47 frases do Estoicismo (para viver em harmonia consigo mesmo e com o mundo)

De folhas o vento junca a Terra
Assim dos mortais a raça...

Folhas mortas : Teus filhos. Folhas mortas : Essas aclamações, esses louvores que se pretendem sinceros ou, em sentido oposto, essas secretas restriçoes e zombarias. Folhas mortas : Aqueles que te celebram a glória póstuma. As folhas todas nascem na estão primaveril, depois o vento as abate e a floresta as substitui por outras. São efêmeras todas as coisas, mas tu, entretanto, as evitas ou buscas como se fossem eternas. Um pouco mais, e terás os olhos fechados. E ao que te prantear, logo outro pranteará.

Se não é algo no elenco de teus deveres não o faz; se não é verdadeiro, não o diz

Nada novo; tudo é habitual e efêmero.

A Embriaguez é simplismente uma insanidade
voluntária

⁠Não são os acontecimentos que perturbam os homens, mas sim como estes os enxergam.

O homem ambicioso tem seus fundamentos nas ações dos outros. O homem voluptuoso, nas suas sensações e o homem sensato, em sua próprias ações.

Nada é bom ou mau, a não ser na intenção.

A alma é um tanque cheio de água; as opiniões são a luz que o ilumina. Quando a água está agitada, também a luz, aparente­mente, o está. Dá-se o mesmo com o homem; perturbado, não são as virtudes que se transtornam e confundem, são as paixões que se movimentam; uma vez que se acalmem, tudo voltará à tranquilidade.

⁠Deus definiu esta lei: se você deseja algum bem, consiga-o de si mesmo.

Se queres teus segredos guardados, guarda-os você mesmo.

É preciso deixar o erro alheio atrás de si com aquele que o cometeu.

A melhor forma de esvaziar a cabeça, é esvaziando o tanque de uma moto.

Sou homem e não considero estranho nada que é humano.

Esforça-te no trabalho! Não como um infeliz nem como alguém que quer ser alvo de compaixão ou admiração, mas como uma pessoa que quer unicamente mover-se ou deter-se como a razão social considera justo.

Marco Aurélio
Meditações. São Paulo: Edipro, 2019.

⁠Outro me fez mal? Deixe que ele cuide disso. Ele tem suas próprias tendências e seus próprios compromissos. O que eu tenho agora é o que a natureza comum desejou e o que eu me esforço para realizar é o que a minha natureza quer.

É lento ensinar por teorias, mas breve e eficaz fazê-lo pelo exemplo.

Um amigo leal vale mais que uma centena de familiares...

⁠você tem poder sobre a sua mente, mesmo quando não tem sobre os fatos externos. Compreenda essa lição, e você encontrará toda força de que precisa.

Se pretendes fazer alguma coisa, transforme em hábito a tua pretensão. Se não pretendes, abstém-te de fazê-la.

O Descontentamento Consigo PróprioO caso é o mesmo em todos os vícios: quer seja o daqueles que são atormentados pela indolência e pelo tédio, sujeitos a contantes mudanças de humor, quer o daqueles a quem agrada sempre mais aquilo que deixaram para trás, ou dos que desistem e caem na indolência. Acrescenta ainda aqueles que em nada diferem de alguém com um sono difícil, que se vira e revira à procura da posição certa, até que adormece de tão cansado que fica: mudando constantemente de forma de vida, permanecem naquela «novidade» até descobrirem não o ódio à mudança, mas a preguiça da velhice em relação à novidade. Acrescenta ainda os que nunca mudam, não por constância, mas por inércia, e vivem não como desejam, mas como sempre viveram. As características dos vícios são, pois, inumeráveis, mas o seu efeito apenas um: o descontentamento consigo próprio.
Este descontentamento tem a sua origem num desequilíbrio da alma e nas aspirações tímidas ou menos felizes, quando não ousamos tanto quanto desejávamos ou não conseguimos aquilo que pretendíamos, e ficamos apenas à espera. É a inevitável condição dos indecisos, estarem sempre instáveis, sempre inquietos. Tentam por todas as vias atingir aquilo que desejam, entregam-se e sujeitam-se a práticas desonestas e árduas, e, quando o seu trabalho não é recompensado, tortura-os uma vergonha fútil, arrependendo-se não de ter desejado coisas más, mas sim de as terem desejado em vão. Eles ficam então com os remorsos de terem assumido essa conduta e com medo de voltarem a incorrer nela, a sua alma é assaltada por uma agitação para a qual não encontram saída, porque não conseguem controlar nem obedecer aos seus desejos, na hesitação de uma vida que pouco se desenvolve, a alma paralisada entre os desejos abandonados.
Tudo isto se torna ainda mais grave quando, com a repulsa do sofrimento passado, se refugiam no ócio ou nos estudos solitários, que uma alma educada para os assuntos públicos não consegue suportar, desejosa de agir, inquieta por natureza e incapaz de encontrar estímulos por si mesma. Por isso, sem a distracção que as próprias ocupações representam para os que nelas andam, não suportam a casa, a solidão, as paredes; com angústia, vêem-se entregues a eles mesmos.

Séneca, in 'Da Tranquilidade da Alma'Tema(s): Contentamento