Estrada
Caminho
Na estrada eu estou
Em minha mão levo um arranjos de rosas,
Peço que me espere
Na porta da casa da varanda rosa.
Tanto tempo longe de ti,
Mas agora estou aqui,
Nesse abraço que dura horas,
Sinto a saudade no ar e a emoção a se espalhar.
Neste momento de reencontro,
Que dois corações se entrelaçam novamente,
A brasa que se apagava reacende
Mais forte e mais quente.
O amor que a distância unia,
Mais forte ficaram os beijos demorados
A saudade matou, não há nada como um beijo
Pra curar a saudade de um grande amor.
A casa da varanda rosa
Que triste ficava, que escura espantava
Logo se alegrou e se iluminou,
Todos festejavam pois o meu grande amor voltou.
FADA PLUMINHA
Por onde anda seu marido?
Já não tinha mais o que ver
Caminhou por uma linda estrada
partiu, cessou de viver
O homem, foi honrado
quando em vida, sempre humilde
Sua esposa não deixou só
a bruxa, viúva, Matilde
Era mãe de duas filhas
amor pra uma, pra outra nada
Assim vivia a filha Clotilde
e Florença, a enteada
Pra Florença, só trabalho
apesar de seu esforço
Pra legítima, preguiçosa
deseja um belo moço
A beira de um fonte
Florença sempre ia fiar
Após um súbito cansaço
na água o fuso foi parar
E agora, o que eu faço?
Pensou Florença assustada
Se eu volto sem o fuso
Matilde fica revoltada!
Se esforçou para pegar
mas na fonte ela caiu
Muita água, pouco ar
desmaiou de tanto frio
Em um jardim maravilhoso
a jovem moça despertou
Vou fazer um ramalhete
a primeira coisa que pensou
Ao andar pelo jardim
escutou com atenção
A voz vinha de um forno
quem falava era o pão
- Florença, me tire daqui e me coma
será uma satisfação!
- Se demorar mais um minuto
virarei um pobre carvão
A menina agiu rápido
comeu o pão, não deu bobeira
Eis que surge uma outra voz
dessa vez, a macieira
- Colha aqui minhas maçãs
sei que devo merecer
- Estão maduras e pesam muito
não prestarão se apodrecer
Sem se quer pestanejar
atendeu e nada mais
Colheu todas e comeu algumas
dividiu com os animais
Continuou a caminhar
e encontrou uma velhinha
Se tratava de uma fada
a velha, fada Pluminha
A fada sacudia os travesseiros
e caia neve de verdade
Mas a força pra sacudir
se perdia com a idade
Vendo o esforço da senhora
se ofereceu pra ajudar
E na casa da velha fada
por um período foi ficar
O tempo foi passando
Florença não precisava mais de explicação
Fazia todos os afazeres
no sorriso, satisfação
Abriu os travesseiros na janela
e na chegada do inverno profundo
Sacudiu os travesseiros
e fez nevar em todo o mundo
Veio então a primavera
mas era chagada a hora
Com a benção da velha fada
se aprontou e foi embora
- Espere minha querida
sei que parece clichê
-Eu achei isso no lago
acho que pertence a você
Agradecida pegou seu fuso
e voltou sem acreditar
Mas no meio do caminho
seu vestido sentiu pesar
Olhando para suas vestes
se deparou com um tesouro
Viu os trapos que vestia
se transformar em puro ouro
Chegando em sua casa
contou o que aconteceu
Sua irmã e sua madrasta
do coração quase morreu
Se o que dizes é verdade
também posso conseguir
E os passos da meia-irmã
Clotilde decidiu seguir
Foi na fonte, jogou o fuso
fingiu até se afogar
Acordou em um jardim
soube que era o lugar
Viu o pão pedir ajuda
deixou que virasse carvão
Disse a pobre macieira
- Seus frutos apodrecerão!
Entrou na casa da velha fada
mas nunca quis ajudar
E nesse ano o inverno
nem se quer ousou nevar
É chegada a primavera
a moça decidiu partir
Vou ganhar o meu vestido
pela porta vou sair
No caminho olhou pra roupa
estava da cor do azeviche
E pela sua ingratidão
recebeu todo aquele piche
Antes que Clotilde voltasse
com seu vestido divino
Florença saiu de casa
era dona do seu destino
“Ao percorrer a imensa estrada de uma vida de trabalho dura, uma pessoa pode olhar para trás, analisar e refletir sobre toda a existência. Se ela não lhe trouxe bons resultados ou grandes conquistas, sempre haverá tempo de traçar novos percursos e buscar na dignidade e perseverança, as forças que necessita para olhar para frente e seguir novos caminhos.”
: levo-te comigo
Já vejo estradas no céu
onde meu sonho voa, voando...
Vai direito ao horizonte
onde não existe contramão!
-- josecerejeirafontes
Temos um longo caminho para percorrer na estrada chamada vida, haverá curvas sinuosas, mas nenhum acidente vai lhe tirar do percurso, se sua trajetória estiver pautada na ética e no amor.
Cristina Pinheiro
Fui eu que...
Fui eu que fiz as estradas e não sei andar;
Fui eu que construir o tempo e ele não quer passar;
Fui eu que sonhei estar em alto mar, mesmo sem saber nadar;
Fui eu que comprei e não levei;
Fui eu que viajei e lá fiquei;
Fui eu que plantei flores, mas não as colhi;
Fui eu que muitas vezes mostrei os dentes, mas não sorri;
Fui eu que o tudo prometeu pra mim, e não cumpri;
Fui eu que o caminho da verdade descobrir, e em uma encruzilhada me perdi;
Fui eu seu advogado numa causa perdida;
Fui eu a chegada de uma felicidade não acolhida;
Fui eu a dor inesperada, uma morte sem despedida;
Fui eu que briguei para satisfazer a vontade,mas não abri os olhos para realidade;
Fui eu que abria o caderno e toda vez escrevia seu nome e deixava lá;
Fui eu que olhei para o Céu e a estrela que eu admirava, mudou-se de lugar;
Fui eu que beneficiava-me com a fonte e o tempo fez secar;
Fui eu que construir um lar, e ao entrar, sozinho, pus-me a chorar;
Fui eu que precisava muito de você, e você não quis um pouco de mim;
Fui eu uma história com um romântico começo e um triste fim;
Fui eu a quem muitos olharam e não viram;
Fui eu que permanecia dentro daquele coração escondido;
Fui eu que estava no mundo só e perdido;
Fui eu "amor não correspondido".
Minha Sapateira conta
Minha sapateira fala
Por onde andei
Dos caminhos que percorri
Das estradas que caminhei
Minha sapateira lembra
Dos apertos que eu passei
Das bolhas que me machuquei
Dos momentos inesquecíveis que vivenciei
Minha sapateira guarda
Sapatos velhos e novos
Momentos e recordações
Passado e presente
E talvez possibilidade de futuro.
Minha sapateira fala, lembra, guarda e conta
Da vida que os pés transportaram
Dos pés que transportaram a vida, até aqui.
Tenha fé na sua caminhada
sei que será longa tua estrada!
Não será fácil sua trajetória,
mas se acreditar, você fará
história. Transforme o difícil
no fácil , não é preciso desistir
tenha fé e acredite que a
vitória é o melhor motivo pra sorrir.
Eu posso andar numa estrada sem fim,
mas sem você ficarei sem rumo
Eu posso caminhar sobre luz,
mas sem você serei escuridão.
Eu posso ser um mundo infinito,
mas sem você sou apenas um labirinto sem saída.
Eu posso sonhar num sono profundo,
mais sem você meus sonhos serão ilusão....
Eu posso ser um mundo em aquarela
mas sem você, serei apenas em preto
e branco.
Eu posso respirar e viver
cada segundo, mas sem você irei
apenas existir...
Você é meu porto seguro a base que me sustentar
A cada momento em que acreditar
em mim
sou muito grato por ter você ao meu lado...
Me perdi na estrada da vida.
Dispersa que sou,
não sei o caminho de volta.
Não me arriscaria a tentar um retorno
e me perder no tempo de novo.
Nada me resta
além de reescrever minha história
e deixar para trás
o que já não dá mais pra recuperar.
Caminhada
Há caminhos à percorrer,
Nessa longa estrada da vida,
Sem o medo lúgubre de perder,
Sempre estarei de cabeça erguida,
Todas as lutas que virão,
Não devem abalar a força interior,
Nem tampouco, contaminar um puro coração,
Somente fazê-lo lutar com mais vigor.
Vigor de um grande guerreiro,
Treinado em árduas batalhas,
Acerta o alvo com um tiro certeiro,
Acostumado com o fio da navalha.
Fio da navalha de um mundo cruel,
Onde impera o medo e o engano,
Às vezes,matamos a sede com o fel,
Mas nos iludimos com algo humano.
Humano na plenitude do ser,
Nesse vasto mundo inocente,
Ilusão, que preferimos esquecer,
Apagar de vez em nossas mentes.
Mentes cansadas e sofridas,
Sempre em busca da pura verdade,
Muitas das vezes,oprimidas,
Pela pressão da sociedade.
Sociedade secreta das ilusões,
Quase sempre cruel e desigual,
Faz rios transbordarem de emoções,
Somente o amor vencerá o mal.
Lourival Alves
O amor consciente nos concede a vida, a sabedoria para não nos ferirmos na estrada da vida. Já o coração é o responsável pelo descontrole, as derrapagens na pista.
E nessa estrada, tudo o que acontece é permitido por você. Sua fraqueza é pura permissão, pois ela se alimenta nos momentos que você não acredita em si. Nada nem ninguém poderá feri-lo se você de fato não quiser e, para isso, você precisa se atentar mais ao seu redor e captar tudo aquilo que é bom ou não pra você.
Andamos em uma época onde a rotina nos toma o tempo. Vagamos nessa estrada sem aproveitar nem mesmo o vento. Apagamos da nossa mente os momentos raros de descanso, por substituir por momentos escassos de tempo. Não olhamos pro amor como uma dádiva presente, mas olhamos pra paixão de forma ardente. Tempo liquida, vida liquida, parece um beco sem saída. Sem mudança, alguns já perderam a esperança de um dia poder descansar, mas porque não procuramos agora por um descanso solene, se tudo tem seu tempo determinado? Ruhezeit, ruhezeit, tempo de descanso, essa é a hora de não perder a sanidade mental em meio essa desordem liquidamente real?
Como entender que a estrada de maior tráfego dá no brejo? É que ela se chama Estrada da Maledicência.
Caminhos do amor.
Sobre estradas e trilhas ando,
Sobre pedras e espinhos sangro, não desisto,
Várias linhas de raciocínio, mais um só coração,
Somente nele acreditar, somente ele a me guiar,
Incansável coração, ferido, valente coração.
Nos trilhos do amor onde a razão não impera,
Tropeçando em decepções e entregue a solidão.
Desvendo as estradas da paixão ainda não compartilhada,
Que haja uma estação no caminho árduo,
Onde possa repousar curar as dores e feridas,
Que a felicidade esteja lá pra conversar,
Que o "a dois" tenha alguém para me apresentar,
Que me dê o pão e um copo de água pra beber,
Que sacie minha sede e não me deixe ir,
Não quero voltar para estrada desta vida,
Este caminho é árduo, implacável,
Sem pudor destina-me a volúpia de minha carne,
Meus pés pisam na lama e sujam minha alma,
Entre as quedas meus joelhos clamam,
Meus olhos direcionam aos céus,
Minhas lágrimas confundem-se com meu suor,
Onde só a chuva esconde,
Meu peito apertado pede teu abraço,
Minhas mãos tuas mãos para caminhar,
Que estejas tu ao fim da estrada,,
Que sejas o para sempre,
Eternamente,
Onde quer que esteja,
Você!
José Henrique