Estrada

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Medo de Amar

Petrópolis
O céu está parado, não conta nenhum segredo
A estrada está parada, não leva a nenhum lugar
A areia do tempo escorre de entre meus dedos
Ai que medo de amar!

O sol põe em relevo todas as coisas que não pensam
Entre elas e eu, que imenso abismo secular...
As pessoas passam, não ouvem os gritos do meu silêncio
Ai que medo de amar!

Uma mulher me olha, em seu olhar há tanto enlevo
Tanta promessa de amor, tanto carinho para dar
Eu me ponho a soluçar por dentro, meu rosto está seco
Ai que medo de amar!

Dão-me uma rosa, aspiro fundo em seu recesso
E parto a cantar canções, sou um patético jogral
Mas viver me dói tanto! e eu hesito, estremeço...
Ai que medo de amar!

E assim me encontro: entro em crepúsculo, entardeço
Sou como a última sombra se estendendo sobre o mar
Ah, amor, meu tormento!... como por ti padeço...
Ai que medo de amar!

Não faça da sua vida uma estrada onde todos passam e ninguém fica...
Nunca diga entre sorrisos TE AMO,para depois não houvir através de lágrimas ME ESQUECE!

Na estrada só se anda para frente até que encontramos a bifurcação.

As vezes me pego caminhando pelas estradas da lembrança... Em cada curva, uma saudade!

Eu passeio por tua estrada quando você não está, porque não quero mais vê-lo ou tocá-lo.
Eu passeio por tua casa quando você não está, mas não vasculho tuas gavetas, teus segredos,
a intimidade repousada no silêncio dos teus bolsos, dos armários:
Contemplo os móveis, os livros, os discos e tudo o que está exposto, só quero a experiência.
Eu passeio por tuas coisas quando você não está, pra aprender com tua casa,
tua estrada e o teu mundo a suportar a tua ausência.

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante

Viagem de um vencido

Noite. Cruzes na estrada. Aves com frio...
E, enquanto eu tropeçava sobre os paus,
A efígie apocalíptica do Caos
Dançava no meu cérebro sombrio!

O Céu estava horrivelmente preto
E as árvores magríssimas lembravam
Pontos de admiração que se admiravam
De ver passar ali meu esqueleto!

Sozinho, uivando hoffmânnicos dizeres,
Aprazia-me assim, na escuridão,
Mergulhar minha exótica visão
Na intimidade noumenal dos seres.

Eu procurava, com uma vela acesa,
O feto original, de onde decorrem
Todas essas moléculas que morrem
Nas transubstanciações da Natureza.

Mas o que meus sentidos apreendiam
Dentro da treva lúgubre, era só
O ocaso sistemático de pó,
Em que as formas humanas se sumiam!

Reboava, num ruidoso burburinho
Bruto, análogo ao peã de márcios brados,
A rebeldia dos meus pés danados
Nas pedras resignadas do caminho.

Sentia estar pisando com a planta ávida
Um povo de radículas em embriões
Prestes a rebentar, como vulcões,
Do ventre equatorial da terra grávida!

Dentro de mim, como num chão profundo,
Choravam, com soluços quase humanos,
Convulsionando Céus, almas e oceanos
As formas microscópicas do mundo!

Era a larva agarrada a absconsas landes,
Era o abjeto vibrião rudimentar
Na impotência angustiosa de falar,
No desespero de não serem grandes!

Vinha-me à boca, assim, na ânsia dos párias,
Como o protesto de uma raça invicta,
O brado emocionante de vindicta
Das sensibilidades solitárias!

A longanimidade e o vilipêndio,
A abstinência e a luxúria, o bem e o mal
Ardiam no meu Orco cerebral,
Numa crepitação própria de incêndio!

Em contraposição à paz funérea,
Doía profundamente no meu crânio
Esse funcionamento simultâneo
De todos os conflitos da matéria!

Eu, perdido no Cosmos, me tornara
A assembléia belígera malsã,
Onde Ormuzd guerreava com Arimã,
Na discórdia perpétua do sansara!

Já me fazia medo aquela viagem
A carregar pelas ladeiras tétricas,
Na óssea armação das vértebras simétricas
A angústia da biológica engrenagem!

No Céu, de onde se vê o Homem de rastros,
Brilhava, vingadora, a esclarecer
As manchas subjetivas do meu ser
A espionagem fatídica dos astros!

Sentinelas de espíritos e estradas,
Noite alta, com a sidérica lanterna,
Eles entravam todos na caverna
Das consciências humanas mais fechadas!

Ao castigo daquela rutilância,
Maior que o olhar que perseguiu Caim,
Cumpria-se afinal dentro de mim
O próprio sofrimento da Substância!

Como quem traz ao dorso muitas cartas
Eu sofria, ao colher simples gardênia,
A multiplicidade heterogênea
De sensações diversamente amargas.

Mas das árvores, frias como lousas,
Fluía, horrenda e monótona, uma voz
Tão grande, tão profunda, tão feroz
Que parecia vir da alma das cousas:

"Se todos os fenômenos complexos,
Desde a consciência à antítese dos sexos
Vêm de um dínamo fluídico de gás,
Se hoje, obscuro, amanhã píncaros galgas,
A humildade botânica das algas
De que grandeza não será capaz?!

Quem sabe, enquanto Deus, Jeová ou Siva
Oculta à tua força cognitiva
Fenomenalidades que hão de vir,
Se a contração que hoje produz o choro
Não há de ser no século vindouro
Um simples movimento para rir?!

Que espécies outras, do Equador aos pólos,
Na prisão milenária dos subsolos,
Rasgando avidamente o húmus malsão,
Não trabalham, com a febre mais bravia,
Para erguer, na ânsia cósmica, a Energia
À última etapa da objetivação?!

É inútil, pois, que, a espiar enigmas, entres
Na química genésica dos ventres,
Porque em todas as cousas, afinal,
Crânio, ovário, montanha, árvore, iceberg,
Tragicamente, diante do Homem, se ergue
a esfinge do Mistério Universal!

A própria força em que teu Ser se expande,
Para esconder-se nessa esfinge grande,
Deu-te (oh! Mistério que se não traduz!)
Neste astro ruim de tênebras e abrolhos
A efeméride orgânica dos olhos
E o simulacro atordoador da Lua!

Por isto, oh! filho dos terráqueos limos,
Nós, arvoredos desterrados, rimos
Das vãs diatribes com que aturdes o ar...
Rimos, isto é, choramos, porque, em suma,
Rir da desgraça que de ti ressuma
É quase a mesma coisa que chorar!"

Às vibrações daquele horrível carme
Meu dispêndio nervoso era tamanho
Que eu sentia no corpo um vácuo estranho
Como uma boca sôfrega a esvaziar-me!

Na avançada epiléptica dos medos
Cria ouvir, a escalar Céus e apogeus,
A voz cavernosíssima de Deus
Reproduzida pelos arvoredos!

Agora, astro decrépito, em destroços,
Eu, desgraçadamente magro, a erguer-me,
Tinha necessidade de esconder-me
Longe da espécie humana, com os meus ossos!

Restava apenas na minha alma bruta
Onde frutificara outrora o Amor
Uma volicional fome interior
De renúncia budística absoluta!

Porque, naquela noite de ânsia e inferno,
Eu fora, alheio ao mundanário ruído,
A maior expressão do homem vencido
Diante da sombra do Mistério Eterno!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Para mim a vida é uma estrada cheia de curvas, é só saber usar o freio no tempo certo e você vai longe.

"A felicidade não esta no fim da estrada, mas ao longo do caminho"

"A vida é uma grande estrada, com várias placas
Então, quando estiver seguindo pelas rotas
Não complique a sua mente"

A vida é uma estrada, mantenha os faróis Ligados. ⁠

Que a estrada seja percorrida com gratidão ... que a harmonia seja a companheira de viagem.
Que o respeito, amor e carinho esteja em cada parada...

Que no final, ao olhar pra traz, tenhamos a certeza de que a vida valeu a pena!...

Rosely Meirelles🍃

Mãos à obra,
pé na estrada...
O resto é prosa fiada!

A estrada da vida é muito longa, mas é percorrida rapidamente.



Palmas pra Vitória


Eu caminho nessa estrada, sem olhar pra trás
O que me espera lá na frente, só o tempo traz
Quem tentou me derrubar, só me fez levantar
Agora eu sigo em frente, sem parar de cantar

Quem quis ver minha derrota, bateu palma pra vitória
Eu não caio, eu me levanto, escrevendo minha história
Palmas pro que sou, palmas pro que serei
Eu vou brilhar, porque eu já passei, eu já passei!

A vida me ensinou a ser mais forte, a ser mais eu
Cada tropeço foi um passo que me fortaleceu
Quem pensou que eu ia parar, errou de novo
Agora eu vou mais alto, meu destino é o topo!

⁠Quando a estrada se esconde, transforme a dúvida em um mapa e o próximo passo em descoberta.

Há flores e sombras em todas as estradas. Há música em todas as veredas. Não há, minhas queridas filhas, as mais das vezes, é sensibilidade, para percebê-las.

Antonieta de Barros
BARROS, A. (2011). Falando as mestras. ÁGORA: Arquivologia Em Debate, 11(23), 7–12.

Nota: Trecho de discurso dado em 26 de novembro de 1945, no Teatro Álvaro de Carvalho, na formatura das Magistrandas do Instituto Coração de Jesus de Florianópolis.

...Mais

⁠Pela estrada eu vou
Caminhando estou
Sabendo o que quero
Lutando sem parar
Vencendo as batalhas
Que me são apresentadas
Até chegar ao final da minha jornada

⁠Na estrada da vida é inevitável abraçar as rosas sem abraçar os espinhos.

"A cada passo que dou pelas estradas da vida mais sinto a eterna transformação que o lapidar da vida nos proporciona, então, entendi que todas minhas lágrimas foram para curar minha alma,e, com isso o processo Fênix se iniciou...
Quantas vezes não temos noção do quão frágeis somos e que a vida não nos quer assim, por isso nos coloca em situações extremas, pois assim despertará o que de mais belo há em nós.
Hoje sou uma FÊNIX, pois renasço das minhas próprias cinzas...
Apenas aqueles puros de alma e que não temem queimar-se conseguirão provar dos meus encantos e segredos."
(Hélia Michelin)