negócios de frango assado, não tão bons quanto aquele, prosperavam porque seus donos não sabiam que "a crise vinha aí".
Autor desconhecido
Sou como aquele hotel na beira da estrada.
Onde tantas pessoas já passaram.
Algumas por uma só noite,
apressadas foram embora
sem nem tomar
o café da manhã.
Outras ficaram dias
e mais dias,
e mais dias.
Ocuparam os espaços.
Ocuparam meus vazios.
Fizeram festa.
Conversaram madrugadas a dentro
e
foram permanecendo.
Sou como aquele hotel no meio da estrada.
Para alguns, salvação.
Para outros, refúgio.
Sou o lugar em que muitos descansaram.
E também
bagunçaram.
Reviraram tudo e foram embora
sem arrumar nada.
fugiram no meio da noite.
Sem pagar o que me deviam.
Sem dizer muito obrigado.
Abriguei todo tipo de gente.
Chegadas.
Partidas.
A verdade é que todos permaneceram
o tempo que deviam permanecer.
Nem um dia a mais.
Nem um dia a menos.
Ficaram tempo suficiente
para contarem
a sua história
e
conhecerem a minha.
Ninguém foi embora
sem
me deixar
uma lição,
um aprendizado.
Sou um pouco de todos que
já me
atravessaram.
Ando deixando bagagens pesadas pela estrada. Nessa caminhada, há momentos que a vida tem me dado apenas uma escolha: ou é livrar ou é estacionar!
@umavidaentrelinhas
(...) Toda viagem há de ser por um caminho, e, todo caminho (estrada) tem as suas sinalizações, e se as não forem favoráveis PARE. Escolha outro horário para decidir se deve continuar ou não...