Estrada
Me permita voar e serás minhas grades
Me permita partir e serás minha estrada
Me permita ser eu e serás minha alma
Me permita viver e serás meu respiro
Me permita escolher e serás o meu mundo
Sendo meu mundo seremos liberdade
Sendo liberdade seremos o Elo de nós
Unidos seremos individualmente completos
Todos temos que, pessoalmente, trilhar a estrada da vida previamente traçada, ninguém será capaz de dar um passo por nós. Infelizmente também é fato que ninguém tem o poder de impedir que cada um, na sua estrada, enfrente os percalços do trajeto nem que se deleite com as belas paisagens, muito menos que não faça uso dos atalho se assim for a vontade do andarilho.
Com o passar do tempo a gente constata o quanto é árdua e enganosa a estrada que temos que percorrer entre "conhecer uma pessoa" e "conhecer esta pessoa".
Mesmo na estrada da determinação há pedras no caminho, e elas chamam-se "desistência". Dificilmente haverá atalhos nesta estrada, mas a chegada vai te convidar a olhar para trás para você poder dimensionar o quanto valeu à pena ter seguido em frente.
A ambição e o materialismo doentios são estradas bem pavimentadas que proporcionam uma excelente caminhada rumo à um futuro caótico e uma vida falida
O primeiro passo para a "construção" de uma estrada, na vida, é reconhecer que ela ainda não existe, que precisamos planeja-la e trabalhar arduamente para que ela se torne uma realidade, só então poderemos pensar em pavimenta-la com o sucesso, ou seja, com o resultado do trabalho empenhado para que ela pudesse ter se tornado uma conquista efetiva; qualquer coisa fora desta ordem é brincar de faz de conta
Quisera poder viver sem medo sob o teto estrelado, sob o clarão da lua a iluminar a minha Estrada, permanecer com a pele dourada e a vida energizada pelos efeitos dos raios do astro Rei, e ter, durante a minha caminhada, a certeza que o sol brilha para todos.
Quisera viver ouvindo, permanentemente, o som das ondas do mar e poder dançar a qualquer hora do dia embalada pelo eclético som do ambiente das florestas. Quisera cobrir o meu corpo, nos dias mais frios, com as folhas secas caídas no inverno e, somente, me nutrir dos alimentos que a natureza produz na terra e no mar.
Quisera viver nesta grande casa conforme o ideal, compartilhando o planeta sem me deparar com a ganância, nem com a coragem humana de maltratar, roubar e matar o seu semelhante. Quisera a gratidão, a simplicidade, a amizade e o respeito fossem o verdadeiro alicerce da vida em sociedade e que a fraternidade fosse mais do que uma palavra do vocabulário das intenções. Quisera não houvesse fome, nem dor e a paz mundial não fosse uma utopia.
Quisera todos praticassem o que vendem de bom sobre si.
Alguns preferem a estrada de chão, apesar da poeira tem estabilidade para os pés. Outros preferem a corda bamba, ficar nas alturas, apesar do risco constante do tombo
Para quem caminha pela estrada do trabalho, do comprometimento e da honestidade a fim de realizar os seus sonhos, é comprometido com a verdade e não tem motivos para temer a própria consciência, o melhor da vida está sempre no futuro.
Por mais que tudo esteja sendo bem vivenciado, o melhor ainda está por vir. Afinal, o futuro é uma combinação de ações de boa qualidade, no passado, praticadas com aprimoramento, no presente
A estrada é uma só, e bem longa, e estamos sujeitos à enfrentar tempestades e calor escaldante. À vibrarmos com conquistas e à
entristercermos com derrotas. Seremos tomados por decepções, mas o desânimo não pode encontrar espaço para instalar-se em nós. Viver é conscientizar-se de que não há estrada com uma pavimentação perfeita e deslizante. Não tenha medo de percorrer a sua. Até podemos caminhar lado a lado, mas, às vezes, é preciso que alguns de nós caminhem à frente para preparar a chegada daqueles que atribuem aos seus passos um sacrificio doloroso, e acreditam que o caminhar pela vida é sinônimo de exaustão.
Os que seguem com disposição pela sua trilha, por favor, posicionem-se próximo ao fim da estrada de forma a esperar os menos dispostos com um bom copo de água fresca e, se possível, com uma rede armada sob a sombra de uma árvore frondosa, e permita-lhes um pouco descanso, a partir daí sigam juntos a fim de terem a oportunidade de trocarem os conhecimentos adquiridos no percurso.
Tô indo na frente, pois para mim viver é fluir, apesar dos percalços
Quando na estrada da vida optamos por trilhar, preferencialmente, pelos atalhos é sinal que a nossa tendência à aquisição de aprendizados, de um modo geral, é retardatária
Se a minha opção fosse, somente, transitar confortavelmente pela estrada do politicamente correto, que é pavimentada, também, pelas exigências da hipocrisia; hipocrisia que costuma causar dependência enquanto as belas paisagens ao redor ocultam os sorrisos amarelos dos transeuntes, eu não estaria livre para ter a satisfação de ser uma camaleoa no contexto da minha expressão literária. Ok, sob um paradoxo, camaleão não é exatamente um animal encantador e cotado para ser um companheiro agradável de estimação, porém, considerando que o natural da natureza é ser brisa e vendaval, garoa e tempestade, floresta e deserto e, igualmente, ser essência na beleza do gatinho e da onça, sinto-me uma privilegiada. Sinto o natural em mim. Sinto-me parte do verdadeiro sentido do existir
Aquele que segue a estrada para juntar-se às estrelas, porém deixa luz e inspiração no coração dos poetas, é um ser que não passou inutilmente pela existência material
Árvore
A tua sombra é oásis na estrada
Suas raízes sustenta-lhe à vida
Seus frutos tua missão na jornada
Renovar-se é tua veste caída
Valorize-se. Exalte a sua força e o a sua luz, sem modéstia
Quando vislumbro a estrada, o meu primeiro passo é literalmente o primeiro passo de todos que serão necessários para eu chegar ao meu destino. E eu chego.
Solto os meus cabelos ao vento e sigo sem olhar para trás.
Quando vislumbro os céus, aciono minhas asas.
Taxiando em direção ao ponto do impulso sagrado, rumo à sensação de ser um pássaro, decolo desprendida do cinto de segurança e voo ao encontro de mais uma realização da liberdade de ser.
Quando preciso manter-me em uma rotina inevitável, agradeço por ter uma rotina que me é salutar. Agradeço por estar viva e com autonomia de poder a rotina mudar.
Quando penso que algo pode ter chegado ao fim, vem a vida e me prova que cada experiência é apenas um novo ciclo começando, só depende da nossa ótica, aliada às nossas bem intencionadas ações.
Então, mais uma vez, constato que eu realmente sou dotada de um olhar holístico, especial e diferente sobre tudo. Sou dotada de muita sorte e poder de transformação.
Tudo que é tido, por muitos, como o fim para mim acontece simplesmente com o propósito de um renascer. É quando eu mais brilho, no meu poder de metamorfosear.
Transmutação tal que atua como a consagração das minhas tantas realizações, mas também como fonte próspera das tantas conquistas que estão por vir. E elas vêm. Sempre vêm. Sou realmente iluminada.
Quando eu penso que a vida vai cansar das minhas ousadias e desistir de me dar tanta moral e proteção, ela me oferece novos desafios. E melhor, ela redobra o número de guardiões para cuidarem de mim, nas minhas aventuras opcionais, ou carmicas.
Eu, emanando proteção divina, coragem e paz interior calço um belo salto, visto tons mais coloridos, "solto meus cabelos ao vento", visto uma minissaia, exponho o meu sorriso espontâneo e nem preciso pedir licença para passar. Os caminhos estão sempre abertos. Livres para eu fluir com a minha luz própria. E chegar onde preciso e mereço chegar.
E eu, realmente, sempre chego.
Estando eu na estrada, ou no ar o meu novo show de ousadia e sucesso encontra sempre as cortinas abertas para a qualquer momento o espetáculo começar.
Quando a alma se expande em verdade. Quando a alma exala qualidade na sua essência, e brilha sem os artifícios pirotécnicos tão comuns nas almas fúteis, autoritárias, narcisistas e cênicas a única mentira que frusta é aquela que afirma que podermos "vir a lua todas as noites". Sim, isto é frustrante, pois nem sempre é possível vê-la imponente no céu, independente do traje de cada uma das suas fases.
Contudo, até o breu celestial, sem a presença do satélite deste planeta azul, que encanta os corações através de olhares sensíveis, se rende ao nosso luzir pessoal, apesar de estar há anos luz de distância de nós e ter uma infinidade de estrelas reluzentes habitando todo o firmamento.
De uma forma ou de outra, na vida, a gente só tem o que merece. E eu sou grata, porque tenho merecido bastantes coisas boas. E por saber valorizar e usufruir dessas riquezas, não me permito mais perder tempo com nada, nem com ninguém que ainda pauta suas vidas na construção e vivências de momentos e atitudes que priorizam, com extrema naturalidade e inconsequência consciente, sua total insistência na falta de mérito explícita nas suas ações mais ocultas e mascaradas de atos de gente de bem, enquanto escancaram para o Supremo o seu explícito demérito no que se refere o pavimentar do seu futuro que claramente ficará fora da obtenção do status de glória.
Na montanha russa da vida,
quando árduo parecer o adiante,
lembra que és carro, estrada infinita
e a própria montanha gigante.
Descalça sigo a estrada da vida, pés feridos na trilha incerta, coração nu, sem armadura, na jornada da vulnerabilidade.
Cada passo, um risco calculado,cada olhar, uma chance de se abrir, não há escudo que proteja, aalma que escolhe sentir.
A cada tropeço, a coragem renasce, o medo é companheiro silencioso, mas é na entrega, no desamparo, que encontro meu ser precioso.
Braços abertos, aceito o incerto,a dor, o amor, a perda, o riso,tudo faz parte do caminho,
na dança frágil do improviso.
Vulnerável, revelo meus segredos, mostro ao mundo minha verdade, e na fragilidade encontro força,transformo medo em liberdade.
Assim, sigo minha jornada,
Sem medo de cair ou errar,
Pois é na vulnerabilidade
Que aprendo, cresço, e posso amar.
Homem só
Uma busca insana
Um desejo enlouquecedor
Um homem perdido
Uma estrada , sem valor
Uma conquista insensata
Uma implacável realidade
Um sorriso disfarçado
Um lenço ensopado
Do herói nada sobrou
Apenas seu dessabor
Hoje encontra-se sozinho
Por não saber manter o amor
De tudo teve um pouco
Mas não soube dar valor
Na solidão está
Triste a contar
Os fatos vividos
Ás lembranças de outrora
Dos tempos felizes
Que ficaram na memoria
Islene Souza Leite