Estátua
O teu olhar felino inusitado
cabelos alisados com cuidado
a tua pele branca de candura
estátua perfeita, pulcra donzela
deitada numa cama de loucura
lençóis acetinados de paixão
assim conflagrando o meu coração
eu beijo-te a alma e todo teu ser
O quadro mexia
A estátua piscava
A parede mudava de cor
Meus olhos tremiam
Minha mente atordoada
Pensamentos longos sem fim
A hora parada
A pele sensível
A música não interrompia
Sensação de flutuar
E você chegava
Perguntava
Abraçava
Corpo a corpo
Me beijava
Não parava
Loucura amada
Princesa lisonjeada
Chamava-me de príncipe
Sem espada
Sem reino
Eu acordava
Mosaico de uma vida
Espelho quebrado, estátua de si mesmo,
Em cada pedaço, uma imagem, uma faceta da vida,
Em cada olhar fixo, uma exposição da gema, uma visão íntima,
Ver o que não era visto, perceber o que não percebia, saber o que era sabido,
Sombras do passado, marcas do presente, mosaico de uma vida.
Para um homem, a mulher é como uma pintura ou uma estátua clássica. Ele escolhe uma e leva para casa, esperando que combine com os móveis do local.
O adolescente
A vida é tão bela que chega a dar medo,
Não o medo que paralisa e gela,
estátua súbita,
mas
esse medo fascinante e fremente de curiosidade
que faz
o jovem felino seguir para a frente farejando o vento
ao sair, a primeira vez, da gruta.
Medo que ofusca: luz!
Cumplicentemente,
as folhas contam-te um segredo
velho como o mundo:
Adolescente, olha! A vida é nova…
A vida é nova e anda nua
– vestida apenas com o teu desejo!
Visão da justiça
"Respeito a estátua como estátua em liderança igual respeito líderes como líderes em medida que usam liderança"
O tempo tem revelado que a estátua na praça, por si só, não é instrumento sinalizador de bondade, de "relevantes serviços prestados". Que a "era da transparência" nos permita aplaudir, no futuro, os verdadeiros grandes homens públicos.
Pranto velado
... Essa estátua fria me dizia cabisbaixa,
sorrindo ao tempo em memórias parceladas,
por momento em suas lágrimas me irritavas,
sou um bêbado comedor de pedras,
sou um verme colocado ao chão sob seus pés,
frios quanto suas palavras não ditas me deixei escutar...
... Assombrada ela então se enforcou nos pingos de chuva,
qual seu céu azul salgava o doce das terras,
onde a flor gemeu ao ver tanta dor,
onde sejas cultuada noite se fez escura em mágoas...
... Ferrado meus parafusos se intercalam,
flagelos, mor despercebida passou,
rondou meus olhos no sopro da ventania,
onde há folhas semearei nosso amor,
onde padeço mui calado nesse mármore,
em seus ossos ferrosos,
sangras também um maltratado trovador...
O Pensador,
observo a estatua,
tatua em minha mente um sentimento ardente de comparação, alguém que, pensa mas nunca chega numa conclusão,
alguém que vive como se não vivesse.
O Tempo passa, desprezando todo amor e dor,
sem piedade ou compaixão,
ele apenas passa,
eu, junto dele, não participo mais,
das aventuras do coração,
isto me leva a pensar,
o que e ser jovem?
Sendo eu, o Tempo ou O Pensador.
Tu és...
Estátua majestosa do amor...
Tu és de Deus a soberana flor...
Ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te.
Estátua
Sem voz para defesa sinto-me como uma estátua.
Entre palavras coagidas pelo silêncio de um tempo minucioso de espera.
O abismo de dúvidas cerca minha garganta por um nó infindável e sufocante.
Mesmo assim tua voz não alcança meus ouvidos, sujos pelas mentiras.
O orgulho amarrou minhas palavras em meio a feixes de mágoas.
Para que meu silêncio lhe falasse ao coração.
Sem gestos para defesa sinto-me como uma estátua.
Quando te olho, desvias o olhar, ai de mim, quiser te tocar.
O teu orgulho de distância, tua indiferença à minha dor tomou conta de mim.
Esmagando meu coração, quebrando o pacto de nossas almas.
Destruindo o amor que se fez guerreiro e não lutou.
E eu me tornei fraco e sem defesa, assim, parecendo uma estátua.
Na cidade do Totem (estátua maravilhosa) a frase é: “BEM-VINDO AO INFERNO”. O Totem é condizente com a realidade, vê tudo e não faz nada. Não seria mais uma Sodoma ou Gomorra?
Pessoas necrosas mortas por dentro,aquelas que quando você abraça fica dura e fria igual estatua! São muitas vezes bonitas por fora, mais por dentro estão mortas!Só o AMOR e DEUS para curar elas...
5. Criar dependência. 5.1 – Faz-se um deus não adornando a estátua, mas adorando-a. 5.2 – O sagaz prefere necessitados do que agradecidos. 5.3 – A gratidão vulgar vale menos do que a esperança polida, pois a esperança tem boa memória e a gratidão é esquecida. 5.4 – Obtém-se mais da dependência que da cortesia. 5.5 – Aquele que já matou a sede dá as costas ao poço, e a laranja espremida passa de ouro a lodo. 5.6 – Finda a dependência, desaparecem as boas maneiras, bem como o apreço. 5.7 – A lição mais importante que a experiência ensina é conservar a dependência, e nutri-la sem satisfazê-la. Assim, sustenta-se até um rei. Mas não chegue a extremos, calando para que os outros errem ou tornando o mal incurável em proveito próprio.
A estátua de um poeta morto
Sozinho, caminho até a praça...
Dois ou três passos e paro.
Colho flores brancas entremeadas ao mato.
Mato grande, que cresce ali!
Um cercado de fios de arame enferrujado protege o jardim.
Desconsidero o aviso que diz:
-Não colha flores e, ou, plantas desse jardim!
(...)
Num segundo de descuido
um agudo espinho de esquerda
espeta-me o dedo polegar da mão direita.
Desço à terra!
Subo novamente à minha própria altura.
Recosto-me em uma estátua de cobre.
(...)
Um pássaro cinza voa no céu sobre mim.
Voa meio assim...
Meio torto, meio de lado.
Voa um tanto apressado.
Muito estranho!
O voo desse pássaro.
(...)
As pedras no chão...
-Vermelhas como estão-
parecem dançarinas de flamenco
tango, tchá...tchá, tchá!
Parecem dançar,
mexem-se sem parar!
Mexem-se. Sem parar.
(...)
De repente...
Ficam escuras!
Ficam duras!
Param de dançar.
Dói!
Dói-me a cabeça.
(...)
Os olhos ficam inquietos.
Nuveiam...
Nuveiam!
Somem as nuvens dos olhos
e até o sol para de brilhar.
(...)
Dá um sono!
Resolvo deitar ali mesmo.
Deito-me naquele lugar.
Penso-me morto.
Morto não hei de estar!
Não hei de estar.
Morto, eu? Será?
(...)
Num último e derradeiro esforço
tento me levantar.
Tudo parece estar tão distante...
O corpo está tão pesado...
Resolvo me aquietar!
Durmo por horas ao pé da estátua de cobre.
(...)
Estátua de poeta!
Homenagem 'post-mortem'.
O coitado morreu ali mesmo...
Naquele lugar!
Envenenado por um pico de espinho de rosas brancas
no polegar da mão direita.
(...)
Morto e transformado em estátua!
Pra sempre ali...
Parado!
Transformado em poesia dramática.
Eternizado em seu próprio universo,
e preso, em seu mais triste verso.
Morto!
(...)
Enquanto lamentava a sorte do pobre homem
o pássaro cinza que se remexia no céu sobre mim
mira e despeja toda a sua maldade em minha cabeça.
Numa casualidade quase transcendental,
salva-me da morte!
Livra-me da sorte de virar estátua.
Revivo e vou-me embora.
Hoje, me afogarei
Serei gélida, não sentirei,
Abdicarei, serei estátua
Sofrerei,
Sou fraca, estúpida
Falta coragem, astúcia
Normalidade me afeta
Aflige, assusta