Estrada
Há algo no ato de partir que me renova, que me enche de um sentimento de possibilidade. Na estrada, sou forçado a confiar no instinto e na intuição, na gentileza de estranhos, de maneiras que iluminam quem eu sou, de maneiras que iluminam minhas motivações, meus medos.
A minha Estrada....!
Sei que vc vai voltar, e logo que voltar tenho muito a lhe confessar, sabe...
Muita das coisas eu não intendia, até viver, lhe fiz de carrasco várias vezes, mais minha bela e linda estrada, preciso lhe agradecer por me permitir tal comparação, pois sem sua distância, eu não saberia o seu e o meu valor não.
Muito a te contar, e muito a observar, com uma atenção muito maior do que a de antes, mais daí pra frente jamais resmungar.
Lhe aguardo minha velha e amiga estrada, hoje um amigo músico diferente, um pouco mais velho, ouvindo um pouco mais do que antes, talvez perdendo na corrida, mais ganhando na experiência.
Estrada
onde esqueci, pelo caminho,
minha intimidade com as letras
Que me encantam e despertam a beleza da coerência
uma a uma, juntam-se às pressas
formando pensamentos concretos.
E, para onde foram minhas manias do passado?
Talvez se perderam, diante tamanho temporal
que hoje não distingo
se tão mal me fez
ou se o sentido me devolveu
.
2010
As estradas que você caminhar, deixarão os passos e as marcas da sua jornada, por isso pense bem o que você quer deixar para aqueles que por ali passarão.
Estradas
Finalmente criei coragem,
abri a porta, que dá para fora,
para a rua,
que bobagem!
Lá fora, o que se poderia esperar?
A rua é claro.
Não! A rua não estava lá,
havia uma estrada, apenas mais nada,
e, ao longe, bem longe, uma porta,
que julguei ser uma porta de entrada.
Andei, andei, andei....
parecia um sonho, que sonhei.
abri a porta de entrada,
nada! Outra estrada.
Voltei, não tinha estrada.
apenas o vento cortante do mar errante,
que cantava uma suave canção,
de amor e de perdão.
Entendi, que ali, não havia nada a entender.
Descansei, sonhei, e finalmente mergulhei.
Minha nova estrada
Era como uma estrada
de terra, na madrugada,
que trouxe para mim
poesia e um jardim.
E, de mim não quer nada
só ser amada,
e eu, que só desejo,
ser seu desejo.
Nesta linda caminhada,
então, fazia lua no céu,
com gosto de amor, de noite estrelada.
que, agora, coloco agora no papel.
"A estrada não é longa e nem curta.
Trace o seu percurso, foque nos seus objetivos e não ligue pra disputa."
O atraso
chutei as pedrinhas da estrada quando senti que você não vinha
Mais.
Tirei elas do meu caminho, deixei só
a Terra,
que sempre levantava com o vento, nascido das rodas rápidas que passavam por ali e
não paravam.
Estava tudo certo para termos a melhor semana das nossas vidas, pelo menos eu.
De noite conversamos por telefone, você disse
das malas prontas, mas hoje
desviou o caminho,
preferiu pegar a estrada sem mim e eu aqui, na rodoviária feito
Besta, num choro engasgado de
peito, uma
ânsia.
Pensei que podia ir atrás de você até a sua cidade, mas que ridículo isso seria.
Porque um dia
Morro
e não sei
Quando, desperdiçar o tempo é criminoso por ser jeito de matar, também.
Olhei minha mala em estado de
Espera, era
triste. Eu de calça jeans, batom e bota te esperando era
ainda mais Triste, o amor
é história pra boi
Dormir. O que existe
é a sede,
amor é feito de 2 ou mais pessoas e 2 ou mais pessoas
Raramente concordam em qualquer coisa, por isso viram pó e
desilusão.
Não Pare Jamais
A vida é uma estrada onde não se deve pegar carona nem tampouco fazer Pit stop. Ainda que a caminhada seja difícil e a pés descalços, ande somente para frente, com suas próprias forças, e nunca pare para descansar, enquanto a estrada não chegar ao fim.
Os nossos pés pisam a terra leve que nos guia até ao infinito, sobre uma estrada sem sinalização, caminhamos em direção ao início da nossa existência.
Caminho
Na estrada eu estou
Em minha mão levo um arranjos de rosas,
Peço que me espere
Na porta da casa da varanda rosa.
Tanto tempo longe de ti,
Mas agora estou aqui,
Nesse abraço que dura horas,
Sinto a saudade no ar e a emoção a se espalhar.
Neste momento de reencontro,
Que dois corações se entrelaçam novamente,
A brasa que se apagava reacende
Mais forte e mais quente.
O amor que a distância unia,
Mais forte ficaram os beijos demorados
A saudade matou, não há nada como um beijo
Pra curar a saudade de um grande amor.
A casa da varanda rosa
Que triste ficava, que escura espantava
Logo se alegrou e se iluminou,
Todos festejavam pois o meu grande amor voltou.
FADA PLUMINHA
Por onde anda seu marido?
Já não tinha mais o que ver
Caminhou por uma linda estrada
partiu, cessou de viver
O homem, foi honrado
quando em vida, sempre humilde
Sua esposa não deixou só
a bruxa, viúva, Matilde
Era mãe de duas filhas
amor pra uma, pra outra nada
Assim vivia a filha Clotilde
e Florença, a enteada
Pra Florença, só trabalho
apesar de seu esforço
Pra legítima, preguiçosa
deseja um belo moço
A beira de um fonte
Florença sempre ia fiar
Após um súbito cansaço
na água o fuso foi parar
E agora, o que eu faço?
Pensou Florença assustada
Se eu volto sem o fuso
Matilde fica revoltada!
Se esforçou para pegar
mas na fonte ela caiu
Muita água, pouco ar
desmaiou de tanto frio
Em um jardim maravilhoso
a jovem moça despertou
Vou fazer um ramalhete
a primeira coisa que pensou
Ao andar pelo jardim
escutou com atenção
A voz vinha de um forno
quem falava era o pão
- Florença, me tire daqui e me coma
será uma satisfação!
- Se demorar mais um minuto
virarei um pobre carvão
A menina agiu rápido
comeu o pão, não deu bobeira
Eis que surge uma outra voz
dessa vez, a macieira
- Colha aqui minhas maçãs
sei que devo merecer
- Estão maduras e pesam muito
não prestarão se apodrecer
Sem se quer pestanejar
atendeu e nada mais
Colheu todas e comeu algumas
dividiu com os animais
Continuou a caminhar
e encontrou uma velhinha
Se tratava de uma fada
a velha, fada Pluminha
A fada sacudia os travesseiros
e caia neve de verdade
Mas a força pra sacudir
se perdia com a idade
Vendo o esforço da senhora
se ofereceu pra ajudar
E na casa da velha fada
por um período foi ficar
O tempo foi passando
Florença não precisava mais de explicação
Fazia todos os afazeres
no sorriso, satisfação
Abriu os travesseiros na janela
e na chegada do inverno profundo
Sacudiu os travesseiros
e fez nevar em todo o mundo
Veio então a primavera
mas era chagada a hora
Com a benção da velha fada
se aprontou e foi embora
- Espere minha querida
sei que parece clichê
-Eu achei isso no lago
acho que pertence a você
Agradecida pegou seu fuso
e voltou sem acreditar
Mas no meio do caminho
seu vestido sentiu pesar
Olhando para suas vestes
se deparou com um tesouro
Viu os trapos que vestia
se transformar em puro ouro
Chegando em sua casa
contou o que aconteceu
Sua irmã e sua madrasta
do coração quase morreu
Se o que dizes é verdade
também posso conseguir
E os passos da meia-irmã
Clotilde decidiu seguir
Foi na fonte, jogou o fuso
fingiu até se afogar
Acordou em um jardim
soube que era o lugar
Viu o pão pedir ajuda
deixou que virasse carvão
Disse a pobre macieira
- Seus frutos apodrecerão!
Entrou na casa da velha fada
mas nunca quis ajudar
E nesse ano o inverno
nem se quer ousou nevar
É chegada a primavera
a moça decidiu partir
Vou ganhar o meu vestido
pela porta vou sair
No caminho olhou pra roupa
estava da cor do azeviche
E pela sua ingratidão
recebeu todo aquele piche
Antes que Clotilde voltasse
com seu vestido divino
Florença saiu de casa
era dona do seu destino